“Homem perfeito
Não existe homem fiel. Você já pode ter
ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade.
Não é desabafo. É palavra de homem que
conhece muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens. Nenhum homem
é fiel, mas pode estar fiel ou porque está apaixonado - algo que não dura muito
tempo - no máximo alguns meses - nem se iluda - ou porque está cercado por todos
os lados (veremos adiante que não adianta cercá-lo - nisso vai se voltar contra
você).
A única exceção é o crente extremamente
convicto.
Se você quer um homem que seja fiel,
procure um crente daqueles bitolados,
mas aguente as outras consequências.
Não desanime.
O homem é capaz de te trair e de te amar ao
mesmo tempo.
A traição do homem é hormonal, efêmera,
para satisfazer a lascívia.
Não é como a da mulher. Mulher tem que
admirar para trair; ter algum envolvimento.
O homem só precisa de uma bunda.
A
mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.[...]
Arnaldo Jabor
Olá, Envenenados!
É tempo de mudanças!
Com três anos de idade e com tantas coisas para trazer, um blog
precisa passar por mudanças. Vimos, no decorrer desses anos, várias alterações,
acréscimos e exclusões.
Esta coluna é um exemplo dos acréscimos e também sofrerá
alterações. Inicialmente idealizada para ser semanal, agora a Sexta Envenenada
passará a ser mensal. Claro, que nada é definitivo, mas, por ora, chegamos a um
consenso e optamos por trazer os nossos absintos apenas uma vez por mês.
Eventualmente poderemos publicar mais de uma, mas, a princípio, saborearemos
esses personagens com suas histórias fantásticas a cada primeira sexta-feira.
Em ano de Bienal aqui no Rio de Janeiro, todos os amantes de
livros estão em polvorosa por conta das atrações aguardadas para o evento.
Principalmente os lançamentos mais esperados. Então, queridos envenenados,
contem com muito mais mudanças nesse recanto literário.
Mas, para encerrar o mês de agosto, com chave de ouro, trouxe
para vocês dois dos meus personagens mais queridos, criados pela minha autora
favorita. Infelizmente, nenhuma editora se dignou a publicar sua história por
aqui, mas Mr. Perfect da Linda Howard é um romance que certamente todos
vão querer conhecer mais.
Quem nunca teve problemas com vizinhos?
Eu já, e ainda tenho. Mas, se meus problemas tivessem origem em um
vizinho como Sam Donovan, certamente eu não os rotularia como problemas.
Mas para Jaine Bright, seu vizinho era o maior de todos os seus
problemas.
Ela comprou sua casa há pouco tempo, numa rua tranquila, com
moradores solícitos e, ao que parecia, se conheciam há anos. Mas ela tinha
justamente que comprar sua tão sonhada casa ao lado do “espírito de porco” da vizinhança.
“Jaine Bright despertou de mau-humor.
Seu vizinho, a ‘praga’ do bairro, entrou em sua casa às três da
manhã, fazendo um barulho insuportável.
Se seu automóvel possuía um silenciador, há tempos deixou de
funcionar. Para piorar a situação, seu quarto ficava exatamente do mesmo lado
da entrada de seu vizinho; mesmo cobrindo a cabeça com o travesseiro não
conseguiu diminuir o som daquele Pontiac de oito cilindros.
Ele fechou a porta de repente, acendeu a luz da cozinha – que
ficava cruelmente e estrategicamente localizada de modo que iluminasse
diretamente os olhos de Jaine, se ela estivesse de frente para a janela, como
era o caso – deixou que a porta batesse três vezes, saiu de novo alguns minutos
depois, voltou a entrar novamente e, evidentemente se esqueceu de apagar a luz
da entrada, já que logo em seguida apagou a da cozinha.
Se soubesse que teria alguém assim como vizinho antes de comprar a
casa, jamais teria feito a compra. Nas duas semanas em que estava morando ali,
aquele sujeito conseguiu destruir toda a felicidade que sentia ao adquirir sua
casa.
Era um bêbado. Mas por que não podia ser um bêbado feliz? –
perguntou-se amargamente. Não, tinha que ser um bêbado áspero e desagradável,
dos que fazem com que as pessoas temam deixar o gato sair quando estava por
perto.
Bubu não era grande coisa como gato – sequer era dela – mas sua
mãe o adorava, assim, Jaine não queria que nada lhe acontecesse enquanto
estivesse cuidando dele até que seus pais voltassem de viagem.
Mas seu vizinho já havia jurado o pobre gato, porque encontrou
suas pegadas em seu para-brisa e capô e, a julga pela sua reação, todo mundo
pensaria que ele tinha um Rolls Roice novo ao invés de um Pontiac de dez anos
com o para-choque cujas manchas de sujeira transbordava por todos os lados.
[...]
Ainda assim, ela tentou ser simpática no dia em que ele descobriu
os rastros do gato, até lhe sorriu, mesmo depois da bronca que ele lhe dera
porque sua festa de inauguração o acordara – às duas da tarde! – assim,
sorrir-lhe era um esforço enorme. Mas o cara não deu a menor importância ao seu
sorridente pedido de paz, pelo contrário, saiu furioso do carro, quase no mesmo
instante em que entrara.
− Que tal se cuidasse do seu gato para que ele não suba no meu
carro, senhora?
Jaine ficou com o sorriso congelado no rosto. Detestava
desperdiçar um sorriso, sobretudo com um indivíduo com a barba por fazer,
mal-humorado e que tinha os olhos injetados de sangue. Vários comentários
furiosos vieram-lhe, mas os reprimiu. Afinal, era nova no bairro e já tinha
começado com o pé esquerdo o aquele cara. A última coisa que queria era uma
declaração de guerra. Então, decidiu tentar a diplomacia uma vez mais, mesmo
que essa atitude não funcionara na festa de abertura de sua casa.
− Sinto muito – disse, mantendo a voz tranquila – tentarei
vigiá-lo. Estou cuidando dele até que meus pais regressem, então não ficará por
aqui muito tempo. Só mais cinco semanas.
O vizinho respondeu com um grunhido impossível de decifrar, entrou
no carro novamente e se afastou fazendo rugir o potente motor, com um som
demoníaco. Jaine inclinou a cabeça, ouvindo. A carroceria do Pontiac tinha um
aspecto deplorável, mas o motor soava como seda. Havia muitos cavalos sob
aquele capô.
Claro que a diplomacia não funcionava com ele.
Mas ali estava, despertando toda a vizinhança às três da manhã com
aquele maldito automóvel. Que injustiça! Ele a exortou porque o despertou às
duas da tarde! Isso lhe deu vontades de ir até a casa dele e tocar a campainha
até que estivesse tão acordado quanto os outros.”
Não, este não é um texto como os outros em que os protagonistas se
bicam no início e, logo depois estão sem enroscando. Não.
Todas as sextas (tinha que ser, né?) ela e três amigas do
Hammerstead Technology, onde trabalhavam, reuniam-se depois do trabalho em um
bar da localidade, para tomas uma taça de vinho, jantar e jogar conversa fora.
Era uma necessidade, porque tralhavam em uma área dominada pelos homens, então
precisavam por os papos “mulherzinha” em dia.
Entre os assuntos, claro, predominava o sexo oposto.
“— Que dia! — disse
no instante em que se jogava na quarta cadeira, que estava vazia. Enquanto dava
graças a Deus, por ser sexta-feira. Tinha sido um asco de dia, mas era o
último, pelo menos até asegunda-feira seguinte.
— Nem me fale! — murmurou Marci, enquanto apagava
um cigarro e se apressava em acender outro. — Ultimamente Brick está
insuportável. É possível que os homens sofram de síndrome pré-menstrual?
— Eles não precisam — disse Jaine, pensando
no tipo que tinha por vizinho... um tipo policial. — Nascem envenenados pela
testosterona.
— OH, é isso o que lhes ocorre? —Marci pôs os
olhos em branco. — Eu acreditava que era pela lua cheia ou algo assim. Nunca se
sabe. Hoje Kellman tocou minha bunda.
— Kellman? —repetiram as outras três ao
uníssono, atônitas, atraindo a atenção de todos os que as rodeavam. Romperam a
rir, pois de todos os possíveis perseguidores, aquele era o menos provável.”
Isso é comum, não importa a cidade, o continente, acho que até
mesmo o planeta, uma hora todas falamos dos homens ou mal deles.
Essas amigas até criaram uma lista das qualidades que um homem
precisa para ser considerado perfeito... sonhem... rs
“— Esta manhã, tive outro incidente com meu
vizinho — disse Jaine suspirando enquanto apoiava os cotovelos sobre a mesa e o
queixo entre os dedos entrelaçados.
— O que foi desta vez?
— Estava com pressa, e ao dar marcha ré bati
no cesto de lixo. Já sabem o que ocorre quando as pessoas estão apressadas.
Esta manhã tudo deu errado. Primeiro, meu cesto do lixo se chocou contra o do
vizinho, e a tampa saltou e rolou rua abaixo. Já podem imaginar o barulho que
armou. Ele saiu pela porta principal como se fosse um urso, chiando que eu era
a pessoa mais ruidosa que tinha conhecido em sua vida.
— Você deveria ter derrubado o cesto de lixo
— disse Marci.
— Ele teria me detido por perturbar a ordem
pública — replicou Jaine em tom doído. — É policial.
— O que? —Todas pareciam incrédulas, pois a
descrição que Jaine fez do homem: olhos avermelhados, barba desalinhada e roupa
suja, não soava muito como a de um policial.
— Suponho que os policiais podem ser tão
bêbados como outro qualquer — disse T. J., ainda sem acreditar.
— Mais que qualquer um, diria eu. Jaine
franziu o cenho recordando o encontro daquela manhã.
— Pensando melhor agora, não cheirava a nada.
Tinha o aspecto de estar há três dias bêbado, mas não cheirava a álcool. Merda,
não quero pensar que possa ter esse mau-humor quando nem sequer está com
ressaca.
— Pague —disse Marci.
— Filha da puta! —exclamou Jaine exasperada
consigo mesma. Fizera um trato com elas de que pagaria a cada uma um quarto de
dólar a cada vez que soltasse um palavrão, com o propósito de que isso a
incentivasse a deixar de pronunciá-los.
— Pague outra vez — riu T.J., estendendo a mão.
Grunhindo, mas tomando cuidado de não
amaldiçoar, Jaine tirou vinte e cinco centavos para cada uma de suas amigas.
Ultimamente se assegurava de levar bastante moedas na bolsa.
— Pelo menos não é mais que um vizinho — disse
Luna em tom consolador. — Pode evitá-lo.
...
— Eu sei que ele
não é perfeito, mas...
— Mas você quer
que seja — terminou T. J.
Jaine sacudiu a
cabeça em um gesto negativo.
— Isso não vai
acontecer — anunciou. — O homem perfeito é pura ficção científica. Claro que
nós, tampouco, somos perfeitas —acrescentou — mas a maioria das mulheres, pelo
menos, tenta. Para mim as relações simplesmente não funcionaram. — ficou em
silêncio durante uns instantes e logo disse em tom desconsolado: — Embora não
me importaria de ter um escravo sexual.
As outras três
estouraram em risadas, inclusive Luna.
— Tampouco eu me
importaria —disse Marci. — Onde poderia conseguir um?
— Tente em
Escravos Sexuais, S.A — sugeriu T. J., e todas voltaram a rir.
— Estou certa
que existe uma página na Web — disse Luna.
— Mas é claro
que existe. —Jaine com um semblante totalmente inexpressivo. —Tenho em minha
lista de favoritos: www.escravossexuais.com.
— Basta indicar
seus requisitos e poderá alugar homem perfeito por horas ou por dias. —T. J.
agitou seu copo de cerveja deixando-se levar pelo entusiasmo.
— Um dia?
Sejamos realistas. —Jaine assobiou. — Uma hora é pedir um milagre.
— Além disso, o
homem perfeito não existe, não lembram? —disse Marci.
— Um de
verdade, não; mas um escravo sexual teria que fingir ser exatamente o que
alguém deseja, não é?
Marci não ia a
nenhuma parte sem sua maleta de couro. Abriu-a e extraiu dela um caderno e uma
caneta que deixou sobre a mesa.
— Com toda
segurança, sim. Vejamos, como seria o homem perfeito?
— Teria que
lavar os pratos sem que ninguém lhe pedisse — disse T. J. pondo uma mão em cima
da mesa e atraindo olhares de curiosidade.
Quando todas
conseguiram deixar de rir o tempo suficiente para falar com coerência, Marci escreveu
no caderno.
— Muito bem,
número um: lavar os pratos.
— Não! Ouça,
lavar os pratos não pode ser a primeira condição — protestou Jaine. — Antes
disso temos outras coisas mais importantes.
— Tá! — disse
Luna. — Falando sério, como acreditam que deveria ser um homem perfeito? Eu
nunca pensei sobre isso. Talvez fosse mais fácil se tivesse claro o que eu
gosto em um homem.
Todas fizeram
uma pausa.
— O homem
perfeito? Sério? —Jaine enrugou o nariz.
— Sério.
— Isto vai
requerer pensar um pouco — declarou Marci.
— Para mim, não
— disse T. J. ao mesmo tempo que a risada desapareceu de seu rosto. — O mais
importante é que queira na vida o mesmo que você quer.
Todas ficaram
em silêncio. A atenção que tinham tomado dos clientes das outras mesas foi
direcionada para outros lados.
— Que queira na
vida o mesmo que você — repetiu Marci ao mesmo tempo em que o escrevia. — Esta
é a primeira condição? Estamos todas de acordo?
— Essa condição
é importante — disse Jaine. — Mas não estou certa de que seja a primeira.
— Então, qual é
primeira para ti?
— A fidelidade.
— Pensou em seu segundo noivo. — A vida é muito curta para esbanjá-la com uma
pessoa da que não se pode confiar. Alguém deveria poder confiar que o homem que
ama não vai mentir, nem enganá-la. Se tiver isso como base, pode-se trabalhar
no resto.
— Para mim,
isso é o primeiro — disse Luna em voz baixa.
T. J. refletiu
um momento.
— De acordo — disse
por fim. — Se Galan não fosse fiel, eu não quereria ter um filho com ele.
— Eu assino embaixo
— disse Marci. — Não suporto um tipo que joga com dois baralhos. Número um: que
seja fiel. Que não minta nem engane.
Todas
assentiram.
— Que mais?
—Permaneceu com a caneta apoiada no caderno.
— Tem que ser
agradável — sugeriu T. J.
— Agradável?
—disse Marci incrédula.
— Sim,
agradável. Quem deseja passar toda a vida com um tipo antipático?
— Ou ser
vizinha dele? [...]
Luna afirmou
com a cabeça.
— Muito bem — disse
Marci. — Até que me convenceu. Eu acredito que não conheci nunca um tipo
agradável. Número dois: agradável. —anotou — Número três? Tenho uma sugestão: quero
um homem que seja confiável. Se disser que vai fazer algo, que o faça. Se tiver
que encontrar-se comigo às sete em um determinado lugar, tem que estar ali às
sete, não chegar tranquilamente às nove e meia ou nem ir. Estamos todas de
acordo nisto?
As quatro
levantaram a mão em um voto afirmativo, e a condição «de confiana» passou a
ocupar a casinha número três.
— Número
quatro?
— O evidente — disse
Jaine. — Um trabalho estável.
Marci fez uma
careta de desgosto.
— Ai. Essa
tocou num ponto sensível. — Naquele momento Brick estava sentado sem fazer nada.
— Um trabalho
estável está incluído no item de confiança — assinalou T. J. — E estou de
acordo, é importante. Manter um emprego estável é sinal de maturidade e de
sentido de responsabilidade.
— Um trabalho
estável — disse Marci, ao mesmo tempo em que escrevia.
— Deve ter senso
de humor — disse Luna.
— Algo mais que
rir com o Cantinflas? — perguntou Jaine.
Todas
estouraram em risadas.
— O que têm que
ver os homens com isso? —perguntou T. J. — E brincadeiras a respeito de funções
corporais?! Ponha isso em primeiro lugar, Marci, nada de brincadeiras no
banheiro!
— Número cinco:
senso de humor — riu Marci, escrevendo. — Para ser sincera, não acredito que
possamos dizer que tipo de humor deve ter.
— Claro que
podemos — corrigiu Jaine. — Vai ser nosso escravo sexual, não te lembra?
— Número seis.
— Marci chamou a atenção dando uns golpinhos com a caneta contra a borda de seu
copo. — Voltemos para o trabalho, senhoras. Qual é a condição número seis?
Todas se
olharam entre si e se elevaram de ombros.
— O dinheiro
não seria mal — sugeriu por fim T. J. — Não é uma condição imprescindível na
vida real, mas isto é uma fantasia, não é assim? O homem perfeito deve ter
dinheiro.
— Tem que ser
asquerosamente rico ou simplesmente gozar de folga econômica?
Aquilo as fez
pensar um pouco mais.
— A mim,
particularmente, eu gostaria que fosse asquerosamente rico —disse Marci.
— Mas se fosse
tão rico, ele iria querer mandar tudo. Estaria acostumado a isso.
— Isso não vai
acontecer de maneira nenhuma. De acordo, que tenha dinheiro está bem, mas não
muito dinheiro. Folgado. O homem perfeito deve ter folga econômica.
Quatro mãos se
elevaram no ar, e a palavra «dinheiro» ficou escrita na casinha número seis.
— Como isto é
uma fantasia —disse Jaine, — deve ser bonito. Não um Adonis de cair morta,
porque isso poderia ser um problema. Luna é a única de nós que é bastante
bonita para manter o tipo ao lado de um homem atrativo.
— Não está me
servindo tão bem, acredito eu —repôs Luna com um pingo de amargura. — Mas sim,
para que o homem perfeito seja perfeito de verdade, tem que dar gosto de olhá-lo.
— Muito bem,
pois a condição número sete é: que dê gosto olhá-lo. — Quando terminou de
escrever, Marci levantou a vista sorridente. — Serei eu a que dirá no que todas
estamos pensando. Tem que ser estupendo na cama. Não basta que seja bom; tem
que ser estupendo. Tem que ser capaz de me arrepiar e deixar louca. Deve ter a
resistência de um puro-sangue de corridas e o entusiasmo de um moço de
dezesseis anos.
Todas riam muito
quando o garçom deixou os pratos sobre a mesa.
— O que é o que
tem tanta graça? —quis saber.
— Você não
entenderia — conseguiu dizer T. J.
— Já sei — disse
com um gesto significativo. — Estão falando de homens.
— Pois não,
estamos falando de ficção científica — replicou Jaine, com o qual provocou
novas gargalhadas. As pessoas das demais mesas voltaram a olhá-las com
curiosidade, tentando entender o que podia ser tão engraçado.
O garçom se
foi. Marci se inclinou sobre a mesa.
— E antes de
que me esqueça, quero que meu homem perfeito tenha umas medidas de vinte e
cinco centímetros!
— Deus Santo!
—T. J. fingiu desmaiar e se abanou com a mão. — O que eu não faria com vinte e
cinco centímetros! Ou melhor, o que poderia fazer eu com vinte e cinco
centímetros!
Jaine estava
rindo tão forte que tinha que apertar a barriga. Custou-lhe muito manter baixo
o tom de voz, e disse entre risadas:
— Vamos!
Qualquer coisa que esteja acima dos vinte centímetros é puramente de exibição.
Existe, mas não se pode usar. É possível que seja bom para vê-lo em um vestiário,
mas encaremos os fatos: esses cinco centímetros a mais são sobras.
— Sobras!
—exclamou Luna apertando o estômago e partindo-se de risada. — Diz que são
sobras!
— OH, meu Deus!
—Marci secou os olhos enquanto escrevia rapidamente. — Isto vai longe. Que mais
deve ter nosso homem perfeito?
T. J. agitou a
mão fracamente.
— A mim — sugeriu
entre risadas. — Pode ter a mim.
— Se não der uma
rasteira em nós para que não o alcancemos — disse Jaine, e levantou seu copo.
As outras três levantaram o seu, e brindaram os cristais com um alegre som. —
Pelo homem perfeito, em qualquer lugar que se encontre!
Enfim, devaneios a parte, Jaine tem o trabalho que ama, as amigas
que adora e com quem se diverte. Apesar de seu infortúnio com o vizinho, não
tem mais do que reclamar, até que uma série de assassinatos se inicia, infelizmente
por conta dessa lista “inocente”, e estando cada vez mais próximo de sua vida,
seu caminho, impreterivelmente terá que cruzar com Sam, muito mais do que ela
desejava.
Sobre Sam, obviamente eles continuam a trocar muitas farpas, mas
quando ela encontra-se acordada, quando deveria estar dormindo tranquilamente,
resolve caminhar pela casa e tem uma surpresa.
“Tomou um café
e contemplou como o céu ia clareando. Era evidente que Bubu a tinha perdoado
por despertá-lo de novo, porque se sentou a seu lado lambendo as patas e
ronronando, cada vez que ela o arranhava detrás das orelhas com gesto
distraído.
O que aconteceu
a seguir não foi culpa dela. Jaine estava de pé junto à pia, lavando a xícara
que tinha usado, quando a luz da cozinha da casa de em frente foi acesa e Sam entrou
em seu campo visual.
Jaine parou de
respirar. Os pulmões se encolheram...
— Santo céu
bendito — murmurou, e então conseguiu inalar ar.
Estava vendo
uma porção maior de Sam do que alguma vez esperou ver; na realidade, estava
vendo tudo. Sam estava de pé na frente da geladeira, completamente nu. Assim teve
tempo de admirar sua nádegas antes de que ele tirasse uma garrafa de suco de
laranja, desenroscasse a tampa e o levasse a boca ao mesmo tempo que dava meia
volta.
Jaine esqueceu
as nádegas. Era mais impressionante vindo que indo, e isso já era dizer algo,
porque tinha um bumbum mais que bonito. Aquele homem era soberbamente bem
dotado.
— Meu Deus, Bubu!
— disse com uma exclamação afogada.
O certo era que
Sam estava muito bom por toda parte. Era alto, de cintura magra e musculatura
forte. Jaine cravou o olhar um pouco mais acima e viu que possuía um peito
atrativo e peludo. Já sabia que era bonito de rosto, embora fosse um tanto
machucado. Olhos escuros e sexy, dentes brancos e uma risada agradável. E
soberbamente bem dotado.
Levou-se uma
mão ao peito. O coração estava fazendo algo mais que pulsar com força; estava
tentando abrir passagem com golpes através do esterno. Àquela excitação se
uniram também outras partes de seu corpo. Em um instante de loucura, pensou em
correr para sua casa e lhe servir de colchão.
...
Jaine se
agarrou a pia para não desmoronar-se e terminar no chão. Ainda bem que tinha
renunciado aos homens, porque do contrário talvez tivesse saído correndo e ido
direto à porta de seu vizinho. Mas com homens ou sem eles, ainda apreciava a
arte, e seu vizinho era uma obra de arte, uma mescla entre a clássica estátua
grega e uma estrela do pornô.”
Sam e Jaine ainda vão passar por muitas situações, boas e ruins,
muito ruins. Mas sua história está longe se ser um romance adocicado, na
verdade vivemos com eles um mistério extremamente perigoso, a adrenalina aqui
corre solta.
Mr. Perfect é bem o estilo de livro que amo ler, tem de tudo:
humor, calorosas discussões, mistério, policial, homens maravilhosos e críveis,
mulheres fortes e possíveis. Claro, este é um livro da minha autora que
encabeça a lista das minhas favoritas.
Eu fico por aqui, encerrando um ciclo de Sexta Envenenada semanal,
mas com a promessa de que muitas emoções ainda estão por vir.
Obrigada a todos pela paciência e pelo carinho que têm demonstrado
durante este primeiro ano.
Fiquem bem e carpe diem.
Uau, amei. Agora quero logo ler este bendito livro. SOCORRO, vou falir. Você elogiou tanto que tem como não ler? kkkkkkkkkkk...
ResponderExcluirNão conhecia, mais você me deixou muito curiosa com essa história. Mais que vizinho ela tem! Se fosse eu já estaria arrancando os cabelos de raiva. Adorei seus comentários sobre o livro e vou ver se consigo ler. Beijos.
ResponderExcluirO livro realmente me chamou a atenção, pois tem muita coisa que eu gosto bastante. E alguma dúvida de que essas picuinhas e "ódio eterno" não tem nada por trás?!?! Rsrsrs
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Uma das coisas bacanas dessa coluna foi que eu conheci autores que talvez não chegasse a conhecer, como é o caso de Linda Howard. Agora, mesmo que mensal, sei que continuarei a ser apresentada a grandes autores do gênero que fazem da sexta um dia mais envenenado. Bem, é mais um livro que entra para aquela famosa listinha interminável.
ResponderExcluirAs vezes de cara assim, vamos ficar um pouco chateados por essa coluna ser apenas 1 vez por mes, mas quem sabe isso vai nos deixar mais ansiosos pra que chegue logo o dia pra vermos o que voce nos reserva de bom no mes né,rsrs! Com certeza o sucesso continuará e talvez até aumente!
ResponderExcluirO livro de hoje me deixou curiosa demais pra saber um pouco mais desse vizinho "espirito de porco",hehehe! Gosto de tramas que envolvem vários gêneros literários, achei um livro perfeito, e é claro que se alguma Editora fizer o grande favor de publica-lo aqui, vou ler! :)
Esse livro parece ser muito bom, eu ainda não conhecia, mas fiquei muito curiosa pra conhecer mais do "espirito de porco". E eu também adoro livros assim com humor, mistério, homens maravilhosos...
ResponderExcluirEu gosto tanto dessa coluna, só é uma pena que agora seja só uma vez por mês :/
Bjs
eu não conhecia nem a autora e nem o livro, mas a autora parece ser muito boa (porque você elogiou bastante ela) e o livro parece ser muito divertido e gostoso de ler. Pena que nenhuma editora quis trazer o livro pra cá :/
ResponderExcluirQue pena que a coluna vai ser mensal, gosto muito dela. Armaria quero demais esse livro!!
ResponderExcluirQuerendo ler coisas dela, parece tããããããão bom! Pena que a coluna passou a ser mensal, mas assim é até bom pra quem escreve né, tem tempo de fazer uma bem mais especial não é? Semanal é legal porque a cada semana é uma dica nova, mas tudo bem, pelo menos ainda está de pé.
ResponderExcluirEu estou gostando muito da coluna por que estou conhecendo muitos autores novos, e me deixando louca com tanto livro que quero, pena que vai ser mensal, vamos ficar sentindo falta. Que vizinho heim !!!
ResponderExcluir