de tanto nos prepararmos para recebê-la.
Por que então não agarrá-la de
toda uma vez?”
“A vaidade e o orgulho são coisas
diferentes,
embora as palavras sejam frequentemente
usadas como sinônimos.
Uma pessoa pode ser orgulhosa
sem ser vaidosa.
O orgulho se relaciona mais com
a opinião que temos de nós mesmos,
e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros
pensem de nós.”
Jane Austen
Olá, Envenenados!
Tudo
bem com vocês?
Após
estas semanas de ausência, consegui por em dia, um “tantim” assim, minha
leitura, apesar do corre-corre do dia a dia. Tive a oportunidade de conhecer
autoras diferentes, mas também me mantive fiel à minha mais nova obsessão: os
Romances de Época da Editora Arqueiro, que estão ganhando um espaço cada vez
mais interessante no meio literário, felizmente.
Isso
porque, apesar de serem ambientadas numa época em que as mulheres não tinham
voz nem nada, em que a sociedade exigia, além de bens materiais, um histórico
familiar impecável, boas origens, postura e influência, essas obras tratam as
mulheres com respeito – tanto aquelas que viveram tempos assim, como nós – que
também temos nossos dissabores.
E fiz
uma descoberta fantástica. Tudo bem que, para muitas leitoras, isso não é nem
um pouco novidade, mas para mim, certamente é.
Só há
pouco tempo ingressei no muito dos Romances de Época, portanto, Jane Austen
para mim era apenas mais um nome de autor que eu poria na minha lista, a não
ser por exigência acadêmica. Muito ogro da minha parte, eu sei, sempre digo
isso. Mas, de uns tempos para cá uma necessidade de conhecer a obra dessa
autora passou a me rondar.
Podem
me condenar, mas me recusava sequer a assistir Orgulho e Preconceito, por pura
implicância com a atriz principal, a quem, na verdade, admiro de montão.
Mas,
eis que fiquei de molho no último sábado, minha filha estava com o pai e não
tinha forças nem para erguer um livro, que dirá de sustentá-lo para ler. Assim,
resolvi dar uma chance ao tão citado Mr. Darcy e à geniosa Elizabeth Bennet...
Minhas
impressões sobre a história? Não vou dá-las agora, pois o que sinto merece uma
postagem própria. Meu intuito em tocar neste assunto é dizer que esta obra, que
completou este ano seu bicentenário, assim como outras da autora, vem sendo,
até hoje, inspiração para tantos romances de época.
Como Austen, as
três autoras que a Arqueiro nos trouxe têm essa habilidade de criar personagens
fortes e maduros, tanto masculinos como femininos. E Madeline Hunter me
conquistou de vez com sua escrita bem elaborada, inteligente e envolvente.
Por
isso, quero apresentar a vocês Elliot Rothwell e Phaedra Blair como os absintos
de hoje.
Protagonistas
de Lições do Desejo, Elliot e Phaedra vivem uma história
conturbada, cheia de ansiedades, incertezas e muitas aventuras.
Elliot
é o irmão caçula de Hayden, que já apresentei aqui em Regras da Sedução e que
foi o protagonista da minha iniciação em Romances Históricos, e de Christian
Rothwell, quarto marquês de Easterbrook.
Segundo
as próprias descrições do capítulo 1, além de alto, belo e inteligente, Elliot
é também considerado o mais amistoso e normal dos Rothwell.
Mas o
renomado e nobre historiador será incumbido de uma tarefa pouco ortodoxa.
Após
receber a visita de um editor com a notícia de que tem em mãos um original com
as memórias de um membro do parlamento inglês que, embora fosse um extremista,
era também um intelectual respeitado e, por isso mesmo confiável, Christian
convoca Elliot para que encontre esse livro antes que seja publicado. Isso
porque vários nomes importantes da sociedade inglesa figuram nas memórias de
Richard Drury, entre eles os de seus pais e, com receio de que sua história
obscura de desamor, traição e punição e um possível assassinato venham à tona,
os irmãos Rothwell tentarão de tudo para que isso não aconteça.
Alejandro Corzo |
Phaedra
é uma mulher que foge completamente dos padrões da época: está muito à frente
do seu tempo e, por isso mesmo, não é vista com bons olhos pela conservadora
sociedade londrina.
Sua
mãe, Artemis Blair, era famosa por seu estilo de vida e por acreditar no amor
livre e na independência feminina. Tanto que se recusou a casar-se com o amor
de sua vida e pai de sua filha, a quem ensinou a pensar e agir da mesma
maneira.
Assim,
desde muito jovem Phaedra passou a morar sozinha e não depender de ninguém, a
não dela mesma. Sempre manteve seus amigos exatamente como amigos, não
permitindo que homem algum dominasse seu corpo e sua mente.
Infelizmente
será este mesmo estilo de vida que a porá em apuros diversas vezes.
Ao
partir em busca de esclarecimentos sobre alguns dos relatos de seu pai a
respeito de Artemis, acaba sendo detida em Nápoles por provocar um duelo entre
dois homens que estariam interessados nela. E, sendo um deles parente do rei, a
situação só piorou.
Sabendo
que a encontraria ali, Elliot a segue e surge como seu salvador, ainda que ela
odeie tal situação. Fica acordado que ela terá sua liberdade, desde que ele se
responsabilize totalmente por ela. Assim, onde ele for, ela também irá, nos
seus termos e à sua custa.
Desnecessário
dizer que muitas discussões serão protagonizadas por esses dois personagens tão
distintos. Por outro lado, sentimentos não são coisas que possamos controlar e,
ainda que fictícios, Elliot e Phaedra são bastante críveis e nos permitem
sentir exatamente o que sentem.
Quando
conheci Elliot, tive a impressão de ser um homem simples, sem complicações,
fácil de lidar, no melhor estilo viva e deixe viver. Mas em Lições do Desejo
ele mostra sua verdadeira personalidade, suas angústias, suas dúvidas e sua
força também. Ele é surpreendentemente dominador, mas de uma maneira tão sutil
e doce que quase não percebemos e mesmo Phaedra, com sua aversão aos
relacionamentos convencionais, acaba sendo cativada por ele.
“Phaedra estava de joelhos na esteira de palha, apoiada nos
calcanhares. Elliot parou ao vê-la, boquiaberto com sua beleza e ousadia.
Estava nua. Suas madeixas ondeavam pela pele desnuda. Pareciam fitas de seda
que se dividiam para deixar ver partes de ombros alvos como leite, de braços
macios, seios arredondados e quadril curvilíneo.
Ela deixou que ele observasse um bom tempo, sabendo que uma
torrente se armava dentro dele, admitindo com olhar que sentia o mesmo desejo.
Juntou os cabelos e os jogou para trás, expondo o corpo todo. Seus seios
estavam empinados e cheios, com os mamilos róseos rígidos.
– Podemos ter prazer juntos esta noite, se quiser – disse
ela.
Ele arrancou o casaco e andou até onde ela estava.
– Se eu quiser? Eu quero possuí-la desde a primeira vez que
a vi.
– Não será assim. Possuiremos um ao outro.
– Como queira. Não me importo nem um pouco com os termos
dessa rendição.
– Não é uma rendição, Elliot. É uma trégua. Uma noite para
gozarmos de nossa amizade.
Ela o ajudou a desabotoar a calça. Ele olhou para aquele
corpo feminino nu, tão vulnerável e acolhedor. Se ela considerava isso amizade,
não conhecia os homens muito bem.
Ambos
vão enfrentar situações muito tensas e também engraçadas, mas também
descobrirão que podemos encontrar prazer e realização onde menos esperamos, nos
lugares mais incertos. As palavras lealdade, honra e abnegação descrevem bem o
que vamos sentindo no decorrer dessa leitura.
Elliot
Rothwell recebe hoje a medalha de amante literário em minha vida.
Só me
resta suspirar e aguardar ansiosamente o próximo volume, Jogos do Prazer, que
já me arrepia só pelo prelúdio no final de Lições do Desejo.
Fico
por aqui, preparando a próxima coluna, que também promete!
Fiquem
bem e Carpe Diem!
Cada vez que leio uma resenha dos romances de época feita por você Tania, ficou encantada... pela sensibilidade a qual você extraiu do livro, principalmente sendo da Madeline Hunter, que muitas vezes não é uma unanimidade. E realmente após essa resenha percebo que você não só entende a escrita da autora como também consegue passar todos os pequenos detalhes que fazem do livro Lições de Desejo ser maravilhoso. Parabéns.
ResponderExcluirQue lindo, Patrícia!
ExcluirQue palavras adoráveis, muito obrigada mesmo!
Um coisa muito gratificante nestes romances é que eles nos permitem sonhar e acreditar que amores assim são possíveis. São pessoas críveis, personagens com os quais os identificamos e suas autoras valorizam a história, a trama, os encontros e desencontros. Não ficam pulando de uma cama para outra, apenas se preocupando com a descrição do ato sexual!
Como você já percebeu: estou obcecada por esses livros!
Beijos querida!
Ai meu Deus!!!
ResponderExcluirAdorei a descrição do livro Tania, gosto muito da Madeline Hunter, o primeiro livro que li dela foi "O Sedutor" e achei perfeito.
Adoro romances de época, adoro os clássicos ingleses, Jane Austen, Charlote e Emily Bronte, então não poderia deixar de admirar as novas escritoras que recriaram aquela época.
Cada vez que leio uma nova obra me derreto em suspiros, como você disse, lealdade, honra e abnegação são uma constante, a força dos personagens, principalmente das mulheres numa época em que mulher não tinha voz, é tão comovente, vejo isso nos livros tanto da Madeline quanto nos da Julia Quinn.
Amei o post amiga, mais um livro na minha lista, só gostaria que o dinheiro surgisse na mesma velocidade em que cresce minha lista de leitura, rsrsrs.
Beijosss!!!!!
Oi, Nadja, querida!
ExcluirNão tem como não nos derretermos com histórias tão bem escritas como estas.
Fico sempre muito emocionada quando vejo você por aqui, dando essa força tão bem-vinda!
Você é demais minha amiga!
Beijão