Resenha dupla: Reiniciados e Fragmentada da Editora Farol

             

Em um momento em que temos vários distópicos circulando pelo mundo adolescente, Reiniciados poderia ser apenas mais um deles. Mas não é. O livro de Teri Terry consegue ser diferente num meio onde a originalidade parece ser difícil.

Kyla é uma reinicada. Ou seja, ela ganhou uma segunda chance em sua vida, tendo todo o seu passado apagado. Sentimentos, traços de personalidade, nada disso ela carrega mais. Agora ela precisa seguir as regras do seu contrato até completar 21 anos e então, ser novamente punida pelos seus erros. Erros que ela não sabe quais foram. O problema é que há uma voz em seu interior que está sempre pronta para questionar essas regras e colocam Kyla em risco.

Quando Kyla, uma garota de 16 anos, acordou no hospital após ter sido reiniciada, recebeu uma série de regras a serem seguidas. Entre elas a regra de não questionar. O problema é que, dali para frente, em diversos momentos, ela ouve uma voz lá no fundo da sua cabeça que sempre questiona, que sempre vai contra essas regras.

Na sua escola, grande parte dos alunos são reiniciados. Ou seja, eles cometeram crimes contra a ordem da Coalizão Central e foram punidos tendo suas histórias apagadas. Eles nãos abem o que fizeram, apenas foram entregues a novas famílias e tiveram um dispositivo de controle implantado em seus organismos, o chamado NIVO.

As coisas parecem definitivamente mudar quando ela descobre um computador que rastreia pessoas desaparecidas e vê uma foto sua com informações nele. Assim, ela tenta convencer Ben a procurar mais sobre seu passado, mas o garoto não está muito certo disso. Ben, alias, é uma gracinha. Claro, porque todo livro tem que ter pelo menos um garoto fofo e esse não poderia ser diferente.

O que vale dizer é que Reiniciados é um ótimo livro e muito bem escrito. Confesso que não dava muito pelo livro quando comecei, mas depois que embala, é difícil parar.

O segundo livro da trilogia vem um pouco mais fraco que o primeiro. Na verdade, não sei se o primeiro foi arrebatador demais, só sei que o segundo deu uma esfriada nas coisas.

Em Fragmentada, Kyla percebe que seu passado e seu presente estão entrando em choque. 

Quando ela lembra de alguém do seu passado que está presente nessa sua nova vida como Nico, ela sabe que ele pode ter muitas das respostas para as perguntas que a atormentam tanto. Ela só precisa arrancar. 

Esse também é um livro recheado de reviravoltas, o que não chega a ser exatamente uma surpresa que aconteça. Acho que o que mais incomodo é que elas são, de certa forma, previsíveis.Mas o lado positivo é que Kyla descobre coisas importantes do seu passado, e essas coisas podem transformá-la ou pelo menos deixar a garota mais confusa.

Dentre os pontos interessantes a ser ressaltado é a relação dela com a R.U. E os Lordeiros. Com suas memórias ressurgindo, ela não sabe o que pode acontecer. Outro ponto é Ben, o novo garoto que aparece na história. Ele se torna um amigo e os dois criam uma relação bem próxima.

Confesso que como achei Fragmentada um pouco abaixo de Reiniciados, estou esperando que o terceiro livro da sésrie seja um arrebatador desfecho. Algumas pontas já começaram a ser seladas, mas ainda tem bastante coisa para acontecer. Que veja o último livro e que seja tão bom quanto eu espero.