“Meu coração, sem direção
Voando só por voar
Sem saber onde chegar
Sonhando em te encontrar
Voando só por voar
Sem saber onde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas
Que hoje eu descobri
No seu olhar
As estrelas vão me guiar
Que hoje eu descobri
No seu olhar
As estrelas vão me guiar
Se eu não te amasse tanto
assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto
assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração
Hoje eu sei, eu te amei
No vento de um temporal
Mas fui mais, muito além
Do tempo do vendaval
No vento de um temporal
Mas fui mais, muito além
Do tempo do vendaval
Nos desejos
Num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal
Num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal
Se eu não te amasse tanto
assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto
assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração”
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração”
Se eu não te amasse tanto assim
Olá, Envenenados!
Após
um período de bloqueio – criativo, de tesão, de disposição e outras coisinhas –
estou de volta com mais uma Sexta Envenenada.
Na
verdade, o bloqueio continua – bem aqui em um dos ombros, e a preguiça no
outro. Ficam aqui, apostando para ver qual dos dois é mais convincente. E eu,
entre ambos, lutando, sabe-se lá como, para despistar ambos.
Daí
eu penso no livro sobre o qual quero falar hoje e dou uma pernada nesses dois.
Segredos
de um Pecador encerra, infelizmente, uma das primeiras séries de Romances de
Época da nossa querida Editora Arqueiro – Os
Rothwells, de Madeline Hunter.
Na
verdade, foi dela o primeiro Romance de Época que li e me apaixonei
eternamente.
Esta
série conta as histórias dos irmãos Rothwells, de seus amores e seus amigos
também, pois Madeline é dessas autoras que não nos aprisionam em um único
casal. Eu fico muito à vontade com seu estilo, pois acho que há muito mais para
ser explorado num romance do que apenas as aventuras e desventuras de dois
protagonistas.
Finalmente
podemos conhecer mais sobre o marquês de Easterbrook, Christian Rothwell.
Digo
conhecer mais porque ele teve participações marcantes nos primeiros livros da
série, quando teve importante papel nas histórias de seus irmãos e até mesmo
sua boa relação com sua primeira cunhada, Alexia, em As Regras da Sedução. Esta
afinidade fez com que ele também fosse fundamental nas vidas de Kyle e Roselyn, prima de Alexia, no terceiro livro da série, Jogos do Prazer.
Também
é preciso lembrar que foi graças às suas ordens e influência que seu irmão
caçula caiu nas graças de Phaedra Blair.
Mas,
apesar de ser um personagem de grande valor em todos os três primeiros livros,
Lorde Easterbrook conseguiu manter grande parte de si mesmo sempre nas sombras.
Desde o início, mostrou-se alguém que pouco ou nenhum valor dava às exigências de
etiqueta da sociedade londrina do século XIX, embora sua preocupação com a
família e a retidão de caráter fossem também traços muito importantes desse
absinto de hoje.
Mas
será em Segredos de um Pecador que poderemos desvendar os segredos de um dos
personagens mais enigmáticos do universo dos Romances de Época.
“Leona
Montomery foi criada na China. Com pai inglês e mãe portuguesa, aprendeu desde
cedo a se adaptar aos costumes de outras terras e adquiriu uma cultura e sofisticação
incomuns às mulheres de seu tempo. Por isso, quando o pai, já viúvo, morreu,
deixando os dois filhos em uma situação financeira difícil, Leona assumiu os
cuidados do irmão caçula e os negócios da família. Trabalhando pela recuperação
da Montgomery & Tavares, ela viajou por diversos países, negociou com
homens rudes e enfrentou piratas. Recém-chegada a Londres, agora espera fechar
parcerias comerciais e dar sequência a uma investigação que o pai não pôde
concluir.
Mas
estar em Londres significa algo mais. Sete anos atrás, Edmund, um naturalista inglês,
deixou Macau à noite, depois de um beijo de despedida que Leona nunca esqueceu,
e retornou à Inglaterra.
O que
ela não poderia imaginar era que Edmund, na verdade, é Christian Rothwell, o
marquês de Easterbrook, um homem poderoso envolto e mistérios – e que talvez se
beneficiasse com o fim das investigações de seu pai..
Dividida
entre o dever e a tentação, é na cama do marquês que ela fará suas maiores descobertas.”
Oh!
Delícia! Nós também faremos incríveis descobertas sobre esse homem avesso aos “mimimis”
londrinos.
Easterbrook
é um mistério até mesmo para seus irmãos Hayden e Elliot.
Os três
irmãos compartilham além do DNA, claro, alguns traços de personalidade, tais
como a introversão e inteligência. A hombridade e o senso de justiça também
fazem parte das semelhanças dos Rothwells.
Conforme
suas histórias vão sendo contadas, também vão sendo reveladas características
como o instinto dominador, protetor e, às vezes, autoritário, desse trio. Por outro
lado, longe de nos revoltarmos com eles, conseguimos perceber o quão
atormentados eles são por conta da infância que tiveram.
Não.
Ao contrário da moda literária atual, eles não foram molestados, nem sofreram
abandono por parte de seus pais. Mas viram uma relação doentia transformar sua
mãe em uma reclusa e seu pai em um homem cada vez mais inalcançável.
Esta
relação familiar deixou marcas profundas nos três, sobretudo em Christian, que
revelou possuir o dom especial de sua mãe e que o impeliu ainda mais a
isolar-se dos demais.
Ele
possui uma sensibilidade de perceber os sentimentos e as emoções alheias. Ao contrário
do que possa parecer, ele não tira tanto proveito da situação, pois precisa
evitar estar entre muitas pessoas ao mesmo tempo, pois a conexão que faz com
elas só o perturba e desgasta.
A única
pessoa de quem ele ainda pode se aproximar sem ser perturbado e não fazer ideia
do que pensa ou sente é Leona Montgomery.
E com
Leona, finalmente, ele consegue respirar e relaxar, ainda que tenha que manter
sua identidade em segredo.
Quando
ela retorna a Londres buscando parceiros comerciais, Christian não consegue
manter-se longe e faz com que seus homens a levem para encontrá-lo.
Por
ela estar sempre sob a proteção de Tong Wei, seus homens tiveram que esperar um
momento de descuido da senhorita Montgomery e levá-la, de maneira forçada já
que mostrava-se resistente ao “convite”, causando-lhe um misto de indignação e
pânico.
“– Nós a trouxemos. Ela finalmente saiu
de casa sem aquele chinês.
Christian se serviu de um pouco de
ponche.
– Conseguiu evitar um espetáculo
público, Miller?
– Por pouco. Foi prudente ter levado os
outros dois. Ela começou a suspeitar, então tivemos que agir rápido antes que
escapasse ou gritasse.
– Vocês não a machucaram, imagino. Do
contrário, terei que matá-los.
Miller tratou o alerta como uma
brincadeira, mas sua arrogância e autoconfiança diminuíram o suficiente para
indicar que não tinha certeza absoluta de não se tratar de uma ameaça real.
Como Christian também não tinha certeza, deixou Miller suar um pouco.
– Apenas seu orgulho foi ferido, eu
garanto.
...
–
Ela nos acusou de sequestro – contou Miller.
– Porque vocês a sequestraram.
– Ela disse que vai às autoridades.
– Onde ela está?
– No quarto verde. Nós a acompanhamos
pela escadaria dos empregados para que Lady Wallingford não tomasse
conhecimento.
Leona andava de um lado para outro em
sua prisão opulenta, fervilhando de irritação.
Era difícil manter a dignidade depois
de ser arrancada da rua como uma bagagem perdida. Ainda assim, Leona tinha
esperança de haver conseguido.
...
Não tão bela, mas, com alguma sorte,
bela o bastante.
Tirou o chapéu e o colocou sobre a
mesa. Beliscou as maçãs do rosto para que ficassem coradas.
– Está se arrumando para mim, Srta.
Montgomery?
A voz a assustou. Seu olhar se desviou
do próprio reflexo para o do quarto atrás de si.
Viu botas pretas de cano alto e culotes
justos nas sombras próximas à porta. Abaixou-se até que as dobras brancas de
uma camisa apareceram, depois as pontas de cabelos bem pretos. O intruso
parecia um criado, e bem simplório, uma vez que usava vestes tão informais.
...
Ela se endireitou e imaginou que linha
de raciocínio poderia impressionar um homem como ele. Virou-se para
cumprimentá-lo com calma e graça.
– O senhor é lorde Easterbrook?
– Sim, sou.
– Seu convite foi inesperado, lorde
Easterbrook, mas fico encantada em conhecê-lo.
Ela fez uma pequena reverência.
Ele parecia esperar algo mais. Ela não
conseguiu imaginar o que poderia ser. Seu sorriso começou a parecer estranho e
forçado.
...
Ele por fim se curvou.
– Por favor, perdoe-me pelo modo rude
com que foi trazida até aqui. Minha única desculpa é minha impaciência em
encontrá-la a sós.
...
– Edmund?”
Um olhar, uma
revelação. Uma confusão de emoções e um romance de tirar o fôlego e nos encher
de sensações e expectativas.
Ele é forte,
inteligente, sedutor, arrogante e dominador – ao ponto de dar vontade de
acertar-lhe um soco, mas, ao mesmo tempo carente, e desesperado por paz. Esta paz
só será alcançada ao lado de uma mulher. Somente ela será capaz de dar-lhe o
conforto que há tanto tempo anseia.
Só que não.
Leona tem responsabilidades
e compromissos, e fará descobertas que estremecerão suas emoções, sua relação
com Christian e a maneira como via sua vida, seu pai e seu destino.
Madeline Hunter
me cativou por seu estilo Linda Howard de escrever. Há muita coisa acontecendo
além da cama dos protagonistas, o mundo não vai girar em torno deles, não o
tempo todo. Outras pessoas, outras histórias dependem e acontecem apesar da
história central.
Além disso, há uma
dinâmica digna de romances policiais, há investigações, revelações, crimes
acontecendo. E nossos mocinhos e mocinhas precisam ser muito dignos para sair
inteiros e renovados dessas situações.
E, claro, há a
tão esperada e deliciosa sedução, há os beijos apaixonados, os lábios quentes,
a língua sedenta, as mãos, as pernas, o sexo cru e avassalador – no estilo “você-vai-ficar-constrangida-se-estiver-lendo-fora-de-casa”.
“–
Vim lhe pedir um favor – disse ela em voz baixa, gaguejando um pouco, como se
não tivesse fôlego suficiente para uma frase inteira.
– Não é só por isso
está aqui.
– Certamente é.
– Não, não é. E o
favor pode esperar.
Ele atravessou o cômodo e a tomou nos
braços.
Ardor. Insanidade. Não houve sutileza na
forma como ele a beijou e nenhuma boa maneira adequada a senhoras no jeito como
ela o agarrou. De repente, ela estava juntou ao corpo dele, aprisionada por
seus braços, aceitando sua paixão e retribuindo na mesma medida.
– Não foi para isso que vim – murmurou ela
em meio a beijos fervorosos.
– É claro que foi.
Tinha sido? Não importava.
...
Os pés dela saíram do chão. A sala girou. Algo
suave surgiu sob seu rosto. Um apoio, sob seu abdome. A tempestade clareou de
leve. Ela abriu os olhos. O apoio era o braço de um sofá. Christian a colocara
de bruços, com o rosto encostado no assento.
Ela o sentiu chegar por trás, depois as mãos
dele em seu traseiro, acariciando a seda sob seu vestido. As saias e anáguas
foram erguidas devagar. Devagar demais. Leona levou o punho à boca para
silenciar gemidos que queriam escapar.”
Tá bom pra
vocês??? Senti as bochechas esquentarem ao relembrar a cena. Agora, imaginem
como é – sei que conseguem – ler essas pérolas dentro de um ônibus, metrô...
enfim.
A série sobre os
Rothwells é uma receita incrível, de uma autora maravilhosa, que soube colocar
na medida certa amor, sexo, amizade, família, honra, lealdade e justiça – não necessariamente
nesta ordem – sem ser piegas.
Vou terminando
esta coluna, informando que estarei amanhã na Livraria Travessa do Barra
Shopping para o Encontro de Fãs de Romances de Época da Editora Arqueiro, e, a
convite da querida Elimar, vou falar um pouco sobre uma das grandes autoras
dessa série. Imaginem de quem estou falando!
Vai ser maravilhoso
poder estar com outras gurias, e guris também, que igualmente amam essas publicações e compartilhar
nossas impressões ao vivo e com muitas cores!
Esperamos vocês a
partir das 15 horas!
Fiquem bem e
Carpe Diem!
Ai... que delícia de resenha!!!
ResponderExcluirO meu primeiro Romance de época também foi dessa autora e como você... também me apaixonei!!
Ainda não li o livro, mas vou ler assim que terminar o delícia de O Príncipe dos Canalhas!!
Bjs!!!
Oi, querida!
ExcluirEssa é uma das minhas queridas! Suas histórias são fortes, bem como seus personagens.
Pena que a Arqueiro não tem mais histórias dela pra publicar!
Beijão!