A castidade com que abria as
coxas
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estreita, como se alargava.
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estreita, como se alargava.
Ah, coito, coito, morte de tão vida,
sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seres
sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seres
em mim ressuscitados. Era Adão,
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.
Roupa e tempo jaziam pelo chão.
E nem restava mais o mundo, à beira
E nem restava mais o mundo, à beira
dessa
moita orvalhada, nem destino”.
Carlos
Drummond de Andrade
Olá, Envenenados!
Pouco antes
da Mathilde embarcar para Nova Iorque, nos encontramos numa pizzaria aqui nas
redondezas para uns dedinhos de prosa e matar a saudade. Entre uma fatia e
outra, claro, o assunto era sempre direcionado para nossos amores em comum. A
novidade naquela noite foi o livro O Desconhecido, da Portia da Costa, que a
editora Planeta editou e a Mathilde estava empolgadíssima.
Naquele
momento ela ainda estava nos primeiros capítulos, mas foi suficiente para me
contaminar com a traça de livro interior. O protagonista já tinha até corpo,
cara e alma.
Fiquei
tão entusiasmada que comecei a lê-lo no mesmo dia. Claro, que nenhuma sinopse
tem o mesmo poder de persuasão de uma amiga que tem gostos semelhantes, paixão
por bons livros e uma mente tão aberta quanto a nossa. Ainda mais quando o
mocinho tem as características que ela me passou. Foi mais ou menos assim: “Ele
lembra aquele ator do qual você me falou, aquele de um musical que você
assistiu...”
Igor Rickli |
“Gentem”,
o carinha em questão é o ator Igor Rickli, de quem falei pelos cotovelos para
várias pessoas, e nem me lembrava de ter babado por ele para a Mathilde. Enfim,
como falo demais mesmo, e me derreto por esse fofo, que hoje está na novela
Flor do Caribe que, infelizmente não assisto, por me recusar a assistir as
tramas atuais, brilhou nos palcos com o musical Hair, onde tive o PRAZER de
vê-lo em carne – e que carne – osso e pelo e que pelo. Além de lindo e
talentoso, ele esse paranaense é um amor. Encantos não faltam.
Então,
quando ele foi associado ao livro, sem contar com as primeiras cenas instigantes
do texto, não tive dúvidas: eu tinha que conferir!
Assim,
meus queridos, contarei para vocês minhas impressões sobre esse Desconhecido,
que realmente me cativou.
Para
dar uma ideia, acho legal colocar aqui a sinopse da história...
Autora: Portia da Costa
Editora: Planeta
Páginas: 304
ISBN: 9788542201130
Ano: 2013
Compre
“A
decisão de Cláudia em não amar de novo está prestes a ser posta à prova quando
seu destino cruza por acaso com o do belo desconhecido...
Uma primeira visão no rio, como
antecipação de um mundo de sensações e descobrimentos. Do meio da tempestade
surge aquele homem, a quem Cláudia decide chamar de Paul, e que mudará sua
vida, abrindo novas portas para a sensibilidade, as relações, o sexo e as
surpresas que a vida esconde até que a verdade se mostre. Buscar sua verdadeira
identidade é ao mesmo tempo algo que se impõe e que a deixa insegura. Ela teme
que, descoberto o segredo daquele jovem, a aventura prazerosa se desmanche no
ar, como uma bolha de sabão numa tarde de verão.
Entre novas aventuras e possibilidades,
esse romance mudará a sua visão sobre o amor e o sexo. O desconhecido chegou
para romper todos os tabus.“
Na verdade Paul chegou rompendo um monte
de coisas, não apenas tabus.
Numa tarde de verão, uma mulher passeava por
sua propriedade quando ouve sons vindos da lagoa, ampla e convidativa, próximo de
onde estava. Parecia que alguém se banhava na lagoa. Como o local estava nos
limites da sua propriedade, ela resolve verificar.
Claudia é viúva há oito meses e está
decidida a não se envolver emocionalmente com mais ninguém. Ela sabe que, cedo
ou tarde, poderá manter encontros, mas nada como o que teve com seu amado
marido.
Eu até entendo essa postura. Depois de
um relacionamento duradouro, algumas pessoas não estão dispostas a ter outra ao
seu lado, não importa o motivo do primeiro relacionamento ter sido
interrompido. Eu mesma não faço questão de manter nada muito sério e duradouro.
Enfim, quando se aproxima o suficiente
para poder ter uma visão da lagoa ao mesmo tempo não se revelando, ela começa a
pensar diferente, quase que instantaneamente...
“Sentado em uma pedra, onde muitas vezes ela mesma se sentara
para balançar os pés na lagoa, estava um homem nu, balançando os pés (também
pensei em outras coisas, crianças). Alto e parecendo jovem, tinha cabelo
castanho comprido e encaracolado, e estava olhando atentamente para baixo, para
a área da tranquila da água em torno de seus tornozelos. O que quer que
estivesse vendo, aquilo o fazia franzir as sobrancelhas.”
Eu franzi as sobrancelhas também, mas de
empolgação, ao imaginar a cena.
Lindo homem... tão digno dos mais
eróticos poemas do mestre!
Quem seria aquele desconhecido que,
mesmo de longe, parecia estar bastante machucado? Teria sofrido algum acidente,
ou teria se metido é uma briga e se deu mal? Obviamente, muitos questionamentos
vieram à mente surpresa de Claudia. Mas, assim como surgiram também
desapareceram: o jovem desconhecido resolve levantar-se e, ao ficar de pé,
proporcionou à sua espectadora uma generosa visão de seu corpo.
Acho muito engraçada a maneira
como alguns escritores se referem aos órgãos sexuais. Aqui, Portia define o “membro”
do nosso desconhecido como “oscilante, considerável e claramente atrevido”.
Tive que rir. Nunca pensei num pênis como sendo atrevido; já pensei em grande,
pequeno, bonito, macio... e por aí a dentro, mas atrevido foi novidade. Assim
como, vagina gritante. Cara! Graças aos deuses que a minha é muda!
Enfim, o nosso absinto da vez,
garante muitas alegrias, não apenas para Claudia, mas para quem curte uma boa
safadeza. O guri é lindo, jovem, deliciosamente sensual e excitantemente vulnerável.
Logo nas primeiras páginas, ele faz algo que, particularmente eu adoro, deixa Claudia
a uma unha do abismo. Enquanto se banhava na lagoa, o guri deu especial atenção
às suas nádegas e ao considerável e atrevido pênis que, em resposta, mostrou-se
pronto para uma bela e milenar manipulação.
De entrada, temos um prato cheio
de promessas extremamente eróticas. Imaginem o prato principal e suas
variações.
Para meu bem cardíaco, embora eu
não sofra de males do coração, existem muitas situações que nosso pobre homem
deverá enfrentar. Uma das mais graves, e a que o leva até onde chegou, é o fato
de ele não se lembrar de absolutamente nada de sua vida – sequer sabe seu nome.
Durante uma tempestade, depois do
anoitecer daquele mesmo dia, Claudia está em casa, desfrutando de um bom vinho,
música agradável e se preparando para fazer o mesmo que seu doce desconhecido
fez, já que sua excitação não diminuiu em nada desde que presenciou tudo o que
ele fez, quando batem à sua porta.
Assustada, mas curiosa, Claudia
atende e não é ninguém menos que o homem da lagoa.
A partir daí, tudo na vida de
ambos toma um rumo totalmente diferente, pois ela não só o recebe, como o
hospeda e tenta ajudá-lo a descobrir sua identidade. Mas, obviamente nossa benfeitora será imensamente
recompensada.
Não vou entrar em detalhes,
claro, pois meu objetivo era falar um pouco desse personagem masculino. Mas posso
garantir que o livro exala erotismo, é tarja preta mesmo, proibido para menores
e cardíacos. Quem tem uma visão cor-de-rosa de livros para adultos, deve estar
com a mente (também) bem aberta para entrar no mundo que Paul apresenta a Claudia. Ele
despertará nela desejos que jamais imaginou. Então, preparem-se, porque o bicho
pega mesmo.
No site da Planeta há a seguinte
frase definindo o livro: “Fantasia feminina sem amarras!”
Eu iria além: Fantasia feminina sem amarras, mas
elas também são bem-vindas! Então, não esperem romance meloso... sofrido...
preparem sua roupa heavy metal, espartilhos
e afins. Eu que não tenho muitos pudores, confesso que corei! Rs
Fico por aqui, nesta Sexta de cinta-liga e salto,
para lá de quente, sem pílula azul!
Fiquem bem, usem tudo o que têm direito, até amarras,
mas não esqueçam a camisinha, e Carpe Diem!
Minha amiga no serviço não gostou muito da leitura e justificou o porque, pelo que ela explicou também não iria gostar muito.... mas agora estou repensando, você apresentou de um jeito totalmente diferente e me deixou curiosa.
ResponderExcluirAcho que vou dar uma chance para poder ter uma opinião mais concreta!!!
Beijos
Vamos lá!
ExcluirNathy, meu amor, obrigada pelo comentário. Demoro, mas respondo.
Sua amiga tem lá seus motivos para não morrer de amores pelo livro: como eu disse, ele não é para pessoas que não curtem o gênero, pois pega muito pesado em determinadas situações. Particularmente, fiquei decepcionada pelo Paul, acho que ele merecia mais, até porque é personagem título, pelo menos mais história dele.
Enfim...
Olha Tânia, vou te confessar que não fiquei tentada a ler esse livro não. Li o primeiro livro da Portia publicado no Brasil, e apesar de não ser nem de longe aquela loucura de 50 tons (que eu confesso não ter curtido), não conseguiu me cativar. Mas como a sua opinião sempre coincide com o que eu gosto, vou ter que colocar O Desconhecido na minha lista de leitura de novo!
ResponderExcluirOi, linda!
ExcluirAcho que toda leitura vale a pena, mesmo que seja para definir se curtimos ou não determinado gênero ou autor... se você já tem uma opinião formada, não sei se este poderia mudá-la.
Uauuuu... me falaram mal desse livro e nem comprei,mas vi que embarquei na pilha errada.. vou atrás dele agora mesmoooooooooo....
ResponderExcluiradorei o post Tânia!! PERFEITO!!!
bjsss
Bianca
http://www.apaixonadasporlivros.com.br/
Oi, Biazinha!
ExcluirOlha, sempre digo que leitura é como perfume, o gosto é muito pessoa. Eu já li alguns que detestei, mas há quem os ame. Acho que vale a pela dar uma chance e comprovar se você foi ou não na pilha. Adorei ver você por aqui novamente!
Saudades!
Esta série já pensei em ler mas não sei... Ainda acho que não rola... Apesar de todas as criticas positivas... Mas gostei da resenha e dos pontos apresentados...
ResponderExcluirOi Tania, ótima resenha como sempre. Eu não conhecia o livro, e apesar de você ter gostado e ter despertado a minha curiosidade, não sei se embarco nesta leitura. Não sou nada puritana, e isso você sabe bem... kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMas, confesso que ando meio saturada de eróticos, e estou tentando não começar novas séries, antes de terminar as que tenho.
Mas, como toda leitora, pode ser que daqui a algum tempo eu resolva ler e conferir se esse desconhecido é bom mesmo. Bjus linda.
Lia Christo
www.docesletras.com.br
Não é o meu tipo de leitura, mas só por lembrar o Igor Rickli eu leria (sério), HAHAHA. Beijos.
ResponderExcluirhttp://literallypitseleh.blogspot.com.br/
Olá Schrotz!
ExcluirO Igor é tudo de bom mesmo!
Quanto ao livro, se for ler, me dê sua opinião!
Beijos
Bom querida, se você corou é porque o negócio deve ser bããão mesmo! De quem é o livro, seu ou da Math? Vou anotar da listinha dos livros "para pegar emprestado!" hahahaha
ResponderExcluirAi Igor, esse homem é sensacional al al al (com eco!)... Qualquer personagem de livro que seja comparável à ele já ganhou meu coraçãozinho. E essa Cláudia hein, que sortuda! Um homem desse no quintal de casa, peladão e sem memória? Acertou na sena e não sabe hahaha
“Oscilante, considerável e claramente atrevido” HAHAHAH gente, essa autora conseguiu novos adjetivos para algo que já tem tantos nomes e apelidos! Palmas para ela, brilhou muito!
Adorei a resenha, como sempre!
Beijos!
Oi, Penélope1
ExcluirO livro é da Mathy e já estou devolvendo!
Oscilante e considerável, e ainda atrevido, fique com vontade de ver.
Te confesso que esperei mais história do Paul... fique na vontade!
Beijos
Eu ri com os adjetivos dados ao membro do rapaz. Rsrsrs
ResponderExcluirFico imaginando que as cenas devem ser bem hots mesmo, hein?!?! Pois chega ao ponto de deixar uma pessoa que já está acostumada a ler algo do tipo corada. Fiquei bem curioso pra ler.
@_Dom_Dom
Olá, Nardonio!
ExcluirEu também ri, e muito, com os adjetivos. Claro que isso desperta nossa mais íntima fera curiosa.
As cenas são hots, quase impossíveis de se imaginar em um livro.
Confesso que curto histórias quentes, mas nada que queime meus neurônios. A trama tem que me oferecer muito mais que sexo a rodo, gosto de ter a sensação de não poder largar o livro enquanto não se resolvam as situações, de histórias que nos deixam tensos, com a incerteza como tempero.
Agora, adorei ver você por aqui. Obrigada e volte sempre!
Beijo