“Amanhã!
Será um
lindo dia
Da mais
louca alegria
Que se
possa imaginar
Amanhã!
Redobrada
a força
Prá cima
que não cessa
Há de
vingar
Amanhã!
Mais
nenhum mistério
Acima do
ilusório
O astro
rei vai brilhar
Amanhã!
A
luminosidade
Alheia a
qualquer vontade
Há de
imperar!
Há de
imperar!
Amanhã!
Está toda
a esperança
Por menor
que pareça
Existe e
é prá vicejar
Amanhã!
Apesar de
hoje
Será a
estrada que surge
Prá se
trilhar
Amanhã!
Será de
outros que esperam
Ver o dia
raiar
Amanhã!
Ódios
aplacados
Temores
abrandados
Será
pleno!
Será
pleno!”
Guilherme
Arantes
Olá, Envenenados!
Já
contei para vocês como comecei a ser leitora assídua de livros de romance,
desses que são comentados por aqui?
Acho
que sim.
Tenho
certeza de que já contei para vocês que torcia o nariz para escritores que não
estavam entre os clássicos indicados nas escolas e faculdades. Embora nunca
tenha me considerado nerd, sempre lia os romancistas brasileiros, até mesmo por
costume acadêmico e também – claro – por paixão. Então, lia Machado, Fernando
Sabino, Graciliano, Clarice, Veríssimo, Jorge Amado e tantos outros autores
fantásticos.
Mas,
por necessidade de me desfocar dos problemas diários e por falta de novos
títulos aqui em casa, acabei lendo um livro que rolava há meses na minha
prateleira, presente de uma amiga.
Como
disse na primeira Sexta Envenenada, eu olhava para a capa e sequer tinha tesão
para saber do que se tratava, pois tinha certeza de que era um “romance
mulherzinha”. Mas, dadas circunstâncias, não tive outra opção: encarei aquele
livro de capa vermelha, com um nome doce e um casal se beijando.
E não
larguei mais de Linda Howard. Consumi Beije-me Enquanto Durmo em dois dias e o
reli em um. Foi o bastante para sair à procura de outros títulos da autora e
conhecer outras tantas. Mas é claro, tenho minhas preferências e acho que
também as deixo bem claras aqui.
Através
daquele primeiro livro conheci tantos outros maravilhosos, e outros nem tanto,
autoras fabulosas, outras dentro da média. Eu levava os livros a toda parte.
Minha cabeleireira sempre me perguntava sobre o que eu tanto lia, minha manicure
vive me dando bronca. Enfim, paixão é paixão.
E esta
paixão nos consome tanto ao ponto de não sossegarmos até adquirirmos aquele
livro tão aguardado. Foi o caso de Tesouro e Sedução, da J.R. Ward, que comprei
há alguns dias e não via a hora de conferir.
Felizmente
deu para conhecer a história a tempo de escrever a coluna de hoje. Então,
preparem-se porque os absintos da vez são Nick Farrell e Carter Wessex.
Mas
antes, um pouco da minha impressão sobre a autora. Estava acostumada com os
textos da Ward sobre a Irmandade da Adaga Negra, uma das minhas paixões
literárias. Então, a expectativa sobre este foi muito grande.
Tesouro
e Sedução é seu segundo livro, assinando como Jessica Bird, e traz uma carta ao
leitor, onde ela expõe sua queda por regiões montanhosas, por arqueologia e por
homens dominadores.
É uma
carta muito simpática, na qual ela mostra suas expectativas e opiniões e, por
incrível que pareça, temos muito em comum, até mesmo a preferência por textos
que tenham mais que simplesmente a história de um único casal, que tenham mais
histórias a serem contadas e também que sejam histórias e personagens críveis.
Sério, mesmo tendo criado o fantástico mundo da IAN, ela mostra a necessidade
de escrever sobre algo que esteja mais próximo do leitor. Aqui ela apresenta os
personagens e se mostra muito próxima de seus próprios leitores.
Por
isso, Dona Ward, minha admiração por ti só aumentou.
Sobre
Nick Farrell, o que se pode dizer é que, como a maioria dos seus personagens
masculinos, ele é poderoso e dominador... sem ponto final.
Como a
própria autora descreve: “é um homem
poderoso em todos os sentidos, embora, diferentemente dos vampiros da Irmandade
da Adaga Negra, ele não vista roupas de couro tampouco carregue armas ou facas
(também não usa tatuagens). Ele é o tipo de investidor agressivo e, acredite em
mim, ele pode ser tão brutal quando os lutadores de MMA quando está em uma sala
de reunião.
[...] O paradigma de sua vida é totalmente diferente da
Irmandade, mas, assim como eles, ele é um exemplo de força que, no entanto,
nunca abriu seu coração para ninguém – até cruzar com seu par perfeito.”
Alejandro Corzo |
Ele
vive em função de seu trabalho é o responsável pela criação de seu sobrinho
Cort de dezesseis anos, desde que seus pais morreram em um acidente.
Carter
Wessex, apesar do nome, é uma arqueóloga (CDF), que, também como diz Ward,
nasceu da Indiana Jones que há dentro dela.
Carter
fica incumbida de tentar a aprovação de Nick para explorar suas terras nas
Adirondacks, em busca artefatos ligados à história da Revolução Americana.
Por
ser conhecido como um misantropo, inicialmente Carter recusa-se a procurar Nick
para que permita que ela e sua equipe escavem parte de suas terras em
busca de vestígios da história americana. Mas, quando sua amiga menciona que
encontraram ossos no local, instantaneamente ela passa a desejar o trabalho.
Mas como abordar um homem famoso por sua ojeriza a arqueólogos? E mais, o que
esperar de um homem que era uma fera nas finanças e conhecido por suas
conquistas e falta de interesse em relações mais sérias? Enfim, seria uma
tarefa árdua.
“− E então, o que você quer? – ele indagou.
− Sou arqueóloga e eu...
− Não. – ele desviou o olhar dela e começou a mexer nos
papéis que estavam sobre a escrivaninha, como se ela estivesse saído do
escritório.
Carter enfureceu-se.
− Desculpe?
− A resposta é não.
− Mas eu ainda não lhe pedi nada.
− A palavra chave é “ainda”. Deixar que você fale, antes de
fazer o pedido, é apenas uma perda do nosso precioso tempo – sua voz foi curta
e fria.
Carter ficou chocada e permaneceu em silêncio. Por um
momento, a única coisa que ela poderia fazer era observar os olhos daquele
homem enquanto ele analisava todos aqueles documentos.
− Sabe, você não precisa ser tão grosseiro, como também
poderia olhar em meus olhos enquanto fala comigo.
Ele arqueou arrogantemente uma das sobrancelhas, embora não
tenha olhado para cima.
− Sempre soube que senhoritas boas-maneiras aparecem com uma
pá. Achei que era para lançar baboseiras, não para cavar a propriedade das
pessoas.
− E é difícil acreditar que alguém que mora em um lugar como
este tenha as mesmas habilidades sociais de uma vaca.
Ele pregou os olhos cinzentos nela. Carter percebeu que o ar
de especulação havia retornado.
− Bem – ele colocou os papéis em cima da mesa e recostou-se
sobre a cadeira. – Está melhor assim? E irei mais longe ainda: vou lembrar-me
de dizer ‘por favor’ quando pedir para você sair.
À medida que aqueles olhos a penetravam (?), Carter estava
disposta a apostar que aquele homem era mais do que o simples par romântico de
uma loira aguada.
− E então? Pode sair, ‘por favor’? – ele disse de forma
direta.
− Você não pode simplesmente me expulsar antes de me dar uma
chance...
− Não posso? Tenho um documento no cofre no qual diz que
esta é minha propriedade e não acredito que haja alguma cláusula nele que
obrigue a tolerância de invasores hilários.
...
− Quantos anos você tem?
− Vinte e oito.
− Eu diria dezoito. – Farrell olhou para as roupas dela –
Você poderia ser uma babá. Ou mesmo poderia precisar de uma.
− É difícil parecer madura vestindo short jeans rasgado e
uma camiseta – ela respondeu, indignada.
− Foi você que escolheu essa roupa para vestir, não eu.”
Nick é
assim: lindo, rico, poderosíssimo, dominador, mas grosso feito pneu de trator.
Adriana Lima |
Obviamente
a troca de “patadas” não ficou somente nisso; ela consegue ser insistente e ele
arrogante até o cólon fazer bico. E com um não bem redondo ecoando nas têmporas
Carter sai revoltadíssima.
Acontece
que Carter é filha de um dos empresários poderosos que pode ser aliado de Nick
em um de seus mais recentes e importantes empreendimentos e, ao se dar conta do
sobrenome da atraente e desafiadora arqueóloga, ele sai em busca de informações
a seu respeito e descobre que ela se mantem afastada de seu pai, por motivos
que ele também resolve descobrir. O lema “Vale tudo no amor e na guerra” se
enquadra em seu perfil de empresário.
Além da
forte atração que sente por Carter ele resolve que poderá obter vantagens reaproximando
pai e filha. Assim, volta atrás em sua decisão e permite que ela e sua equipe
realizem a escavação.
Farpas
a parte, ambos viverão momentos muito intensos e suas personalidades extremamente
fortes e independentes nos garantem movimentação o tempo todo. Não há espaço
para monotonia, mesmo quando estão longe um do outro.
Obviamente
acostumado a ser desejado por todas as mulheres, Nick fica ainda mais intrigado
por essa mulher que, ainda que demonstre retribuir a atração que sente, está
constantemente fugindo dele.
Já Carter, precisa despir-se de suas desconfianças para poder entregar-se às suas emoções.
“Devagar, ela colocou as mãos sobre as próprias costas e
desamarrou as cordas da parte superior do biquíni, deixando-o cair sobre o chão.
Carter notou que um tremor percorreu o corpo dele, deixando-o atormentado. Quando
ela pôs a mão sobre seu tórax, ele gemeu.
Dessa vez, quando ela a beijou, não houve o menor sinal de
suavidade. O desespero os levou apressadamente até a cabine onde ele a jogou
sobre um dos beliches e a cobriu com o peso do seu corpo. Enquanto ele tirava a
calcinha do biquíni dela e sua própria sunga, as mãos de Carter corriam pelas
largas costas dele, acariciando as curvas dos músculos e sentindo a maciez da
sua pele.”
Eu não
diria que esta é uma relação de gato e rato, mas de gato e gata. Ambos são fortes,
ambos são dominadores ao seu modo e, se há vulnerabilidade, ela está nos dois.
Entre realizar
seu trabalho e lidar com um rival para lá de mau caráter, Carter terá de lidar
com a paixão juvenil que desperta no sobrinho de Nick, com os ciúmes descabidos
deste e com emoções muito fortes que ela evita desde que sua mãe morreu.
Uma coisa
que estranhei nessa história é a ausência de camisinha nas relações. Aqui Ward
ainda não tinha criado a Irmandade da Adaga Negra, série em que os vampiros
mais deliciosos do mundo transam sem o uso de preservativos, uma vez que não
contraem nem transmitem DSTs. Lógico que, como uma pessoa esclarecida, isso não
me influencia, mas acho que muitas pessoas interpretariam isso como algo
normal, mas não é. Este romance foi publicado aqui pela Universo dos Livros há
poucos meses, mas seu original é de 2003, assim os cuidados preventivos contra
a AIDS já estavam a todo vapor.
Tudo
bem, podem dizer que isso é apenas um romance, que é ficção e coisa e tal, mas
como meio de comunicação acho que os livros devem trazer essa conscientização.
Fica o recado: USEM CAMISINHA!
Fora
isso, Nick e Carter são ótimos, a história é muito gostosa e a diversão é
garantida, bem como as emoções fortes.
Eu,
ainda mais encantada com a Ward, sentindo desejos de escrever meus próprios
romances graças à sua carta, fico por aqui, me preparando para minha próxima
aventura literária.
Fiquem
bem e carpe diem.
Eu ainda não sou fã do gênero como vc, leio uma coisa aqui outra ali. Minha praia é a fantasia, em especial a alta-fantasia e o sobrenatural =]
ResponderExcluirMas a vida é feita de fases e nunca sabemos o dia de amanhã =P A tia Nora Roberts já me pegou de jeito, e os dela eu quero ler tds sejam sobre o que for.
miquilis: Bruna Costenaro
Eu me identifiquei um pouco com você. Também gosto muito dos clássicos e grandes autores brasileiros e quando lia no Colégio, além de obrigação, também era um prazer. Mas também gosto de diversificar e minha fase "mulherzinha" veio com Danielle Steel. Nossa! Li tanta coisa dela ... mas depois fui mesclando mais e hoje estou na fase sobrenatural. Bem, de J.R. Ward só conheço IAN mesmo, mas gostei muito das indicações da sexta envenenada de hoje.
ResponderExcluirQue delícia foi ler esta coluna. Realmente sempre tem um livro que você deseja tanto que não se aguenta. Você não sossega até realmente tê-lo. Comigo já aconteceu várias vezes. E os livros dessa autora são um deles. Amo ler seus livros e não posso ficar sem lê-los. São bons demais.
ResponderExcluirTambém li vários clássicos na época da escola e estou mal acostumada agora, faz tempo que não leio livros assim me rendi a livros de mulherzinha.Da J.R.Ward só li IAN e nem terminei a série toda ainda, mas gostei muito desse livro e vou procurar pra ler , nossa cada dia tem mais alguma coisa maravilhosa pra leitura.
ResponderExcluirEu sempre me interesso pelas coisas que vc fala aqui, mas acho que eu não consigo sair da minha 'zona de conforto' dos livros de fantasia/sobrenatural haha
ResponderExcluirConfesso que faz relativamente pouco tempo que comecei a comprar meus livros pra guardá-los e tal. Antes só lia emprestados ou da biblioteca, então não tinha muita opção e continuei sempre nessa mesma linha de gêneros e tal.
Acredito que quando eu ficar um pouco mais velha talvez mude ou me aventure um pouco mais! hehe
E concordo com vc com o que vc disse no final sobre o 'aviso' da camisinha e tudo mais!
Oiii,
ResponderExcluirNo tempo do colégio eu li alguns clássicos, mas te confesso que foi mais por obrigação. Tem um que marcou muito e nunca esqueci. Foi A Moreninha, acho que este foi o primeiro que li e não sei pq, nunca mais esqueci, adorei a história.
Hoje eu gosto de um bom romance, seja ele de qualquer tipo, até os de banca, que amo demais.
Nunca li nada de Ward, até tenho o primeiro da IAN, mas eu tenho tantos para ler que este sempre vai ficando, tenho medo de começar e gostar tanto e ter que comprar os próximos livros que são uma fortuna (todos da Universo dos Livros).
Adorei a tua resenha e este certamente entrará para minha lista de leituras.
Beijos.
Katielle
Oiii Tania!!!!!
ResponderExcluirEita que eu amo essa música de Guilherme Arantes, aliás, essa e várias outras.
Também adoro a Linda, que por sinal, foi você quem me apresentou, rsrsrs, desde aquele dia e do clã dos Mackenzie nunca mais deixei de ler seus livros e adorar cada um deles.
Assim como você sou apaixonada pela IAN (principalmente o Z, rsrsr), e não conhecia essa fase anterior da Ward, mais um pra minha longa e crescente lista de livros.
Mais uma vez adorei o post querida, perfeito, faz com que a gente já entre na atmosfera do romance.
Beijosssss!!!!!!
Eu sempre lia os clássicos na escola sem reclamar,rsrs! Enquanto minhas amigas achavam um saco ler José Alencar, Machado de Assis, eu adorava, nunca tive problemas e eu tb não era uma nerd viu! Mas tb sempre gostei de romances de "mulherzinha" e tinha meus romances de banca, bem escondidinhos porque algumas pessoas achavam eles "proibidos" pra alguém de 13, 14 anos!
ResponderExcluirAdorei esse livro da J.R.Ward, Nick e Carter é um casal delicioso! Já pensou, os autores de romances deviam colocar lembretes no inicio do livro, "Essa é uma obra de ficção, mas sua vida não é, portanto usem camisinha" seria uma boa mesmo né! :P
Amei o Sexta Envenenada dessa semana! :)
Eu adoro ler, cai na rede é peixe. Eu tive a chance de ler os primeiros romances de banca: Sabrina, Júlia e Bianca quando do lançamento. foi um tempo delicioso.E aprecio todos os tipos de leitura, com um pouco de reserva para terror, poesia.
ResponderExcluirO livro é bem o meu estilo, e mais um para minha lista junto com os IAN.
soniacarmo
retalhosnomundo.blogspot.com.br
Não gosto muito de livros com sexo explicito. Acho que sou antiquada... kkkkkkkkkk... Gosto de Romances Históricos pois são apimentados porém sutis.
ResponderExcluirRealmente, a autora deveria ter mais critério quanto ao uso do preservativo, sabemos que algumas pessoas são influenciáveis...
Eu meio que desisti de J. R. Ward, apesar de já ter sido viciada e fissurada na Irmandade, mas acho que ela se perdeu com a Irmandade depois do livro de Rhev... quem sabe me interesso por esse, já que dos sobrenaturais estou farta...
ResponderExcluirAdorei o post!
Beijos
Tambem sou fã do gênero e não conhecia esse livro da J.R. Ward. Gostei da história e da mocinha ter personalidade forte. Muito boa a observação da camisinha. Espero ler em breve.
ResponderExcluirDeve ter alguma coisa errada comigo... Eu não fui seduzida por essa autora. :(
ResponderExcluirTalvez, porque tenha lido apenas os livros sobrenaturais (alguns). Quem sabe em um romance?
Bjs