Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de noitecer gente sã
Espera que o sol já vem
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de noitecer gente sã
Espera que o sol já vem
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Renato Russo
Olá, Envenenados!
Como foi
a passagem de ano?
Espero
que tenha sido maravilhosa para todos, assim como espero que este seja um ano
esplêndido para todos nós. Sabe aquelas palavras que todo mundo diz, deseja e tals? Pois é, não saíram de moda, pois
se forem sinceras sempre valerão, então: PAZ, SAÚDE, AMOR, PROSPERIDADE, e tantas
outras que desejamos a todas as pessoas queridas, é o que desejo a todos.
Primeira
sexta-feira do ano, primeira Sexta Envenenada. Na verdade, é a nossa primeira
postagem de 2014.
Hoje
estava conferindo as minhas postagens antigas e percebi que tenho escrito sobre
alguns livros mais recentes ultimamente. Notei também que há algumas leituras
que fiz e que adoraria ter compartilhado com vocês, até pensei que já tivesse
publicado, mas, para minha surpresa, deixei de fora alguns títulos.
Estou,
como disse anteriormente, pondo minha leitura em dia, e espero que até o final
das minhas férias eu consiga dar uma boa adiantada. Mas hoje, vou me retratar
com um dos livros mais gostosos que já li. E, para começar o ano com o pé direito
(ops!) – digo esquerdo, já que sou canhota, ninguém melhor que meu pezinho de
coelho preferido. Estou falando da Linda Howard, que há tempos não tem seus
textos publicados aqui – injustiça pura. A última vez que tive notícia de
livros dela publicados em português foi em 2012, sendo um deles a Montanha dos
Mackenzie da Coleção Romances da Saraiva, e nem é um livro novo e Desperte
Comigo da coleção Rainhas do Romance da Harlequin, e também não é um texto
recente.
Mas já
tive oportunidade de falar de A Montanha dos Mackenzie, e como, no meu balanço
de postagens percebi que não falei sobre Dione Kelley e Blake Remington, protagonistas de Desperte
Comigo – Come Lie With Me, os apresentarei a vocês como absintos de hoje.
Dione
Kelley é uma fisioterapeuta que, por levar muito a sério seu trabalho, não via
a hora de aproveitar alguns dias de férias.
Durante
seus dias de descanso ela não queria nem saber de horas, de mais nada. Mas,
depois de duas semanas empregando esforço apenas em suas caminhadas pela praia, ela recebe a visita de Richard Dylan, que há algumas semanas a procurou para
contratar seus serviços para cuidar de seu cunhado, Blake Remington.
Com
tantos fisioterapeutas de renome nos EUA, por que esse homem alto e grisalho, vestido com um impecável
terno de três peças e calçando um luxuoso couro italiano, viajara tantos quilômetros
de Phoenix até a Flórida para pedir que reconsiderasse sua recusa?
“— Não faço milagres — interrompeu com gentileza. — E tenho outros casos marcados. Por que deveria por o sr. Remington à frente de
outros que precisam tanto dos meus serviços quanto
ele?
— Estão morrendo? — A pergunta foi abrupta.
— O sr. Remington está? Pelas
informações que me deu
em carta, a última operação foi um sucesso. Há
outros
fisioterapeutas tão
qualificados quanto eu, se há algum motivo
para ele precisar de fisioterapia de imediato.
Richard Dylan
olhou as águas cor de
turquesa do golfo, as cristas das ondas douradas pelo sol poente.
— Blake Remington não viverá mais um ano — uma expressão de imensa tristeza cobriu as feições fortes e austeras. — Não como está agora.
Compreenda, srta. Kelley, ele não acredita
que voltará a andar e
desistiu. Está
deliberadamente se deixando morrer. Não come,
raramente dorme e se recusa a sair de casa.
Dione
suspirou. A depressão algumas
vezes era o pior aspecto das condições de seus
pacientes e minava a energia e
determinação. Vira
tantas vezes aquilo acontecer e sabia que veria de novo.
— Mesmo assim, sr. Dylan, deve procurar outro
fisioterapeuta...
— Acho que não. Já contratei dois fisioterapeutas e nenhum deles durou
uma semana. Blake se recusa totalmente a cooperar e diz que é uma perda de tempo, alguma coisa para mantê-lo ocupado. Os médicos lhe
dizem que a cirurgia foi um sucesso, mas ainda não consegue
sentir as pernas nem movê-las, assim não acredita. O doutor Norwood a sugeriu, disse que
obteve sucessos extraordinários com
outros pacientes que não queriam
cooperar e que seus métodos são extraordinários.
Sorriu,
cautelosa.
— É claro que diria isso, Tobias Norwood me ensinou.
Richard Dylan deu um leve sorriso como resposta.
Cosima Coppola |
— Compreendo. Mesmo assim, estou convencido de que é a última chance
de Blake. Se ainda acha que suas outras obrigações são mais urgentes, então vá comigo a Phoenix e o conheça. Acho que, quando o vir, compreenderá por que estou tão preocupado.”
Dione
acaba tentada a aceitar a proposta, mais como um desafio profissional que por
necessidade financeira. Ela é dessas pessoas que não desistem diante de dificuldades,
e que é bastante segura no que faz e sente uma satisfação enorme com os
resultados que obtém, por mais complicados que tenham sido seus pacientes. Por
isso, desde que começou como terapeuta particular, já esteve em vários lugares
do país, tornando-se uma profissional respeitável e requisitada.
Seu
interesse é despertado e ela fica sabendo que trata-se de um homem extremamente
ativo, poderoso e inteligente, mas que entregou-se à depressão após seu
acidente.
“— É um homem extraordinário — disse o sr. Dylan suavemente. — Criou diversos sistemas aeronáuticos que são amplamente
usados hoje em dia. Faz os desenhos dos próprios aviões, já voou como
piloto de teste em alguns aviões para
programas secretos do governo, escala montanhas, participa de corridas de iate,
faz mergulhos de profundidade no mar. É um homem que
se sente à vontade na
terra, no mar ou no ar e agora está
preso
a uma cadeira de rodas, o que o está matando.
— Em qual de suas atividades
estava engajado quando sofreu o acidente?
— Escalava montanhas. A corda acima se prendeu numa
ponta aguda da pedra e seus movimentos dividiram-na em duas. Caiu quinze
metros, bateu numa pequena plataforma de rocha, quicou, então caiu por mais sessenta metros, quase a extensão de um campo de futebol. A neve funcionou como uma
almofada e salvou a vida dele. Disse mais de uma vez que, se tivesse caído daquela montanha no verão, não precisaria
passar o resto da vida como um aleijado.”
Por ser um dos seus livros de banca, Linda Howard
aposta mais no romance do que em suspense ou policial como nos de livraria. A
história fica mais focada nos dois protagonistas e em seus dramas pessoais. Mas
nem por isso Desperte Comigo deixa de impressionar e prender nossa atenção.
Quem conhece pessoas que sofrem de depressão, seja lá
qual for a causa, sabe como é difícil lidar com elas. Nada do que falamos ou
façamos parece dar resultado.
“Depressão é a tristeza quando não acaba mais. É uma doença que
ataca tão subrepticiamente, que a maioria dos que sofrem dela nem
percebem que estão doentes. De cada dez pessoas que procuram o médico,
pelo menos uma preenche os requisitos para o diagnóstico de depressão.
Do início insidioso, a depressão evolui continuamente para quadros
que variam de intensidade e duração. Nos casos mais simples, a pessoa
pode curar-se por conta própria em duas a quatro semanas. Passado
esse período sem haver melhora, os especialistas recomendam atenção
e tratamento, porque a depressão prolongada pode levar a suicídio
e mortes por causas naturais.”
Dione examina o caso de Blake Remington e quando está
guardando toda a papelada percebe que há uma foto sua dentro o envelope.
“Reunindo tudo
de novo, começou a colocar
o conteúdo no
envelope quando percebeu que havia algo mais dentro, um pedaço rijo de papelão que não vira antes. Puxou-o e virou. Não era apenas um pedaço de papelão, era uma foto. Atônita, viu-se
observando um par de sorridentes olhos azuis, que brilhavam, e dançavam com a pura alegria de viver.
Giulio Berruti |
Queria
recusar o caso apenas para demonstrar a Richard Dylan que não podia ser manipulada, mas quando olhou o rosto na
foto soube que faria exatamente o que ele queria e ficou perturbada. Havia tanto
tempo que não se
interessava por um homem que se assustou com sua reação à fotografia.
Traçou o contorno do rosto dele com a ponta do dedo e
imaginou desejosa como sua vida seria se fosse capaz de ser uma mulher normal,
amar um homem e ser amada de volta, uma coisa que o breve e desastroso
casamento mostrara ser impossível.
Aprendera a lição da maneira
mais difícil, mas
jamais a esquecera.
Homens não eram para ela. Nem um marido amoroso e filhos. O
vazio deixado em sua vida pela total ausência de amor
teria de ser preenchido pela sensação de
contentamento que sua profissão lhe proporcionava, pela alegria que sentia ao ajudar
alguém. Poderia olhar a foto de Blake
Remington com admiração, mas os devaneios
que qualquer outra teria ao olhar aquela beleza masculina não lhe cabiam. Devaneios eram uma perda de tempo porque
sabia ser incapaz de atrair um homem como ele. Seu ex-marido, Scott Hayes,
ensinara-lhe com dor e humilhação que era
tolice atrair um homem quando não era capaz
de satisfazê-lo.
Nunca mais de
novo. Jurara então, depois de
deixar Scott, e prometeu de novo agora. Nunca mais daria a um homem a
oportunidade de machucá-la.”
Dione resolve aceitar o caso. E ao aceitar o desafio o
que ela encontra ao chegar à casa de Blake Remington é algo que está muito
longe da sombra do homem que vira na foto. Mais que um desafio profissional,
Blake será também uma provação pessoal para Dione. E não apenas terá que lidar
com a rabugice dele, mas também com o controle de sua irmã.
Ela terá que suportar a possessão da irmã mais nova de
Blake, esposa de Dylon, assim como seu ciúme carregado de tristeza pela
situação do irmão e com a grosseria, apatia, rebeldia e ironia de Blake.
O legal de tudo, para mim, é a característica marcante
nas histórias de Linda: a valorização do texto, da construção dos personagens e
do respeito à nossa inteligência. O que encontramos é um texto rico, sem
parágrafos que vão se repetindo de tempos em tempos. Aqui tempos personagens
fortes, sem frescuras, durões – tanto os masculinos, quanto os femininos – com suas
próprias histórias.
Como diz Julia Quinn, num romance é preciso se
apaixonar pelos personagens masculinos, apesar de seus defeitos, e as mocinhas
são tão legais que bem poderiam ser nossas amigas. Assim são os personagens de
Howard: são fictícios, claro, mas não são perfeitos, atraentes em suas
peculiaridades e não por serem os mais lindos, os mais rijos, os mais ricos...
Blake é teimoso, não vê esperança, mas aquela mulher
impossível e mandona é tão teimosa ou mais que ele, que quase enlouquece. Aqui vamos ver até mesmo
bandejas e pratos voando, tal é o nível de seus arranca-rabos!
Literalmente ambos decidem tudo em quedas-de-braço, do
início ao fim. Mas quando se dão conta do quanto um meche com o outro, a coisa
muda de figura.
“— Bom dia — a voz era
cheia de alegria.
Ainda estava
deitado de lado; abriu um olho azul com uma expressão de horror, então deixou
escapar um palavrão tão explícito que, se
fosse criança, teria a
boca lavada com sabão. Dione sorriu.
— Pronto para começar? — Tinha, uma expressão inocente.
— Inferno, não! — Quase latia. — Senhora, é o meio da noite!
— Nem tanto, o dia já vai nascer.
— Já? Quanto
falta?
— Apenas alguns minutos — tentou acalmá-lo e então estragou
tudo ao cair na risada enquanto lhe arrancava as cobertas. — Não quer ver o
nascer do sol?
— Não!
— Ah, não seja
desmancha-prazeres — puxou-lhe as
pernas para a beirada da cama — venha ver o
sol nascer comigo.
— Não quero ver o
sol nascer, com você e com ninguém — rosnou — quero dormir!
— Passou horas dormindo e não vai querer perder este nascer do sol; vai ser muito
especial.
— O que torna este tão especial?
Marca o começo do dia em
que vai me torturar até a morte?
— Só se não assistir comigo — prometeu
alegremente, segurando-lhe a mão e puxando.
Ajudou-o a se sentar na cadeira de rodas e cobriu com um cobertor. Sabia que
sentiria frio. — Qual é o melhor
lugar para observá-lo?
— Junto à piscina — resmungou, esfregando o rosto com as duas mãos e falando através dos dedos. — Você é louca,
senhora, certamente já
diagnosticada como uma lunática.
Arrumou os
cabelos despenteados dele com os dedos, sorrindo ternamente.
— Oh, não sei não — murmurou. — Não dormiu bem
esta noite?
— É claro que dormi! Deixou-me tão cansado que mal conseguia manter os olhos abertos! — Assim que terminou de dizer as palavras, uma expressão constrangida cobriu-lhe o rosto. — Está bem, então foi a melhor noite que tive em dois anos — admitiu,
de má vontade, era verdade, mas pelo menos
admitira.”
Assim vamos assistindo a esse jogo, não de gato e
rato, pois aqui os dois são gatos, nos irritando com a intransigência dele e nos
surpreendendo com a persistência dela. Mas Dione faz com que Blake e nós nos
encantemos com ela, que se mostra uma verdadeira fênix, que reconstruiu sua
vida e a dedica a ajudar os outros a se recuperarem fisicamente pelos menos,
ainda que ela mesma tenha seus traumas emocionais, que talvez sejam a única
barreira para que ela possa viver plenamente seu amor por Blake.
Vocês me desculpem por me alongar tanto, mas quando o
assunto é Linda Howard e seus personagens eu perco a noção de tempo e espaço. Quem
já leu qualquer um de seus livros há de me dar razão. Além do mais, a história
é muito boa mesmo.
Infelizmente este não é um livro fácil de encontrar,
mas basta dar uma busca pela internet e, talvez, esteja disponível. Eu sugiro,
com certeza.
Fico por aqui, desejando mais uma vez que 2014 seja
maravilhoso para todos!
Fiquem bem e Carpe Diem!
Tania querida!! Um Novo Ano maravilhoso pra ti, com muita paz, luz e bênçãos!!!
ResponderExcluirAdorei - mais uma vez - o post, aliás, adoro Linda Howard e graças a você, afinal li A Montanha dos Mackenzie e todos os outros do clã por que fui apresentada e eles por você, simplesmente me apaixonei por essa escritora naquele dia!
Também acho Desperte Comigo maravilhoso, fico impressionada com o poder que o livro tem de nos encantar e fazer com que fiquemos apaixonadas pelo casal, como você bem falou, eles são o retrato da teimosia e da persistência, e o amor que ambos se descobrem sentindo é um sonho, a forma com que ele a "engana" ao não se mostrar apaixonado é tão tocante, isso sem falar nas cenas engraçadas, adoro, adoro esse livro! Acho que vou ler novamente!!!!
Que homem perfeito para representar a imagem de Blake, ai, ai....
Beijos amiga e parabéns por esse texto lindo!!!
Ahhhhhh!
ExcluirComo é bom contagiar as pessoas que amamos com as coisas que amamos também!
Que bom, Nadja, que você gostou. Esses dois são muito gostosos!
Querida, que 2014 seja um ano de muitas realizações para todas nós, que consigamos torná-lo em um ano divino!
Te amo amiga!
Beijinhos