O amor já
estava escrito
Já estava
prometido
Você viria
pra mim
Eu sei um
dia serei
O seu amor
pra sempre
Por seu
amor existo
Por ele eu
não desisto
Estrelas
podem cair
Castelos
podem ruir
E quando
você chegar
Sei que te
amarei pra sempre
Te vejo em
sonhos
E somente
eu sei o quanto eui te esperei
Vem me
tirar dessa prisão de somente de ter
De somente
te ver
Se eu
sonhar outra vez
Eu sei que
o amor existe
Que o amor
jamais desiste
Que vence
mil temporais
Que
enfrentaria outros mais
O amor vai
nos encontrar
Vai nos
libertar pra sempre
Te vejo em
sonho
E somente
eu sei o quanto eu te esperei
Vem me
tirar dessa prisão de somente te ter
De somente
te ter
Se eu
sonhar outra vez.
Verônica
Sabino
Olá, Envenenados!
Fenomenal adj. 2g. 1 que tem a natureza ou a qualidade de
um fenômeno 2 fig. excepcional, admirável.
Fenômeno s.m. 1 qualquer fato observável na natureza 2 p. ext. Fato de interesse
científico 3 acontecimento raro e
surpreendente 4 p. ext. indivíduo de qualidade rara.
Indizível adj. 2g. 1 que não pode ou não deve ser
expresso em palavras 2 que foge ao
comum; extraordinário.
Procurando algumas
poucas palavras, que simbolizassem minha reação a alguns acontecimentos em
minha vida nas últimas semanas, só pude pensar nestes três verbetes. E, depois que
me explicar, acredito que vocês concordarão que todos os significados cabem aos
fatos.
No dia 4 de setembro
vivi uma emoção indizível, na qual só pude acreditar porque não costumo andar
enquanto durmo, e porque outras pessoas estavam presentes e registraram o
momento.
Depois de meses,
apenas falando sobre seus livros publicados aqui no Brasil pela Editora
Arqueiro, tive a honra e a felicidade de conhecer pessoalmente a nossa querida
escritora Julia Quinn.
Ainda hoje me
emociono ao pensar que tive a oportunidade de vê-la de perto, abraçá-la – na verdade
foi ela quem abraçou porque eu mesma fiquei em estado de total inércia
(patética), ouvi-la e passar umas boas duas horas em sua presença.
Há alguns anos,
minha irmã me presenteou com um ingresso para o primeiro show do Paul McCartney
do Rio de Janeiro. Conhecedora da minha paixão pelos Beatles e pelo cantor, ela
realizou um sonho e o que me disse jamais saiu do meu coração: “Às vezes é mais
fácil realizar o sonho de quem amamos, apenas porque o amamos.”
Essa é a mesma
sensação que tenho hoje, tantos anos depois, e por isso preciso agradecer à
Editora Arqueiro, a Natália Alexandre, a Elimar Souza e a Mathilde Tonionni
pelo amor que demonstraram por mim. Vocês mais que realizaram um sonho.
Indizível também
foi a minha alegria ao conhecer a minha querida amiga Patrícia Rodrigues e
rever outras pessoas também muito queridas. Simplesmente não pode ser traduzido
em palavras.
Como se isso
fosse pouco, ter conhecimento dos números alcançados pela Bienal Internacional
deste ano e que se encerrou no último fim de semana, também é algo difícil de
se explicar. Infelizmente, só pude comparecer no dia 12, mas tive uma ideia do
fenômeno literário que, assustadoramente, vem ganhando espaço em nosso país,
apesar da situação desfavorável que enfrentamos em termos sociais, econômicos e
políticos.
Se por um lado
este fenômeno parece incrível, nós que somos fãs talvez encontremos explicação
para esse crescimento. Eu, pelo menos tenho algumas teorias.
Uma delas, por
exemplo, é o crescimento do interesse de algumas editoras em trazer vários gêneros
literários e autores que vêm ganhando, cada vez mais, espaço e admiração entre
os leitores brasileiros.
Os romances de
época estão entre os livros que estão nos deixando inebriados, cada vez que
acessamos uma rede social, um blog literário ou as páginas das editoras.
Felizmente para
nós, fãs do gênero, estão chegando mais títulos e mais autoras.
Desta vez a
Editora Gutenberg nos presenteou com a escrita “indizível” e “fenomenal” de
Tessa Dare.
Mais uma autora
maravilhosa que entra no meu rol de queridinhas! Para entender melhor, vocês
precisam conhecer a história e os personagens deliciosos da Série Spindle Cove,
que começa com Uma Noite para se Entregar.
Uma Noite para se Entregar começa contando a história de Susanna Finch e Victor Bramwell, dois
protagonistas pra lá de porretas, que estremeceram as bases da pacata Spindle
Cove, bem como o meu coração e outras partes do corpo. Por muitos motivos,
esses dois são os absintos de hoje.
“Spindle Cove é o destino
de certos tipos de jovens mulheres: bem- nascidas, delicadas, tímidas, que não
se adaptaram ao casamento ou que se desencantaram com ele, ou então as que se
encantaram demais com o homem errado.
Susanna Finch, a linda e
extremamente inteligente filha única do Conselheiro Real, Sir Lewis Finch, é a
anfitriã da vila. Ela lidera as jovens que lá vivem, defendendo-as com unhas e
dentes, pois tem o compromisso de transformá-las em grandes mulheres,
descobrindo e desenvolvendo seus talentos.
O lugar é bastante
pacato, até o dia em que chega o tenente-coronel do Exército Britânico, Victor
Bramwell. O forte homem viu sua vida despedaçar-se quando uma bala de chumbo
atravessou seu joelho enquanto defendia a Inglaterra na guerra contra Napoleão.
Como sabe que Sir Lewis Finch é o único que pode devolver seu comando, vai
pedir sua ajuda. Porém, em vez disso, ganha um título não solicitado de lorde,
um castelo que não queria, e a missão de reunir um grupo de homens da região,
equipá-los, armá-los e treiná-los para estabelecer uma milícia respeitável.
Susanna não quer aquele
homem invadindo sua tranquila vida, mas Bramwell não está disposto a desistir
de conseguir o que deseja. Então os dois se preparam para se enfrentar e
iniciar uma intensa batalha! O que ambos não imaginam é que a mesma força que
os repele pode se transformar em uma atração incontrolável.”
Incontrolável
tornou-se a ânsia de ler esta série inteira, depois que fui nocauteada pelo
tesão de Bramwell e Susanna.
Nesta
obra, entramos no clima do século XIX, justo no período em que a Inglaterra
travava sangrentas batalhas contra Napoleão Bonaparte.
Bramwell
esteve presente em algumas dessas batalhas e, em uma delas, teve seu destino
drasticamente mudado graças ao tiro que quase inutilizou sua perna.
Como
tem por objetivo voltar ao seu comando, ele precisa da intervenção de Sir Lewis
Finch, que imporá algumas condições para ajudá-lo.
E aí
começa o problema...
Bramwell
chega a Spindle Cove, uma vila doce e feminina, acompanhado de seu primo Colin
Sandhurst, Lorde Payne e do Cabo Thorne – três bombas de testosterona que,
literalmente, farão ruir os alicerces do local, bem como os corações das
habitantes e das leitoras.
Tessa
conseguiu reunir elementos fundamentais para transformar essa obra em algo
memorável, prazeroso e vários sentidos, inteligente e divertido.
Além
disso, criou personagens muito queridos, pelos quais a gente sofre e torce e
com os quais conseguimos rir e sonhar.
Esse
trio já chega causando estragos. O início da história já é hilário:
“Sussex, Inglaterra – Verão
de 1813
Bram encarou um par de
olhos escuros e arregalados. Olhos que refletiam uma surpreendente centelha de inteligência.
Aquela poderia ser a fêmea rara com quem um homem conseguia argumentar.
‘Agora, atenção’, disse
ele. ‘Nós podemos fazer isso da forma mais fácil ou podemos dificultar tudo.’
Bufando suavemente, ela
virou a cabeça. Era como se ele tivesse deixado de existir.
Bram apoiou seu peso na
perna boa, sentindo o golpe em seu orgulho. Ele era um tenente-coronel do
Exército Britânico e, com mais de um metro e oitenta de altura, diziam que
compunha uma figura impressionante. Normalmente, bastava um olhar enviesado de
sua parte, para suprimir qualquer tentativa de desobediência. Não estava
acostumado a ser ignorado.
‘Escute bem o que vou
dizer.’ Ele deu um puxão forte na orelha dela e engrossou a voz para que
ficasse mais ameaçador. ‘Se sabe o que é melhor para você, vai fazer o que
estou dizendo.’
Embora ela não pronunciasse
nenhuma palavra, sua resposta era clara: que tal você admirar meu grande
traseiro lanoso?
Maldita ovelha.
‘Ah, o interior da
Inglaterra. Tão encantador. Tão... perfumado.’ Colin aproximou-se, despido de
seu refinado casaco londrino, afundado até a cintura em um rio de lã. Enxugando
com um lenço o brilho da transpiração de sua têmpora, perguntou: ‘Imagino que
isso significa que não possamos simplesmente voltar?”
Já
nessa primeira página temos uma ideia da personalidade dos dois primos: um
rígido, metódico, focado e durão, o outro refinado, malandro, devasso.
Eles
estavam a caminho da propriedade de Sir Finch quando um rebanho inteiro de
ovelhas cruzou e estacionou em seu caminho.
Cá
entre nós, alguém imaginaria que Bram estivesse falando com uma ovelha? Eu não,
e riu muito, imaginando a situação.
Pois bem,
os dois e Thorne estão tentando tirar os animais de seu caminho, quando Colin
tem a brilhante ideia de detonar um pouco de pólvora, só para movimentar um
pouco as coisas.
“’Tranquilidade é alma de
nossa comunidade.’
A menos de quinhentos
metros de distância, Susanna Finch estava sentada na sala decorada com cortinas
de renda da Queen’s Ruby, uma pensão para moças de fino trato. Com ela,
conversavam as possíveis novas moradoras do local, a Sra. Highwood e suas três filhas.”
Susanna
administra o lugar com muita competência e tranquilidade. Todos, mulheres e
homens locais, a respeitam e recorrem a ela sempre que necessitam.
Seu maior
objetivo e ajudar moças que, como ela, fogem às regras rígidas estabelecidas
para as mulheres daquele tempo. Susanna fará de tudo para manter a paz em
Spindle Cove.
“E Susanna precisava das
Highwood, por razões que não conseguia explicar. Ela não tinha como voltar no
tempo e desfazer as desgraças de sua própria juventude, mas podia ajudar a
poupar outras jovens do mesmo tormento, e isso era o melhor a fazer por si
mesma.
‘Confie em mim, Sra
Hihgwood’, disse ela, pegando a mão da mulher. ‘Spindle Cove é o lugar perfeito
para as férias de verão das suas filhas. Prometo-lhe que aqui elas ficarão saudáveis,
felizes e perfeitamente seguras.”
O que
ela jamais esperaria, claro, é que uma explosão de testosterona estivesse
prestes a estremecer seus objetivos, seu corpo e sua alma.
“Bum!!!
...
Aliviada, ela inspirou
profundamente o ar acre, impregnado de pólvora. Com o fardo do receio removido,
sua curiosidade veio à tona. Intrigada, ela desceu o barranco florido até chegar ao caminho estreito e
esburacado. À distância, os homens pararam de se mover. Eles a havia notado.
Protegendo os olhos com a
mão, ela olhou fixamente para os homens, tentando identificá-los. Um deles
vestia um casaco de oficial, outro não usava casaco algum. Quando ela se
aproximou, o homem sem casaco começou a acenar
com vigor. Gritos foram conduzidos pela brisa até ela. Franzindo o
cenho, Susanna se aproximou, na esperança de ouvir melhor as palavras.
‘Espere! Senhorita, não...!”
Blam!
Uma força invisível
arrancou-a do chão e a jogou de lado, arremessando-a completamente para fora da
estrada. Ela enfiou o ombro na grama alta, derrubada por algum tipo de animal
descontrolado.
Um animal vestindo um
casaco vermelho.”
Vendo
a iminência de uma tragédia, Bramwell correu para salvar a jovem de ser
atingida pela explosão que deveria apenas espantar as ovelhas. E ambos rolaram
pelo gramado. Quer encontro mais explosivo que este? Só pra começar?
”Depois que a poeira
baixou, ela afastou o cabelo da testa dele, buscando em seu olhar sinais de
desorientação ou dor. Contudo, seus olhos estavam alertas e vivos, mas aquele
assustador tom verde... forte e ricamente matizado de jade.
‘Você está bem?’, perguntou
ela.
‘Estou.’ A voz dele era
rouca e grave. ‘E você?’
Ela concordou, esperando
que ele a liberasse após sua confirmação. Quando ele não mostrou intenção de se
mover, ela ficou intrigada. Ou ele estava gravemente ferido, ou era muito
impertinente.
‘Senhor, ahn, o senhor é
muito pesado.’ Com certeza ele entenderia aquela sugestão.
‘Você é macia’, respondeu
ele (safadinho)
Bom Deus. Quem era aquele
homem? De onde vinha? E por que continuava em cima dela?
‘Você está com um pequeno
ferimento.’ Com dedos trêmulos, ela tocou um ponto vermelho na têmpora dele,
perto do cabelo. ‘Aqui.’ Apertou a mão contra a garganta dele, para sentir seu
pulso. Ela logo o encontrou batendo forte e regularmente contra as pontas
enluvadas de seus dedos.
‘Ah... isso é gostoso.”
O rosto dela ficou quente.
‘Você está com visão dupla?
‘Talvez... vejo dois lábio,
dois olhos, duas bochechas coradas... milhares de sardas.’
Ela o encarou.
‘Não se preocupe,
senhorita. Não é nada.” O olhar dele ficou sombrio devido a alguma intenção
misteriosa. ‘Nada que um beijinho não cure.’
E antes mesmo que ela
pudesse recuperar o fôlego, ele pressionou seus lábios contra os dela.”
Oh!
Que ousadia, hein!
Este é
o tipo de coisa com a qual ficaríamos indignadas (talvez) na vida real, mas que
em nosso fantástico mundo literário podemos conviver perfeitamente. Eu acho.
Neste
caso a atração os pulveriza e nos aquece.
Tessa
Dare é tão boa nos detalhes físicos e nas descrições das sensações, que parece
que somos nós a sermos beijadas por Bram... aiai
Só que
o drama de ambos está apenas começando, pois ele descobrirá que ela é a filha
do homem a quem veio pedir auxílio e ela descobre que ele não está apenas de
passagem e que, por intermédio de seu pai, terá que organizar uma milícia para
defender Spindle Cove.
David Gandy |
O
choque de interesses, as personalidades muito diferentes e a teimosia serão
temperos adicionais para este romance delicioso.
Acrescente-se
isso personagens secundários muito especiais, que nos farão desejar loucamente
seus próprios livros.
Este seria
o tipo de livro que ficaria lindamente bem numa tela de cinema, claro se os
roteiristas respeitassem o original. Com paisagens de tirar o fôlego,
personagens igualmente maravilhosos, diálogos ora intensos, ora extremamente
hilários, fora as cenas eróticas que são pra lá de quentes, Uma Noite para se
Entregar é arrebatador, surpreendente, indizível.
Vou ficando
por aqui, impressionada e agradecida por ter sido apresentada à escrita de
Tessa Dare.
Fiquem bem e
Carpe Diem!
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