“Ainda que eu falasse a língua dos homens, e dos anjos,
se não tivesse amor, serei como o sino que ressoa como o prato que tine.
Ainda que eu
tenha o dom de profecia, saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha
uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei.
Ainda que eu dê aos pobres tudo o que
possuo e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, nada disso me
valerá.
O amor é paciente, o amor é bondoso.
Não inveja, não se vangloria, não se
orgulha.
Não maltrata, não procura seus
interesses,
não se ira facilmente, não guarda
rancor.
mas se alegra com a verdade.
O amor nunca perece; mas as profecias
desaparecerão,
as línguas cessarão, o conhecimento
passará.
Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos;
quando, porém, vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era menino, falava como
menino,
pensava como menino e raciocinava como
menino.
Quando me tornei homem, deixei para
trás as coisas de menino.
Agora, pois, vemos apenas um reflexo
obscuro, como em espelho;
mas, então, veremos face a face.
Agora conheço em parte; então,
conhecerei plenamente,
da mesma forma com que sou plenamente
conhecido.
Assim, permanecem agora estes três:
a fé, a esperança e o amor.
O maior deles, porém, é o amor.”
Coríntios 13
Olá, Envenenados!
Há algumas semanas trouxemos um dos tão esperados
personagens, ou melhor, livros, da Editora Arqueiro para comentar neste espaço.
A grande maioria dos fãs de romances aguardavam ansiosamente as novas
publicações de Romances de Época, que já estão entre nós há alguns meses.
Como não poderíamos ficar de fora, o Envenenadas
pela Maçã já postou textos sobre alguns títulos. E nossa coluna também entrou
na festa.
Como eu disse na ocasião, estava temerosa a
respeito do conteúdo do livro que fui incumbida de ler, mas tive a grata
surpresa de ser uma história maravilhosa com personagens apaixonantes. Depois,
passei a pedir para ser incluída na lista das leitoras desses romances. Assim,
depois de Regras da Sedução, da Madeline Hunter, cai esfomeada em Desejo à
Meia-Noite da Lisa Kleypas.Os Hathaways 1
Claro, me
apaixonei perdidamente. E, para minha felicidade, minha chefinha me enviou o
segundo livro da série Os Hathaways, Sedução ao Amanhecer, também da Lisa, para
meu deleite. E é sobre seus
protagonistas que me derreterei hoje.
Hoje trago para
nossa coluna Kev Merripen e Winifred Hathaway.
Sinopse:
“O cigano
Kev Merripen é apaixonado pela bela e bem-educada Win Hathaway desde que a
família dela o salvou da morte e o acolheu, quando era apenas um menino. Com o
tempo, Kev se tornou um homem forte e atraente, mas ainda se recusa a assumir
seus sentimentos por medo de que sua origem obscura e seus instintos selvagens
prejudiquem a delicada Win. Ela tem a saúde fragilizada desde que contraiu
escarlatina, num surto que varreu a cidade. Sua única chance de recuperação é
ir à França, para um tratamento com o famoso e bem-sucedido Dr. Harrow.
Enquanto Win está fora, Kev se dedica a coordenar os trabalhos de reconstrução
da propriedade da família, em Hampshire, transformando-se num respeitável
administrador, mas também num homem ainda mais contido e severo. Anos depois,
Win retorna, restabelecida, mais bonita do que nunca...e acompanhada por seu
médico, um cavalheiro sedutor que demonstra um óbvio interesse por ela e
desperta o ciúme arrebatado de Kev. Será que Win conseguirá enxergar por baixo
da couraça de Kev o homem que um dia conheceu e tanto admirou? E será que o
teimoso cigano terá coragem de confrontar um perigoso segredo do passado para
não perder a mulher da sua vida? “
É isso mesmo pessoal, Merripen é cigano, assim
como Cam Rohan do primeiro romance da série e, como ele, cresceu longe de sua
família biológica, tendo a sorte de encontrar uma família que o acolhesse e
respeitasse suas origens. Ainda sim, o jovem cresce com as características bem
marcantes, tanto em sua índole como fisicamente, de seus antepassados, porém
continua a viver com sua família adotiva, por gratidão e por amor não admitido,
mas ainda mais pela bela e frágil Win, por quem nutre um amor desmesurado.
A história de Merripen é semelhante à de tantos
meninos que são criados pela vida, longe de pai e mãe que realmente se importem
com eles.
“Não havia bondade nele. Nenhuma fragilidade. Fora criado para dormir no
chão duro, comer comida simples, beber água fria e lutar com outros garotos ao receber
essa ordem. Se acaso se recusasse a lutar, era espancado pelo tio, o rom baro,
o grande homem da tribo. Não havia mãe para pedir por ele, nem pai para
interferir nas punições duras do rom baro. Ninguém jamais o tocava, exceto em
situações de violência. Ele vivia apenas para lutar, roubar e fazer coisas
contra os gadje.
A maioria dos ciganos não odiava os ingleses pálidos que viviam em
casas arrumadas, carregavam relógios de bolso e liam livros diante da lareira.
Só não confiava neles. Mas a tribo de Kev desprezava os gadje, apenas porque o
rom baro os desprezava. E quaisquer que fossem as vontades, crenças e
inclinações do líder, a tribo as seguia.
Com o tempo, porque a tribo do rom baro causava grandes problemas e muita
infelicidade sempre que montava acampamento, os gadje decidiram bani-los da
terra.
Adam Cowie |
Kev tentara lutar contra eles, defender seu grupo familiar, ou vitsa,
mas fora agredido com uma coronhada na cabeça. Outro homem o ferira nas costas com
uma baioneta. A tribo o abandonara à morte. Sozinho à noite, ele ficara semiconsciente
caído à margem do rio, ouvindo o som da água escura correndo, sentindo o frio
da terra dura e molhada sob o corpo, mal percebendo o sangue que escorria em
fios quentes. Havia esperado sem medo pela morte. Não tinha vontade nem motivo
para viver.
Mas quando a Noite já se encaminhava para o encontro com sua irmã
Manhã, Kev sentiu que alguém o tomava nos braços e o levava para longe em uma carroça
pequena e rústica. Um gadjo o encontrara e pedira ajuda a um rapaz da região
para carregar o rom moribundo.”
Vamos entrando no universo que
é os sentimentos e a personalidade de Merripen. Muito, mas sempre
presente.
Arredio e agressivo como um
animal, ele não entendia porque essa família o abrigara – não sabiam que ele
fora criado, para ser um lutador, um ladrão, para desprezar, para odiar todos
que não fossem ciganos? Na verdade, estava reunindo forças para, na primeira
oportunidade, poder fugir. Só havia uma coisa que ele ainda queria descobrir
antes de partir: quem era a dona da voz que ele ouvia do quarto onde se
recuperava. Havia algo naquela voz que o entorpecia, que fazia tudo parecer
melhor...
“Alguém bateu à porta, que em seguida se abriu. Os lábios de Kev se
afastaram numa expressão ameaçadora para o visitante.
– Posso entrar? – perguntou uma menina com voz suave.
Kev engoliu o que ia dizer. Todos os sentidos dele ficaram aguçados.
Ele fechou os olhos, respirando, esperando.
É você. Está aqui.
Finalmente.
– Está sozinho há muito tempo – disse a menina, já se aproximando dele.
– Pensei que poderia querer um pouco de companhia. Sou Winnifred.
Kev sorveu o cheiro e o som da menina. Seu coração disparou.
Cautelosamente, ele se deitou de costas ignorando a dor que sentia. Então abriu
os olhos.
Ele jamais havia pensado que uma gadji poderia se comparar a meninas ciganas.
Mas essa era impressionante, uma criatura transcendental, branca como a lua,
com cabelos louros platinados e traços que mesclavam ternura e seriedade. Ela
parecia calorosa, inocente e doce. Tudo o que ele não era. Todo o seu ser
reagia tão intensamente a ela que Kev estendeu a mão e segurou a menina com um
gemido abafado.
Ela arfou, mas não resistiu. Kev sabia que não era certo tocá-la. Não
sabia como ser gentil. Ele a magoaria sem querer. Mas ela relaxou em seus
braços e o encarou com seus profundos olhos azuis.
Por que ela não o temia? Na verdade, ele sentia medo por ela, porque
sabia o que ele próprio seria capaz de fazer. Kev não havia percebido que a
puxava para mais perto. Tudo que sabia era que agora parte do peso dela
repousava sobre o corpo dele em cima da cama, e seus dedos apertavam a pele
macia dos braços da menina.
– Solte – disse ela, com doçura.
Kev não queria soltá-la. Nunca. Queria apertá-la contra o peito,
destrançar os cabelos sedosos e passar os dedos sobre eles. Queria carregá-la
até o fim do mundo.
– Se eu soltar você, – respondeu ele em tom severo – promete que fica?
– Menino tolo. É claro que ficarei. Vim para visitá-lo.
Os dedos dele se afrouxaram devagar. Ele esperava vê-la fugir, mas a
menina ficou.
– Deite-se – disse ela. – Por que está vestido tão cedo? – Ela
arregalou os olhos. – Oh. Não deve partir. Não até estar bem.”
E ele jamais partiu. Jamais
pode. Já a amava, tão dolorosamente, mesmo antes de conhecê-la.
Esse é o problema dos amores
literários: nos deixam com um questionamento e um desejo: será possível um amor
como esse?
Este ano, na escola em que
trabalho, recebemos dois irmãos que acabavam de ser adotados. Dois meninos (um
com 4 e outro com 6 anos de idade). Uma história que nos tocou profundamente. Duas
crianças numa família nova, em uma escola nova, com dezenas de pessoas
estranhas ao seu redor. Arredios, assustados, silenciosos... são alguns dos
adjetivos que podemos aplicar-lhes. O que deve passar na cabeça dessas
crianças: por que eu, o que eu fiz de errado, será que vão me aceitar, será que
estarei seguro, por que não posso estar com os meus pais verdadeiros? Céus! A
adaptação é complicada para aqueles que são criados por suas famílias
verdadeiras, imaginem para esses pequenos sobreviventes!
Merripen jamais havia sido
tocado por muito tempo, a não ser quando trocava socos com alguém. Imaginem sua
reação quando Win cuidou dele...
“– Você tem a crina de um animal selvagem – comentou ela, usando os
dedos para separar as mechas, que depois penteava com muito cuidado. – Fique quieto.
Estou tentando deixá-lo com uma aparência mais civil... ah, pare de fugir. Não
pode ter uma cabeça tão sensível!
Kev não se esquivava por causa das mechas embaraçadas ou porque o pente
o machucava. O problema era que nunca havia sido tocado por tanto tempo em toda
a sua vida. Estava mortificado, assustado... mas, quando olhou em volta, viu
que ninguém se importava ou observava o que Win estava fazendo.
Ele se reclinou com os olhos semicerrados. O pente puxava os fios com força
e Win murmurava desculpas e massageava os pontos doloridos com a ponta dos
dedos. Muito delicada. O tratamento o deixava com a garganta fechada e os olhos
ardendo. Profundamente perturbado, perplexo, Kev sufocou o sentimento.
Mantinha-se tenso, mas passivo sob o toque suave. Mal conseguia respirar em
meio ao prazer que Win lhe proporcionava.”
A doce Win tomou conta do
coração de Merripen. Mas agora ela precisava partir, precisava cuidar de sua
saúde, já que o marido de sua irmã Amelia, o gostosão do Cam Rohan, que
felizmente teremos de volta em Sedução ao Amanhecer, pode proporcionar-lhe um
tratamento mais adequado na França. Mas ela, que corresponde aos sentimentos
de Marriepen, sempre lhe escreve falando de seu amor e suas esperanças.
Merripen não queria que ela
fosse, queria que ficasse, mas não pode impedi-la, e só não enlouqueceu porque
tinha um objetivo: realizar o desejo de Win de cuidar de suas irmãs e não matar
o novo cunhado. Por outro lado, ele mudara... para não desaparecer dentro de
sua própria dor, da falta que sentia dela, ele mudou e trabalhou como nunca nos
projetos de Cam para a reforma da mansão dos Hathaways. E ignora, senão
despreza, todas as cartas que recebe de Win.
Com o retorno de Win, ambos vão
enfrentar tantos dilemas quanto são capazes. Um deles é Julian Harrow, o médico
responsável pelo tratamento de Win, que fez questão de acompanhá-la até a
Inglaterra e passar algum tempo em sua companhia para conhecê-la melhor longe
do ambiente da clínica. Outro é o próprio Merripen, que não se considera digno
o suficiente para reclamar o amor de Win.
Mas, para minha eterna gratidão
tanto a Lisa Kleypas e à Arqueiro, Sedução ao Amanhecer tem muito mais história
para contar do que o dilema de Merripen e Win. Muito sobre Cam Rohan será
revelado.
Romance, drama, ira, ironia,
humor e muito erotismo são os temperos que permeiam e seduzem nesta história,
que nos prendem não apenas no Amanhecer. Quero levar Merripen, Cam e agora o
Leo Hathaway para cama... digo para casa também!
Enquanto isso não acontece,
fico por aqui, nesta Sexta esplêndida e convidativa, sonhando com o próximo
número de Os Hathaways.
Fiquem bem e Carpe Diem.
Meus sais, vou ter um treco até meu livro chegar!!!!!!!
ResponderExcluirDesde que li a prévia deste livro em Desejo à Meia-Noite não tiro o Merripen da cabeça!!!!
Pois é, Alexis! Eu eu que não queria tirá-lo de outras partes!
ExcluirO homem é uma avalanche de emoções e testosterona!
E eu, uma vadia literária!
Beijo
Oi Tania!!!
ResponderExcluirMeu Deus, já estou sofrendo por antecipação, ainda nem tenho o livro, estou lendo outro que estou amando e já estou imaginando o dia que vou começar a ler essa tua nova e, tenho certeza, maravilhosa indicação. Já me apaixonei pelo Kev!
Beijos querida e uma maravilhosa semana!!!
Kev é uma verdadeiro Lorde Ogro, kkkkkkkk toda aquela testosterona de grossura e prazer kkkkkkkkkkkkkkk Pra mim ele consegue ser um pouco melhor que o segundo, e ainda tem o fato de Leo está completamente diferente, e pelo que vejo, voltou a ser o Leo que Amelia descreveu no primeiro livro. Agora quero saber o que acontecerá com Poppy o final foi instigante.
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