Sexta Envenenada: Outlander - A Viajante do Tempo

Poeira a poeira 
Não é de seus olhos
Não é o que você diz
Não é o seu riso que dá-lo afastado
Você é apenas solitário
Você tem sido solitário, por muito tempo
...
Deixe-me segurar sua mão
e dançar em volta das chamas
Em frente de nós
Pó ao pó
Você manteve a cabeça erguida
Você participou da luta
Você carrega as cicatrizes
Você já fez o seu tempo
Ouça-me
...
Você tem sido solitário
Você tem sido solitário, por muito tempo
Nós estivemos sós
Nós estivemos sós, por muito tempo
The Civil Wars
.


 Olá, Envenenados!

Muitas saudades de todos! Espero que estejam, apesar do frio que alguns não suportam. Eu amo.
Enfim, o que me traz hoje aqui, além do compromisso de escrever para esta coluna que tanto amo, para este blog que só me trouxe alegrias, entre pessoas e livros é o novo tsunami literário e televisivo do momento.
Como é de conhecimento dos fãs literários, a Saída de Emergência acaba de nos presentear com o (re) lançamento de Outlander – A Viajante do Tempo, da Diana Gabaldon.
Meus queridos, não se trata apenas de mais um livro, mas sim O livro e, que livro!
Imaginem o desafio que foi encarar esse material de, pasmem, 800 páginas em um curto espaço de tempo para poder escrever sobre ele.
Mas lá estava eu, cutucada (né, Patrícia?) e desafiada (valeu, Mathilde!) e verdadeiramente apaixonada pelo universo que Gabaldon criou.
Tem tudo o que eu amo de verdade, além da minha família e amigos.
Em Outlander encontrei História, pois a autora reuniu ficção e fatos reais de maneira sublime; encontrei a Escócia, terra que sempre adorei desde Highlander e Coração Valente (sou escocesa desde a adolescência); uma protagonista maravilhosa, com a qual adoraria bater papo; escoceses grosseirões e adoráveis ao mesmo tempo; um mocinho que é tudo o que adoraria para minha vida amorosa, boas brigas e diálogos maravilhosos; kilts; paisagens exuberantes e míticas; kilts... e, sim, muitos kilts.
O mais estimulante para mim, claro que os kilts me torturam, é que os personagens têm uma força inenarrável, não apenas por serem realmente pessoas de corações valentes, mas de uma veracidade febril.
“Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros.
Claire (Caitriona Balfe) e Jamie (Sam Heughan)
Tão logo percebe que foi arrastada para o passado por forças que não compreende, Claire precisa enfrentar intrigas e perigos que podem ameaçar a sua vida e partir o seu coração. Ao conhecer Jamie, um jovem guerreiro escocês, sente-se cada vez mais dividida entre a fidelidade ao marido e o desejo. Será ela capaz de resistir a uma paixão arrebatadora e regressar ao presente?”
A história já começa num período de pós-guerra, em 1945, quando Claire e Frank voltam a ficar juntos depois de oito anos de casados, mas afastados por seus trabalhos diferenciados durante o conflito.
Saindo em uma nova lua de mel, eles partem para as Terras Altas (lugar maravilhoso, que um dia hei de visitar).
“Escolhemos as Terras Altas como roteiro de férias antes de Frank assumir o cargo de professor de história em Oxford, considerando que a Escócia de certa forma fora menos atingida pelos horrores físicos da guerra (graças a Deus!) do que o resto da Grã-Bretanha e estava menos suscetível à frenética alegria do pós-guerra que contagiava pontos turísticos mais populares.”
O objetivo de Claire agora é cuidar de seu casamento, estabelecer uma residência, o que não conseguiram fazer desde que se casaram e tentar engravidar.
Longe dos seus afazeres como enfermeira, ela agora começa a se interessar por plantas, por sugestão de Frank e, em uma de suas buscas por espécimes diferentes, ela acaba voltando ao círculo de pedras – Craigh na Dun – que visitara anteriormente com o marido. É aqui que tudo começa, de fato.
Depois de ouvir sons, que não faz ideia de onde poderiam estar vindo, desnorteada, Claire segue na direção da pedra central do círculo e...
Parecia inconcebível, mas todas as evidências indicavam que eu estava em algum lugar onde os costumes e a política do final do século XVIII ainda vigoravam. Eu teria imaginado que tudo não passava de algum tipo de espetáculo à fantasia, se não fosse pelos ferimentos do jovem a quem chamavam de Jamie. Aquele ferimento fora realmente provocado por algo muito semelhante a um tiro de mosquete, a julgar pelos estragos que deixara.”
Não sei se é lenda ou se é fato, mas acho que todo aficionado por história deve ter um desejo enorme de poder viajar no tempo. Eu sou e tenho.
Lendo a narrativa de Claire (benza Deus, um livro narrado em primeira pessoa de maneira espetacular), não teve como não me questionar: o que eu teria feito se algo semelhante me ocorresse? Viajar para o mesmo lugar, através do tempo, duzentos anos antes????
É assustador e incrivelmente atraente.
Seus desafios são muitos: manter sua real situação totalmente omitida; adequar-se aos costumes locais, controlar seus modos e linguajar, pois mesmo sendo de 1945, há um hiato imenso entre a mulher do século XX e a do século XVII...
Tudo acontece muito rápido, então, mesmo com o peso de 800 páginas, o livro é muito dinâmico. Diana Gaboldon é muito detalhista e fiel aos fatos, mas consegue injetar um senso de humor único aos personagens, concede uma pureza impressionante a Jamie, ao mesmo tempo em que o apresenta como um homem de coragem e lealdade irretocáveis.
Este, definitivamente, não é um livro para fracos, tanto fisicamente, pois é bem pesadinho, quanto emocionalmente, pois as emoções são testadas a cada página.
Uma leitura tão envolvente que, mesmo depois de tê-lo lido e, precisando voltar para buscar os trechos que escolhi para colocar aqui, me vi perdida novamente em suas páginas. Assim é Outlander – A Viajante do Tempo, o primeiro volume de uma série estonteante, excitante, inesquecível.
Se há tempo para sedução, para erotismo?
Não dá para pensar em Jamie e Claire e não se reportar às suas tórridas relações. Não há como dizer para vocês que só não responde à descrição das cenas sensuais do casal quem não está vivo. Falarei mais sobre esse quesito na próxima semana. Mas deixo com vocês um dos diálogos bem sugestivos desses dois.
“– O fato de eu não ser mais virgem não o incomoda? – Ele hesitou por um instante antes de responder.
– Bem, não – disse ele devagar -, desde que não a incomode o fato de eu ser. Riu da minha expressão de queixo caído e recuou em direção à porta. – Imagino que um de nós dois deva saber o que está fazendo – concluiu ele.”
Como eu disse, o livro é o primeiro volume de uma série extraordinária que também estreou na tv americana no início deste mês. Assim, há muito ainda sobre o que quero falar: personagens para apresentar, situações para fofocar, e muita excitação para despertar. Então, volto na próxima semana, com a segunda parte dessa postagem, pois uma só não fará jus ao peso de Outlander – A Viajante do Tempo. E, mesmo que eu me forçasse a apenas uma postagem, esta seria “gigantenorme”.
Assim, até a próxima sexta-feira, com mais dessa obra viciante.
Fiquem bem e Carpe Diem.

4 comentários

  1. Oi, Tania, pois é muitos kilts e escoceses grosseirões, cara ainda não peguei o livro pra ler, mas a série é ,maravilhosa e a fotografia é linda. Quero um dia de pelo menos 36horas ai tudo daria certo. A coluna como sempre é legal.

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    1. Ai! Verônica, quem dera um dia com 36 horas!!!
      Obrigada pela visite e comentário, querida! Assim que puder, confira esta obra, é maravilhosa mesmo!
      Beijo

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  2. Olá, Tania
    Tudo bem?
    Todo mundo fala super bem sobre o livro, acho que já esta na hora de lê-lo ein?! Adoro essa capa, ficou super legal. Amei a resenha!
    Beijos*-*
    Território das Garotas

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    1. Este é realmente fabuloso, Poliana! Muito bem escrito e editado, com uma história de nos fazer sonhar!
      Beijos

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