Sexta Envenenada: Álbum de Casamento



 “Seduza minha mente e terá meu corpo,
encontre minha alma e serie sua para sempre.”
Anônimo
“Não é apenas a afinidade que é preciosa...
mas a cumplicidade e o sentimento de intimidade nela contidos...
o fato de toda a própria sombra estar gravada ali para sempre.”
Elizabeth B. Browning


Olá, Envenenados!

Estamos voltando, rapidinho, desta vez, pois não tinha como esperar até a próxima semana.
O fato é que nossa querida Nora Roberts está com a corda toda, desta vez pela Editora Arqueiro, que lançou há alguns dias o livro Álbum de Casamento.
Claro que eu precisava conhecer mais esta pérola do talento de Roberts.
“Primeiro livro da série Quarteto de Noivas, Álbum de Casamento conta uma linda história de ano, amizade e família – e daqueles momentos imprevisíveis que transformam uma imagem bonita uma numa verdadeira obra de arte.
Quando crianças, as amigas Parker, Emma, Laurel e Mac adoravam fazer casamentos de mentirinha no jardim. E elas pensavam em todos os detalhes. Depois de anos dessa brincadeira, não é de surpreender que tenham fundado a Votos, uma empresa de organização de casamentos bem-sucedida. Mas, apesar de planejar a tornar real o dia perfeito para tantos casais, nenhuma delas teve no amor a mesma sorte que tem nos negócios. Até agora.
Com várias capas de revistas de noivas no currículo, a fotógrafa Mac é especialista em captar os momentos de pura felicidade, mesmo que nunca os tenha experimentado em sua vida. Por causa da separação dos pais de seu difícil relacionamento com eles, Mac não leva muita fé no amor. Por isso não entende o frio na barriga que sente ao reencontrar Carter Maguire, um colega de escola com nunca falara direito.
Carter definitivamente não faz seu tipo. Professor de inglês apaixonado pelo que faz, ele cita Shakespeare e usa paletó de tweed. Por causa de uma antiga quedinha por Mac, fica atrapalhado na frente dela, sem saber bem como agir e o que falar. E mesmo assim ela não consegue resistir ao seu charme. Agora Carter está disposto a ganhar o coração de Mac e convencê-la de que ela é capaz de criar suas próprias lembranças felizes.”
 Mac sempre foi cética quanto aos “finais felizes” que as cerimônias de casamentos prometem.
Não que ela seja alguma traumatizada de guerra. Não.
Ela segue sua vida, aproveitando-a e considerando-se realizada e feliz, uma vez que é independente financeiramente, ama seu trabalho e está com as suas melhores amigas.
Acho que muitas mulheres sonham com isso.
Mac não aspira realizar as mesmas cenas que capta com a lente de sua câmera. Depois de ver seus pais se separando quando ela era ainda uma menininha, e continuar vendo-os entrando e saindo de outros relacionamentos, ela não tem muita disposição para acreditar que com ela seria diferente. Pelo menos até uma das clientes da Votos intimar o irmão para que a acompanhasse durante a reunião para tratar sobre seu casamento.
“Depois de embalar tudo, viu que só teria tempo para um almoço rápido – as sobras da salada de macarrão – antes de enviar as fotos e ir para a mansão.
Deu umas garfadas, apoiando o prato na pia mesmo. Uma terra de conto de fadas congelada, pensou, ao olhar pela janela. Tudo imóvel, perfeito. Pegou o copo de Coca Zero e tomou alguns goles.
Um cardeal se chocou contra a vidraça com um estrondo. Só deu para ver um borrão vermelho. Mac se assustou e entornou o refrigerante na blusa.
Com o coração na boca, viu aquele pássaro idiota se afastar, voando para longe. Então, olhou para a blusa.
– Droga!
Tirou-a e jogou-a em cima da máquina de lavar na área de serviço. De sutiã e calça preta, limpou o que havia entornado na pia. O telefone tocou e ela foi atender, irritada. Pelo identificador de chamadas viu que era Parker e atendeu com um “que foi?” mal-humorado.
– Patty Baker está aqui. Veio buscar os álbuns.
– Bem, ela chegou vinte minutos mais cedo. Estarei aí, e os álbuns também, na hora marcada. Tente distraí-la – acrescentou, andando pelo estúdio.
– E não me encha. – Desligou e se virou.
Então, deu de cara com um homem.
Ele arregalou os olhos, envergonhado, e se virou, reprimindo um “Ai, meu Deus”. Saía como uma bala, quando bateu na parede, fazendo um barulhão.
– Ai! Você está bem? – Mac largou o telefone na mesa e correu para socorrê-lo.
– Sim, estou. Desculpe.
– Você está sangrando. Caramba, bateu a cabeça com força. É melhor se sentar.
– Talvez. – Ao dizer isso, foi deslizando pela parede até sentar no chão.
Seus olhos estavam enevoados e um pouco embaçados.
Mac se agachou, afastou o cabelo castanho-escuro que cobria a testa dele e viu o machucado que sangrava e já havia inchado bastante.
– Ok, não é um corte grande. Escapou de levar uns pontos. Mas ficou com um belo galo. Cara, o barulho foi tão alto que parecia que você tinha batido na parede com um martelo. Talvez um pouco de gelo e depois...
– Me desculpe, mas... humm, não sei se percebeu... Será que você não deveria...
Mac viu os olhos dele baixarem e os acompanhou. Só então notou que, enquanto tentava ajudá-lo, seus seios, mal cobertos pelo sutiã, estavam muito próximos do rosto dele.
– Ops. Eu me esqueci disso. Sente aí. Não se mexa. – Levantou-se de um salto e se afastou.
Ele não sabia se seria capaz de se mexer. Estava desorientado. Ficou sentado onde estava, com as costas apoiadas na parede. Mas, mesmo com passarinhos de desenho animado voando em torno de sua cabeça, tinha que admitir que os seios dela eram bem bonitos. Não pudera deixar de notar.”
Carter é um amor à primeira vista, no nosso caso à primeira leitura, pois é um cara bonito, desajeitado, inteligente, educado e atraente... isso tudo num só pacote? Por isso que é tão bom ler, a perfeição é possível. Mas, no caso de Nora Roberts e outras autoras de qualidade, os personagens não são de todo perfeitos, graças aos deuses!
Ele já nutria uma paixonite por Mac desde o ensino médio, mas nunca teve coragem de se aproximar, mesmo ela sendo mais nova.
Quem nunca teve um amor que quase nos matou porque não pudemos vivê-lo? Todo adolescente já teve aquele amor tão enorme, o maior amor do mundo, tudo muito intenso, muito forte, muito doloroso, sobretudo se não correspondido ou sequer notado.
O surpreendente aqui é que ele ainda sente o mesmo por ela e consegue, sem muito esforço, mexer com as barreiras que Mac ergueu em torno de si.
Fui abençoada por uma leitura limpa, que não força a barra entre os personagens, transformando-os em atletas sexuais.
Carter e Mac são os meus tipos de personagens prediletos – críveis, possíveis, dão duro para se estabelecer e vivem a vida como qualquer um de nós pode viver.
Ele é professor (Uhu! Eu também sou), ela é fotógrafa.
Ele é desajeitado, desastrado e confuso em certos momentos, ela é prática, “pé no chão” e divertida.
Preciso lembrar Julia Quinn: “Vamos encarar os fatos: lemos romances para nos apaixonar. Sobretudo pelo herói. Sem dúvida, as heroínas são importantes – na verdade, em minha opinião, se a mocinha não for alguém que poderia ser a minha melhor amiga, o livro não faz sentido.”
Eu me apaixonei por Carter assim que ele surge diante de Mac, por quem também me encantei e adoraria ter como amiga.
Alinhavando dois personagens simpáticos e bem construídos está a escrita de dona Nora. Uma receita fantástica para um livro de sucesso.
Tiago Gaiotto
Os diálogos deles... envolventes bem escritos e surpreendentemente reais, mesmo quando travados na secretária eletrônica.
 “– Ah, oi. É o Carter. Queria saber se você não quer ir jantar ou talvez pegar um cineminha. Ou prefere teatro? Eu devia ter visto o que está em cartaz antes de ligar. Mas nem pensei nisso. Ou podemos só tomar um café de novo se quiser. Ou... não sou muito articulado com essas coisas. Também não sei deixar um recado decente. E o que isso importa? Se estiver interessada em alguma dessas sugestões que dei, sinta-se à vontade para ligar, por favor. Obrigado. Hum. Tchau.”
– Droga, Carter Maguire – Falou para si mesma. – Por que você tem que ser tão absurdamente fofo? Não dava para ser irritante? Por que não estou irritada? Ai, Deus, vou retornar a ligação. Sei que vou. Estou mesmo encrencada.”
Álbum de Casamente é rico em muitos sentidos, mas não me refiro à riqueza material. Há romance de excelente qualidade, há o medo do compromisso, sem frescuras, há sensualidade, sem seções que esgotem nossa libido e paciência. E, sem exagero: as cenas hot deste texto não são profanas, mas belíssimas e estimulantes – literalmente.
Como nem tudo são flores e valsas, eles precisarão encarar momentos de incertezas, de medo, de insegurança, também graças aos deuses, pois um pouco de complicação dá um tempero exato para que nos sintamos estimulados a continuar com a leitura. Típico de Nora, claro.
Obviamente estou na expectativa do próximo livro, que contará a história da fofa da Emma. E tomara que não tarde.
Parabéns e obrigada à editora e a ilustre autora, por mais uma obra “redonda” em nossas mãos!
Fico por aqui suspirando e torcendo por Carter e Mac!
Fiquem bem e Carpe Diem!

2 comentários

  1. Realmente, ele é "absurdamente fofo"!
    Gosto demais dos livros da Nora, e com certeza esse vai entrar na minha lista, que, graças a tuas resenha, não deixa de crescer, rsrsrs.
    Queria muito conseguir dividir meu tempo de forma equilibrada entre a leitura prazerosa e a leitura necessária pra o trabalho, mas não consigo, principalmente quando sei que existem tantos livros maravilhosos esperando para serem lidos...
    Parece que esse quarteto promete né?
    Beijos Tania querida e muito grata por enriquecer tanto minha biblioteca!!!!

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    Respostas
    1. Oi, Nadja!
      Querida eu é que te agradeço por estar sempre presente e fico feliz por ter essa oportunidade de falar sobre o que amo e disseminar isso por aí!
      Beijão, querida!

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