“Estou apaixonado...
Quero beber
O mel de sua boca
Como se fosse
Uma abelha rainha
Quero escrever na areia
A sua história
Junto com a minha...
O mel de sua boca
Como se fosse
Uma abelha rainha
Quero escrever na areia
A sua história
Junto com a minha...
E no acorde
Doce da guitarra
Tocar as notas
Do meu pensamento
Em cada verso traduzir
As fibras do meu sentimento...
Doce da guitarra
Tocar as notas
Do meu pensamento
Em cada verso traduzir
As fibras do meu sentimento...
Que estou apaixonado
Que este amor é tão grande
Que estou apaixonado
E só penso em você
A todo instante...”
Que este amor é tão grande
Que estou apaixonado
E só penso em você
A todo instante...”
João Paulo e Daniel
Olá, Envenenados!
Estamos
de volta com mais uma Sexta Envenenada nesse mês de agosto, em que o clima está
mesmo para romance, sobretudo de Época. Amo esse friozinho que tem feito aqui
nessa cidade que, normalmente, é escaldante.
Depois
do último romance que li, onde havia um protagonista pelo qual me perdi
apaixonadamente, estou às voltas com um novo amor. Aliás, eu já havia me
apaixonado por ele, desde a primeira vez que nos conhecemos – delírio de
leitora.
Quem
não gosta de ser presenteado, ainda mais com o que mais se ama?
Pois
é, há duas semanas, minha chefinha me presenteou com dois romances muito
esperados da Editora Arqueiro. Diga-se de passagem, o presente foi dela mesmo e
não da editora.
Em
meio aos preparativos para a comemoração do Dia dos Pais na escola em que
trabalho, li, em tempo recorde – em tais circunstâncias – Manhã de Núpcias,
quarto livro da série Os Hathaways da lindona da Lisa Kleypas.
“Quando herdou o título de lorde Ramsay, Leo Hathaway e sua
passavam por um dos momentos mais difíceis de sua vida. Mas agora as coisas vão
bem. Três de suas quatro irmãs já estão casadas, uma preocupação que Leo nunca
teve consigo mesmo. Solteiro inveterado, ele tem uma certeza na vida: nunca se
casará. Mas então a família recebe uma carta que pode por tudo isso em risco:
se Leo não arrumar uma esposa e um herdeiro dentro de um ano ele perderá a
propriedade em que vivem.
Solteira e sem pretendentes, a governanta Catherine Marks
talvez seja a única salvação da família que a acolhei com tanto carinho. O
problema é que Leo não compartilha do mesmo afeto que suas irmãs têm pela moça.
Para ele, Catherine é uma megerazinha cheia de opinião que fala demais. Apesar
de irritá-lo e quase o levar à loucura, ela é a primeira mulher –e única – com
quem ele considera se casar.
Catherine, por sua vez tem uma opinião igualmente negativa a
respeito do patrão. Além disso, ela esconde alguns segredos do passado e um
deles pode destruir a vida que tão cuidadosamente construiu para si.
Agora Leo e Catherine precisam um do outro, mas para vencer
as dificuldades e consertar as coisas eles terão de superar as turras e as
diferenças, num romance intenso e sensual que só Lisa Kleypas poderia ter
escrito.”
Preciso
dizer mais, para explicar porque Leo Hathaway é o absinto de hoje?
Lorde
Ramsay simplesmente despertou a mulherzinha que estava escondida aqui dentro e me deu vontade de dizer várias vezes, apesar de odiar a expressão, "Me possua, milorde!".
Com todos os seus defeitos, pois adoro um mocinho próximo da realidade, Leo é
tudo o que quero para mim.
Lindo
fisicamente porque, claro, sendo fictício ele pode gozar da perfeição física,
inteligente e viril e, como cereja desse suculento chantilly, tem um humor
ácido muito bem colocado. Ah! Não posso deixar de citar: uma relação de aversão
a qualquer pensamento de casamento ou amor em sua vida, em consequência de uma
história de amor interrompida por uma tragédia.
E Cat,
que também é linda, mas contida, sofrida feito sovado de aleijado, encontra um
porto seguro com a excêntrica família Hathaway.
Desde
sua participação no primeiro livro da série, Leo mostrou ser um personagem
muito forte e rico, no que diz respeito a ter seu próprio livro.
De
autodestrutivo a irmão zeloso e cunhado complacente, isso claro, depois de
muitas discussões, Leo apresenta-se aqui como um homem sedutor, questionador e
muito perseverante.
Catherine
consegue despertar todos os sentimentos em Lorde Ramsay, e por isso sou muito
grata.
“[...] No que dizia respeito ao restante dos Hathaways,
Catherine era praticamente membro da família.
Leo, por sua vez, não conseguia suportar a mulher. Ela
expressava suas opiniões à vontade e ousava lhe dar ordens. Nas raras ocasiões
em que Leo tentava ser amigável, ela lhe atacava com respostas insolentes ou
lhe dava as costas desdenhosamente. Mesmo quando ele emitia uma opinião
bastante razoável, mal conseguia completar uma frase antes de Catherine começar
a enumerar os motivos pelos quais estava errado.
Diante do fato imutável da aversão dela, Leo não conseguia
evitar reagir à altura. Durante todo o ano anterior ele tinha tentado se
convencer de que o desprezo dela lhe era indiferente. Havia muitas mulheres em
Londres infinitamente mais bonitas, sedutoras e cativantes do que Catherine
Marks.
Se ao menos ela não o fascinasse tanto!”
Não há
provocação sem resposta, seja lá qual for.
Fascinado
e determinado a descobrir do que Catherine tão determinadamente tenta se
esconder, Leo se depara com uma intrigante cena e vê todos os seus sentidos
despertados e, num misto de emoções, ele é levado a questioná-la sobre o
assunto que levou Cat e seu cunhado Harry tão distante da casa e de todos.
“Em uma
tarde ensolarada em Hampshire, após certificar-se de que a maior parte da
família estava ocupada com outras coisas, Leo foi procurar Catherine, achando
que se a confrontasse em particular conseguiria algumas respostas. Encontrou-a
lá fora, no jardim protegido por cercas-vivas e repleto de flores. Ela estava
sentada em um banco ao lado de um caminho de cascalho.
Não estava sozinha.
Leo parou a uns vinte metros de distância, oculto à sombra
de um teixo com folhagem densa. Catherine estava sentada ao lado do marido de
Poppy, Harry Rutledge. Eles estavam absortos no que parecia ser uma conversa
animada.
Embora a situação não fosse exatamente incriminadora,
tampouco parecia apropriada. Sobre o que, em nome de Deus, poderiam estar
conversando? Mesmo de seu ponto de observação distante, estava claro que era
algum assunto importante. A cabeça morena de Harry Rutledge se inclinava sobre
a de Catherine de maneira protetora. Como se ele fosse um amigo íntimo. Um
amante.
Leo ficou boquiaberto ao ver Catherine passar os dedos
delicadamente sob as lentes dos próprios óculos, como se enxugasse uma lágrima.
Catherine estava chorando, na
companhia de Harry Rutledge.
E então Rutledge lhe deu um beijo na testa.
Leo ficou sem fôlego. Em silêncio, pôs-se a avaliar uma
mistura de emoções e as separou em camadas... espanto, preocupação,
desconfiança, fúria.
Eles estavam escondendo alguma coisa. Tramando alguma coisa.”
Na
verdade, apenas Leo não sabia, mas como ficou claro no livro anterior,
Catherine e Harry (delícia-de-homem) são irmãos por parte de mãe. Então, meus
queridos críticos de plantão, isso não é spoiler, basta porem a leitura em dia.
Por
estar mais voltado para a família, Leo acredita estar buscando a verdade apenas
para o bem de todos os seus. Mas ainda não conseguiu discernir outra
necessidade mais primária, mais primitiva, que o impulsiona para Cat.
“– A senhorita tem muitos segredos. Tem sido um incômodo
para mim há mais de um ano, com sua língua afiada e seu passado misterioso.
Agora quero algumas respostas. O que estava discutindo com Harry Rutledge?
Expressando irritação, Catherine ergueu as sobrancelhas
finas, vários tons mais escuras do que seus cabelos.
– Por que não pergunta a ele?
– Perguntei à senhorita. –
Diante do silêncio teimoso dela, Leo resolveu provocá-la. – Se fosse um tipo
diferente de mulher, eu suspeitaria que a senhorita estivesse jogando seus
encantos para ele. Mas nós dois sabemos que a senhorita não tem nenhum encanto,
não é?
– Caso tivesse, certamente não usaria com o senhor!
– Ora, Srta. Marks, vamos tentar ter uma conversa
civilizada. Só desta vez.
– Não enquanto o senhor não tirar as mãos de mim.
– Não, a senhorita iria correr. E está quente demais para
persegui-la.
Catherine se enfureceu e o empurrou, as mãos espalmadas
contra o peito dele. Seu corpo estava envolto em espartilho, rendas e inúmeras
camadas de musselina. Só de pensar no que havia embaixo... pele branca e
rosada, curvas suaves, pelos íntimos... ele ficou logo excitado. Um arrepio a
percorreu, como se Catherine pudesse ler os pensamentos de Leo. Ele a olhou
atentamente, então sua voz se abrandou.
– Está com medo de mim, Srta. Marks? Logo a senhorita, que
me enfrenta e me espezinha em todas as oportunidades?
– É claro que não, seu idiota arrogante! Só gostaria que se
comportasse como um homem de sua posição social.
– Você se refere a um nobre? – Ele ergueu as sobrancelhas de
forma zombeteira. – É assim que os nobres se comportam. Estou surpreso por
ainda não ter notado.”
Como é
característico dos livros dessa série, os personagens dos livros anteriores têm
participação garantida em Manhã de Núpcias. Cam e Amélia, Merripen e Win, Harry
e Poppy continuam unidos pela família, apoiando ou alfinetando como de costume.
Mas, surpresa
mesmo é a maneira como Leo vai se transformando de ouriço kamikaze para
príncipe encantado. E olha que eu não curto o tipo de história com protagonistas
perfeitinhos. Curto mais os ouriços mesmo. Leo mostra que essa sua
característica é mesmo uma defesa, que vai se transformando em estilo de vida. E
Catherine aciona algo muito maior que uma simples atração física, sem
transformá-lo num amante meloso e chato.
“Você não poderia me seduzir – disse Catherine, irritada.
...
– Nega a atração entre nós? [...]
– Nego que a vontade racional possa ser minada pela sensação
física – disse ela – O cérebro está sempre no comando.
...
– Meu Deus, Catherine. Obviamente você nunca experimentou o
ato, ou saberia que o maior órgão no comando não é o cérebro. Na verdade, o
cérebro para de funcionar por completo.”
Este é
um dos meus trechos favoritos, pois Leo tenta convencê-la de sua teoria. Assim,
ele a desafia: um beijo contra uma pergunta. Ainda descrente Cat topa.
“Leo pousou a boca levemente sobre a dela, beijando-a com
uma pressão cautelosa e complacente. Os lábios de Cat estavam frios e doces.
[...]
Erguendo a cabeça, ele encarou o rosto corado dela. Ficou tão
hipnotizado pelo verde acinzentado dos olhos semicerrados que teve dificuldade de
se lembrar da pergunta que pretendia fazer.
– A pergunta é: - lembrou a si mesmo em voz alta, balançando
a cabeça para desanuviá-la – um fazendeiro tem 12 carneiros. Todos exceto sete
morreram. Quantos restam?
– Cinco – respondeu ela prontamente.
– Sete. – Um sorriso se abriu no rosto dele ao observar
Catherine refletindo sobre a pergunta.
...
– Isso foi um truque. Faça-me outra pergunta.
– Não foi o que combinamos.
– Mais uma – insistiu ela.
Uma risada rouca escapou dele.
– Meu Deus, você é teimosa. Está bem. – Ele se aproximou e
abaixou a cabeça, e Catherine enrijeceu.
– O que está fazendo?
– Um beijo, uma pergunta – lembrou-lhe.”
Apesar
de toda a atração e a facilidade com que um desafia o outro, não há futuro para
sua história. Pelo menos, não de acordo com os objetivos que cada um traçou
para si mesmo. E a situação só fica mais complicada, pois os Hathaways recebem
uma carta que lhes informa que o antecessor de Leo estabeleceu regras para que
a família mantenha a mansão que restauraram com tanto afinco: o novo Lorde
Ramsay tem um prazo para se casar e produzir um herdeiro.
Imaginem!
Foi
uma lenha, pois evidentemente tudo ia contra seus princípios, e ainda tinha
suas questões com Catherine.
E é
assim que a trama, muito bem elaborada e deliciosamente picante, se constrói. Entre
as decisões que precisa tomar em prol de seus objetivos e pelo bem da família,
os segredos do passado de Catherine que a assombram, e a irresistível necessidade
que ele vem desenvolvendo de tê-la em seus braços, Leo Hathaway – cujo nome
homenageia a constelação – cresce como personagem, como ideal de masculinidade
e redescobre o amor – agora maduro e ainda mais intenso.
Quando
um homem se vê capaz de desnudar sua alma para uma mulher, e expor toda sua
vulnerabilidade, ele consegue enxergar não apenas a si mesmo, mas vê com mais
clareza aquilo de que realmente é capaz para conquistar o amor de sua vida,
mesmo que esse amor seja algo que ele nega com todas as suas forças.
Mais uma
vez nocauteada pelos Hathaways, mais uma vez apaixonada por um protagonista
espetacular, sou forçada a repensar o nome desta coluna. Algo como Harém de
Lady Lima (não dá para adotar todos os sobrenomes dos meus absintos, então
mantenho o meu), talvez fosse mais apropriado.
Mais uma
vez arrebatada pela capacidade de criação de Lisa Kleypas e pela edição da
Arqueiro, garanto a vocês que só o desejo que existe entre os personagens é
previsível aqui, e, ainda assim, este surpreende. Manhã de Núpcias guarda a
cada página, a cada final de capítulo, uma surpresa, um susto, uma revelação,
um arfar e, mesmo no último momento, Leo e Cat deixam o leitor pasmo com o que são capazes de
realizar.
Fico
por aqui, desejando a todos uma sexta maravilhosa.
Fiquem bem e Carpe Diem!
Parabéns!!! Sua coluna e seus comentários são maravilhosos, levam-me a comprar e ler, avidamente, os livros. Li e adoro os livros dos irmãos Hathaways. Amei Leo e seu "humor ácido" já no primeiro livro, Desejo à Meia-Noite. Concordo com você: "Com todos os defeitos, pois adoro um mocinho próximo da realidade...". Defeitos, segredos, desesperos nos tornam humanos. Leo e Catherine estão bem perto dessa humanidade. Amei o livro. Amo sua coluna. Beijos, minha linda.
ResponderExcluirOi, amada professora!
ExcluirComo fico feliz ao vê-la por aqui, Feliz e honrada.
Eles realmente são fantásticos, né?! Dá gosto de ler um texto assim, cheio de surpresas e muito bem escrito!
Te amo, minha eterna mestra!
Beijo
Ano passado e retrasado li até a exaustão romances históricos. Atualmente a vontade se voltou para livros de terror, hehehe. Provavelmente vou dar uma espiada nesta série futuramente :-)
ResponderExcluirBj, Aris.
http://arismeire.blogspot.com.br/
Oi, Arismeire!
ExcluirNão deixe de curtir essa série, assim que puder! É maravilhosa!
Beijo
Olá, Tania
ResponderExcluirTudo bem?
Hm, será? Suas resenhas me dão tanta vontade de ler o livro logo que a minha listinha nunca anda... E eu falindo aos poucos né? Amei a resenha, maravilhosa como sempre!
Beijos*-*
Território das Garotas
Pois é, Poliana!
ExcluirA gente vai só aumentando a lista e a conta! Mas vale muito essa loucura!
Beijo
Leo... Leo... esperei tanto para ler, a foi uma leitura tão rápida, vontade de ler de novo, de novo... de novo... kkkkkk
ResponderExcluirComo sempre minha amiga Tânia, maravilhosa resenha, adorei a gif kkkkkkkkkkkkkk
Nem me fale em vontade de ler de novo e de novo!
ExcluirEsses homens nos deixam assim:sempre com gostinho de quero mais!
Beijão, Path!