Sexta Envenenada: Proposta Inconveniente

Navegar 
Navega, descobre tesouros,

mas não os tires do fundo do mar, 
o lugar deles é lá. 
Admira a Lua, 
sonha com ela,
mas não queiras trazê-la para Terra. 
Goza a luz do Sol, 
deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.
Sonha com as estrelas, 
apenas sonha, 
elas só podem brilhar no céu. 
Não tentes deter o vento, 
ele precisa correr por toda a parte, 
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. 
As lágrimas? 
Não as seques, 
elas precisam correr na minha, na tua, em todas as faces. 
O sorriso!
Esse deves segurar, 
não o deixes ir embora, agarra-o! 
Quem amas? 
Guarda dentro de um porta jóias, tranca, perde a chave! 
Quem amas é a maior jóia que possuis, a mais valiosa. 
Não importa se a estação do ano muda, 
se o século vira, conserva a vontade de viver,
não se chega a parte alguma sem ela. 
Abre todas as janelas que encontrares e as portas também. 
Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho. 
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho. 
Descobre-te todos os dias, 
deixa-te levar pelas tuas vontades, 
mas não enlouqueças por elas. 
Procura! 
Procura sempre o fim de uma história, 
seja ela qual for. 
Dá um sorriso àqueles que esqueceram como se faz isso. 
Olha para o lado, há alguém que precisa de ti. 
Abastece o teu coração de fé, não a percas nunca. 
Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los. 
Agoniza de dor por um amigo, 
só sairás dessa agonia se conseguires tirá-lo também. 
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura. 
Arrepende-te, volta atrás, 
pede perdão! 
Não te acostumes com o que não te faz feliz, 
revolta-te quando julgares necessário. 
Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela. 
Se achares que precisas de voltar atrás, volta! 
Se perceberes que precisas seguir, segue! 
Se estiver tudo errado, começa novamente. 
Se estiver tudo certo, continua. 
Se sentires saudades, mata-as. 
Se perderes um amor, não te percas! 
Se o achares, segura-o! 
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. 
"O mais é nada"
Fernando Pessoa

Olá, Envenenados!

Quando criança costumava assistir filmes de piratas, muito por influência da minha mãe, que também curte um bom faroeste.
Entre os dois gêneros, eu sempre preferia os de piratas e com aqueles comandantes ingleses superelegantes.
Quando li a sinopse de Proposta Inconveniente soube que iria gostar da história.
Neste romance, escrito por Patricia Cabot e publicado pela Editora Record, lançado há pouco, conhecemos a história de Payton Dixon e Connor Drake.

Apaixonada pelo capitão Connor Drake, Payton sonha em ser capitã de seu próprio navio. Ela cresceu desejando essa profissão exclusivamente masculina, mas agora deve abdicar disso tudo para conseguir um bom marido. O problema é que Connor só percebe seus sentimentos por Payton na véspera de seu casamento com outra.  
Quando o barco dos noivos parte rumo às Bahamas, ele é atacado e resta a Payton se infiltrar num navio pirata para salvar a vida do amado. A coragem da jovem une os dois, e o resgate pode gerar mais frutos do que ela imaginou.”
Após o nascimento de Payton, sua mãe morre deixando o marido, Sir Henry Dixon tão desolado que vai perdendo seu interesse pela administração da Dixon e Filhos, empresa de navegação que lhe rendera grande fortuna, até passá-la definitivamente para os filhos.
Assim, sem uma figura feminina para orientar a criação de sua filha caçula, Sir Henry também permite que a menina cresça no mundo da navegação. O que foi fácil, pois sua aparência franzina não permitia que nem mesmo seus três irmãos mais velhos a notassem como mulher.
Tom Mison
Assim, além das habilidades de um bom marinheiro, Payton adquire também os modos de um rapaz.
Mas quando seu irmão mais velho Ross se casa, sua cunhada Georgiana assume o papel de educadora e resolve que está mais que na hora de apresentar Payton como moça casadoura, para os irmãos e para a sociedade.
A história começa em Daring Park, com os irmãos atormentando Payton, como sempre, para que ela os auxilie a dar o nó em suas gravatas.
Acontece que estão se arrumando para o jantar em que seu melhor amigo, o comandante Connor Drake, irá anunciar seu noivado.
Não poderia existir tormento maior para uma moça que viveu sua vida inteira como um rapazinho: usar seu primeiro espartilho justo no jantar de noivado daquele por quem nutre uma paixão há anos.

Para completar, irá se casar com a linda e odiosa Srta. Whitby, a quem salvaram de um assalto e mal conhecem.
Por que escolhi esse casal para absintos do dia?
Vamos lá.
Connor Drake também é órfão de mãe, só que, diferentemente de Sir Henry, seu pai o culpa pela morte da adorada esposa.
Connor Drake estava acostumado a confusões. Era como se tivesse vivido assim desde o nascimento. Sua mãe morreu durante o parto complicado. Por ter nascido um mês antes do previsto, a parteira achou que viveria pouco. O pai, inconsolável, culpou o filho pela morte da esposa. Connor foi renegado a uma sucessão de amas de leite. Uma criança fraca, de saúde debilitada, ele era constantemente menosprezado e ridicularizado pelo irmão mais velhos, além de desprezado e rejeitado pelo pai. Não é para menos que, aos 17 anos, tenha fugido de casa e da vida infeliz que tinha.”
Tom Mison
Drake passa a conviver com os filhos de Sir Henry, que o contrata e o promove sucessivamente, devido à capacidade e postura do rapaz. Tornam-se melhores amigos em tudo, no trabalho e nas horas divertidas entre bordéis e bebedeiras.
Assim como os amigos Ross, Hudson e Raleigh, Drake também não olha para Payton e vê uma mulher. Não até entrar no quarto que reservou para ela em sua casa, para apartar a confusão formada entre os irmãos e Payton.
Ela tem os irmãos mais grosseiros e brigões que já conheci no mundo literário. São incapazes de uma gentileza com a irmã, mas isso tudo é decorrente da maneira como foram criados: para eles ela é o quarto irmão Dixon.
Mas agora, todos não sabem como agir, inclusive Drake, que ao retirá-la das costas de Raleigh e colocá-la no chão não consegue fazer nada além de olhar...
Assim, não teve escolha. Virou-se para seu salvador e disse, da maneira mais sarcástica que conseguiu:
− Obrigada por sua ajuda, mas posso lhe assegurar que não era necessária. A situação estava totalmente sob controle.
Ou pelo menos foi o que Payton achou que disse. Quanto levantou o rosto para fitar Drake – e precisou erguer um bocado o queixo para isso, pois ele também era espantosamente alto, mais até que seus irmãos, considerados gigantes em algumas terras distantes que visitaram -, todo seu pensamento racional desapareceu, e ele só conseguia olhá-lo. [...]
A voz de Payton sumiu, mas não em razão do barulho que seus irmãos faziam, uma vez que a briga ainda continuava entre eles. E sim porque, quando ela ergueu as mãos para ajeitar a presilha do cabelo, o olhar de Drake subitamente desceu para o decote, que, como Ross lamentara pouco antes, era bastante ousado. Uma olhada rápida revelou-lhe que agora ele não estava apenas ousado, mas positivamente obsceno: embora não houvesse nada verdadeiramente crucial à mostra, boa parte do que deveria estar oculto escapara das taças de renda do espartilho traiçoeiro durante a luta com o irmão. [...]
Proposta Inconveniente difere bastante dos demais livros de romance de época que tenho acompanhado, principalmente no que diz respeito à protagonista.
Payne é impulsiva e justa. E por sua criação diferente das demais moças, é ainda mais difícil compreender e aceitar as restrições que todos lhe impõem por ter nascido mulher, sobretudo no início do século XIX.
Seu maior sonho, que é comandar seu próprio navio é barrado pelos irmãos, que finalmente perceberam que ela é uma mulher e, portanto, jamais poderia seguir navegando pelo mundo, comandando uma tripulação essencialmente masculina. Nunca!
Assim, ela, às vésperas de completar 19 anos, se vê obrigada a trocar camisas e calças compridas por espartilhos, anáguas e vestidos da moda para começar a frequentar a sociedade londrina e conseguir um bom marido.
Por outro lado, também vê o homem a quem ama desesperadamente, desde os 14 anos, irremediavelmente comprometido com um casamento inexplicável.
Ela é voluntariosa, não aceita desaforos e está constantemente desafiando os irmãos e se metendo em confusões.
Faz tanta M, que quando vê, na manhã o casamento de Drake, a noiva conversando com o principal concorrente de sua família, ninguém acredita nela. E aqui começa sua aventura mais extrema.
Por sua vez, Drake, que está conformado com o compromisso que assumiu, começa a ficar atormentado com o rumo que está dando à sua vida. Isso porque não consegue tirar a irmã caçula de seus melhores amigos da cabeça. Quando surgiram-lhe seios? Desde quando ela é aquela mulher tão atraente?
Após dez anos afastado da família, ele retorna a Daring Park devido à morte repentina do irmão, e precisa assumir o título de baronete que herdou, bem como as propriedades no continente
Mas até aí tudo bem, pois ele, jamais se afastará do mar, já tem tudo esquematizado. Só não contava com a forte atração que foi despertada por Payton.
Ninguém ficaria mais surpreso que Payton ao ver Drake se inclinar para a frente também, quase como que para os rostos se encontrarem. Pois foi exatamente o que aconteceu. Payton oscilou na direção dele, um pouquinho só, como as algas oscilam com a maré, e descobriu, para seu espanto, que ele também se inclinara para a frente. De repente, seus rostos estavam a dois centímetros de distância, se tanto.
E antes que Payton pudesse se afastar, constrangida, Drake segurou-lhe o rosto com mais força para não deixar que ela escapasse. Então ela usufruiu mais daquele calor que emanava dele, pois sentiu os lábios dele nos seus. Simples assim.”
A história de Patricia (Meg) Cabot está recheada de emoção, aventura, pancadaria e tensão. E, claro, cenas de erotismo intenso.
Com uma habilidade impressionante para criar situações apavorantes e surpreendentes, a autora consegue fazer com que amemos e odiemos os personagens. Nos garante também boas risadas, por conta as trapalhadas e diálogos destes.
Mas, embora eu não compreenda bem o título e me pareceu que alguns fatos ficaram meio sem explicação, o clima de mistério e sedução foi o que mais reinou na obra. Confesso que fiquei bastante aflita em vários momentos da história – adoro, pois este não é um livro com final tão previsível como se espera.
Drake faz jus ao fato de ser alvo da adoração de Payne. É o mocinho perfeito: honrado, bonito, competente e muito atraente. É o tipo de pessoa que não esmorece nas adversidades, pelo contrário, sempre consegue se salvar e aos demais das mais complicadas situações.
Mas desta vez, sua vida dependerá de Payne, pois para esta situação ele não estava preparado.
Num cenário maravilhoso, que são as Bahamas, num clima que faz lembrar de Piratas do Caribe, Ilha do Tesouro e tantos outros filmes de piratas, navios, celas e a tão exigente sociedade inglesa de 1830, Drake e Payne terão de reavaliar seus sentimentos ao mesmo tempo em que tentam se manter vivos.
 Até a próxima!
Fiquem bem e Carpe Diem!

7 comentários

  1. Amo Patricia Cabot!!!!! Você já leu A Rosa do Inverno, Retrato do Meu Coração e Aprendendo a Seduzir???? Você tem que ler!!!! Tânia resenha perfeita, quando o cara da Saraiva vier entregar o livro, acho que arranco da mão o pacote e abro na rua mesmo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Obrigada pela resenha belíssima como sempre.

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  2. Que história surpreendente. Adorei conhecer a personagem. A autora cada vez mais caprichando em seus romances. Tenho que ler este e se possível, o mais rápido que puder. Beijos.

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  3. Olá (:
    Da Meg escrevendo como Patricia, eu só li "Pode beijar a noiva", mas amei!
    Tenho mais três livros dela aqui e estou bem ansiosa para ler, só me falta tempo haha
    E já estou de olho em "Proposta inconveniente" porque histórias com piratas são <3
    Beijos
    Ellen, Land of Something

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  4. Esse livro parece ser demais!
    Mistura de romance histórico com pitadas de humor,é sucesso com certeza!
    vou ler.

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  5. Bom....eu achei a capa linda linda linda, quase comprei esses dias, pelo menos estava procurando...me parece um pouco mais legal que "pode beijar a noiva" que foi o outro livro que eu li dela como Patrícia. Mas estava muito muito caro, eu achei...então não comprei....mas quero muito ler esse livro. Depois de ler sua resenha, fiquei ainda com mais vontade, ele está muito bem escrita!
    bjs

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  6. Como não querer loucamente este livro, eu amo romance historico e acho os livros da MEg escrito neste genero sempre muito engraçados e lindinhos.
    Uma protagonista forte..ai adoro, prefiro as que lutam dos que a mocinha vive precisando ser salva..saco.
    Quero muito le lo, e o mocinho que vc postou foto(babando) lindo.
    beijos.

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  7. Oi,

    Vi o link no grupo "Books, Friends & News" e cá estou.Nossa eu amo a Patricia Cabot estou doido para ler esse livro, parabéns pela resenha.

    Abraços
    Lu Apaixonada por Romances Numa oportunidade, passa lá e me visita... Comente!

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