Tudo que
se quer
Esquece o
que passou...
Aqui neste
momento.
Silêncio e
sentimento
Sou o teu
poeta
Eu sou o
teu cantor
Teu rei e
teu escravo
Teu rio e
tua estrada
Vem comigo
meu amado amigo
Nessa
noite clara de verão
Seja
sempre o meu melhor presente
Seja tudo
sempre, como é
É tudo que
se quer
Leve como
o vento
Quente
como o sol
Em paz na
claridade
Sem medo e
sem saudade
Livre como
um sonho
Alegre
como a luz
Desejo e
fantasia
Em plena
harmonia
Eu sou o
teu homem
Sou teu
pai, teu filho
Sou aquele
que te tem amor
Sou teu
par, o teu melhor amigo
Vou
contigo seja aonde for
E onde
estiver, estou
Vem comigo
meu amado
Amigo
Sou teu
barco, neste mar de amor
Sou a vela
que te leva longe
Da tristeza
Eu sei, eu
vou
E onde
estiver estou.
Emilio
Santiago e Verônica Sabino
Olá, Envenenados!
O
esperar de uma série de livros?
Muitas
vezes, queremos muito ler um determinado livro, mas desanimamos quando sabemos
que ele faz parte de uma série. Então, não faltam motivos para evitar a
leitura. Pelo menos, nesses anos escrevendo sobre algumas séries, vi algumas
pessoas dizendo que não o leria porque a editora demora muito tempo para publicar
o próximo, ou porque o preço é alto, ou porque isso, ou porque aquilo.
Enfim,
em muitos casos eu concordo.
Porém,
quando se trata dos romances de época que têm sido lançados há alguns anos, não
temos do que reclamar. Além de terem seus lançamentos em prazos mais curtos, os
valores são bem convidativos, e nós agradecemos. Outro ponto extremamente
positivo é o fato de termos várias autoras e vários títulos de séries distintas
sendo publicados. Então, é só correr para o abraço!
Na
semana passada eu trouxe uma nova descoberta – ao menos para mim, que foi o
trabalho da autora Tessa Dare, que me impressionou sobremaneira.
Comecei
a acompanhar a Série Spindle Cove, cujo primeiro volume, Uma Noite para se
Entregar, conta a história de Susanna Finch e Victor Bramwell. O livro, como eu
disse na época, é fenomenal, a história indizível.
Para o primeiro de
uma série, Uma Noite para se Entregar foi realmente perfeito. E a gente até
espera que o seguinte seja tão bom... melhor... acho difícil alguém esperar que
um segundo livro seja melhor.
Mas, minha gente
querida, Uma Semana para se Entregar, lançado há pouco pela Gutenber, conseguiu
essa façanha, tanto que estou preparando meu coraçãozinho para o próximo
volume.
Eu já estava
atraída por Colin Sandhurst, o lorde Payne, por ser um cara divertido,
debochado, urbano até o osso – não que eu seja urbana de coração, mas para
alguém extremamente urbano, a vida no campo pode ser sofrível, o que dá um
tempero a mais na receita da história.
Colin é o primo
libertino de Bramwell.
Por ser um devasso inconsequente,
Colin tem sua fortuna administrada pelo metódico primo até seu aniversário ou
até que se case.
O fato é que este
romance surpreendeu não apenas pela escrita incrível de Tessa Dare, mas pelas
circunstâncias totalmente inusitadas pelas quais os protagonistas passam.
“O que pode acontecer quando um canalha
decide acompanhar uma mulher inteligente em uma viagem?
A bela e inteligente geóloga Minerva
Highwood, uma das solteiras convictas de Spindle Cove, precisa ir à Escócia
para apresentar uma grande descoberta em um importante simpósio. Mas para que
isso aconteça, ela precisará encontrar alguém que a leve.
Colin Sandhurst Payne, o Lorde Payne, um
libertino de primeira, quer estar em qualquer lugar – menos em Spindle Cove.
Minerva decide, então, que ele é a pessoa ideal para embarcar com ela em sua
aventura. Mas como uma mulher solteira poderia viajar acompanhada por um homem
sem reputação?
Esses parceiros improváveis têm uma semana
para convencer suas famílias de que estão apaixonados, forjar uma fuga, correr
de bandidos armados, sobreviver aos seus piores pesadelos e viajar 400 milhas
sem se matar. Tudo isso dividindo uma pequena carruagem de dia e compartilhando
uma cama menor ainda à noite. Mas durante essa conturbada convivência, Colin
revela um caráter muito mais profundo que seu exterior jovial, e Minerva prova
que a concha em que vive esconde uma bela e brilhante alma.
Talvez uma semana seja tempo suficiente
para encontrarem um mundo de problemas. Ou, quem sabe, um amor eterno.”
Eu estava
acostumada a histórias em que um dos dois tem uma situação financeira louvável
e acaba auxiliando o outro de alguma maneira, mas aqui, ambos estão contando os
tostões para conseguir superar suas dificuldades.
Isso, entre outras
coisas, os colocará em situações muito complicadas, durante as quais eles vão
se revelando um para o outro e para nós.
Minerva Highwood é
o patinho feio das três irmãs, sempre metida em seus livros, e suas pesquisas,
ela não está tão preocupada em encontrar o amor, por achar que esse está
perdido para ela. Mas se convence de que sua irmã mais velha merece algo melhor
do que o devasso Lorde Payne, alvo da cobiça de sua mãe.
Acostumada a ser
menosprezada pela mãe, Minerva acredita que sua felicidade depende apenas dela
e de seus estudos. E isso a torna o par mais improvável para Colin, que nunca
acerta seu nome – Margarida, Marissa, Mathilda, Melinda... enfim, uma lista
interminável de nomes iniciados com a letra M, menos Minerva.
Certa de que a
solução para os seus problemas e de sua irmã e tirá-lo de Spindle Cove, ela
decide que eles devem fugir, para que possa chegar à Escócia e apresentar suas
descobertas num simpósio de geologia.
Mas Colin não acha
que esta seria a melhor das soluções e resiste até o último momento, quando
percebe que não tem outra alternativa, a não ser acompanhar a moça e tentar protege-la
enquanto tenta demovê-la dessa decisão.
Mesmo antes de
começarem esta aventura, ele a avisa sobre suas condições para que fugissem
para a Escócia:
“’Não, não, não. Eu lhe disse na outra
noite, um visconde não viaja em uma carruagem do correio. E este visconde em
particular não viaja em carruagem pública.’
‘Espere um pouco.’ A vela tremeu. ‘Como
você achou que viajaríamos para Edimburgo, se não em uma carruagem pública?’
‘De qualquer forma, nós não iremos
viajar para Edimburgo. Mas... se fôssemos, teríamos que achar outro meio de
transporte.’
‘Como o quê? Tapete mágico?’
‘Algo como um cabriolé particular, com
cocheiros contratados. Você viajaria dentro dele, e eu iria fora, a cavalo.’
‘Isso custaria uma fortuna.’
‘Quando se trata de viajar, tenho
minhas condições.’ Ele deu de ombros. ‘Eu não viajo de carruagem fechada, e não
viajo à noite.’
‘Também não viaja à noite? Mas as
carruagens mais rápidas viajam à noite. A viagem demoraria o dobro do tempo.
‘Então, que bom que nós não vamos, não
é mesmo?
Ela ergueu a vela e o encarou.
‘Você só esta arrumando desculpas.
Você quer romper nosso acordo...
‘Que acordo? Nós nunca fizemos
qualquer acordo.
... ‘Então eu tenho algumas regras
simples. Não viajo à noite. Não viajo em carruagens fechadas. Ah, e não durmo
sozinho.” Uma careta contorceu sua boca. ‘Essa última não é tanto uma regra,
mas um fato.’”
Pode
parecer que ele é fresco, pedante, ou que simplesmente quer arrumar desculpas
para que não façam essa viagem, mas ele realmente tem motivos para todas essas
regras. Motivos fortes que poucas pessoas conhecem, mas que com tempo, ele
acaba relevando para Minerva.
Esses
dois são criaturas ímpares, que implicam o tempo todo um com o outro, que
escondem, desde o início um desejo de conhecer melhor o outro, um desejo de
estar mais próximo do outro.
Se existem
personagens cujas aventuras, diálogos e sensualidade eu gostaria de vivenciar,
estes personagens são Colin e Minerva.
Entre
uma encenação e outra, eles vão trilhando seu caminho em direção à Escócia e, o
melhor de tudo, continuam a se provocar e durante esse tempo começam a se
descobrir. Nunca marquei tantas passagens inesquecíveis em um livro, como em
Uma Semana para se Entregar.
Uma leitura
atraente, divertida, ao mesmo tempo em que contesta a situação da mulher no
século XIX, e muito, muito erótica.
Sério.
Em quase todo o livro, desejei ardentemente que alguém falasse comigo como
Colin, me olhasse e me tocasse como ele fez com Minerva.
Ao mesmo
tempo, a gente se encanta com ela, por sua maneira prática e científica de ver
as coisas, além da inexperiência e da curiosidade que sente por ele. Tudo isso
sem frescuras, sem se mostrar indefesa; a típica mocinha em perigo.
“’Não preste atenção em
mim, querida. Meu saco está doendo, e meu orgulho ferido. Estou azedo e me
sentindo muito mal esta noite. Se você sabe o que é bom para você, é melhor me
ignorar e procurar dormir.’
‘Por que seu saco está
doendo?’ Ela sentou na cama. ‘Está machucado? Foi o bandido?’
Com um gemido, ele cobriu
os olhos com o braço.
‘Minha querida garota, você
pode ser uma geóloga brilhante, mas sua compreensão de biologia é realmente
terrível.’
Ela olhou para a frente da
calça dele. Estava impressionantemente armada.
‘Durma, M.’
‘Não, acho que não vou
dormir. Não ainda.’ Com determinação, ela se pôs a desabotoar a abertura da
calça. Minerva conseguiu abrir completamente um lado antes que ele conseguisse
se erguer com os cotovelos.
‘O que você está fazendo?’
‘Satisfazendo minha
curiosidade.’ Ela enfiou a mão por baixo do tecido e eles estremeceu. Uma onde
de poder correu pelo corpo dela. O vinho que tinha bebido na sala de jogos
estava fazendo efeito, derretendo suas inibições. Ela queria saber, ver tocar –
aquela parte mais honesta, mas real dele. Isso não mente.’’
Não tenho
palavras para expressar minhas impressões sobre este livro, não apenas pelas
partes sensuais como essa que transcrevi, e olha que há muito mais e mais
fortes que esta, claro. Mas vale dizer que, há tempos não releio um livro,
principalmente logo após ter terminado a primeira leitura.
Há
alguns dias compartilhei uma figura no Facebook, pois me identifico com o que
vinha escrito nela: “No fundo, bem no fundo, quase achando petróleo, eu sou romântica.”
É a mais pura verdade, mas a romântica escondida num poço de petróleo aparece
imediatamente quando uma história fala de personagens cheios de defeitos,
tantos que não conseguem enxergar o melhor que existe neles. Personagens que
têm seus fantasmas e que não se consideram dignos do outro ou de qualquer
parcela de felicidade que possa existir para eles neste mundo.
E, o
mais incrível nisso tudo, a gente lê, se identifica, fica na torcida, com o
coração na mão, mas não sente pena deles, pois, apesar de tudo, são
inteligentes, divertidos e fortes.
Abençoada
Gutenberg, não tarde a publicar o próximo volume desta série e parabéns pela
edição e por trazer esse trabalho gostoso da Tessa Dare.
Vou
ficando por aqui, voltando a minha releitura de Uma Semana para se Entregar e
desejando a todos uma Sexta maravilhosa e um fim de semana de paz, saúde e
muito amor.
Fiquem bem e
Carpe Diem!
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