Resenha: Filhos do Éden - Livro 2- Anjos da Morte


Filhos do Éden - Livro 2 - Anjos da Morte 
Autor: Eduardo Spohr
Editora:
 Verus

Páginas:
 586

Ano: 2013

ISBN: 9788576862451
Sinopse:
Desde eras longínquas, os malakins, anjos estudiosos e sábios, observam em silêncio o progresso do homem. Mas eis que chega o século XX, e com ele as armas modernas, a poluição das indústrias, afastando os mortais da natureza divina, alargando as fronteiras entre o nosso mundo e as sete camadas do céu.
Isolados no paraíso, incapazes agora de enxergar o planeta, esses anjos solicitaram a ajuda dos “exilados”, celestiais pacíficos, que havia anos atuavam na terra. Sua tarefa, a partir de então, seria participar das guerras humanas, de todas as guerras, para anotar as façanhas militares, os movimentos de tropas, e depois relatá-los a seus superiores alados.
Sob o disfarce de soldados comuns, esse grupo esteve presente desde as praias da Normandia aos campos de extermínio nazistas, das selvas da Indochina ao declínio da União Soviética. Embora muitos não desejassem matar, foi isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente acabaram fazendo.
Repleto de batalhas épicas, magia negra e personagens fantásticos,Filhos do Éden: Anjos da Morte é também um inquietante relato sobre o nosso tempo, uma crítica à corrupção dos governos, aos massacres e extremismos, um alerta para o que nos tornamos e para o que ainda podemos nos tornar.

Para meu pai, Carlos Eduardo, para quem
a guerra desperta o que há de pior
e de melhor no ser humano.”

Desde que li Filhos do Éden – Herdeiros de Atlântida, não via a hora de ter o livro dois em mãos para dar seguimento à história de Denyel e seus companheiros.
Imaginava algo na mesma linha, uma continuação tão emocionante quanto o primeiro. Mas o que vi foi algo ainda mais forte, ainda mais complexo.
Quando nos despedimos de Herdeiros de Atlântida, temos a promessa de que Kaira e Urakin sairão numa aventura para resgatar Denyel. Mesmo indo contra a proibição de Gabriel, mesmo com tudo que pudesse tornar-se obstáculo, Kaira e o anjo guerreiro farão de tudo para encontrar o exilado.
Anteriormente, em Filhos do Éden – 1 – Denyel, que é um querubim enviado à Terra para observar a evolução da humanidade, é procurado para socorrer Kaira e acaba se juntando ao grupo para auxiliá-los.
Sophia, Denyel, Zac e Ismael, por Andrés Ramos
Em Anjos da Morte assistimos aos eventos bélicos que marcaram o século XX, em cujos principais conflitos Denyel esteve presente. Vamos acompanhando um misto de realidade e ficção que conta alguns dos períodos mais negros da história da humanidade – que se inicia com a entrada das tropas aliadas na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial e chega até a queda do muro de Berlim em 1989.
Em tempos de retomada de consciência política por parte da população, esse é um dos livros que certamente deveria estar na lista, encabeçando-a, de todos os brasileiros. Estamos vivendo mais um grande momento histórico, e Anjos da Morte veio como que um presságio, pelo menos para mim. Há tempos não vemos a nação tão envolvida em manifestações, exigindo o que é seu, de fato, buscando respeito, dignidade de posicionamento do governo.
Eduardo Sphor se superou desta vez, não que A Batalha do Apocalipse e Herdeiros de Atlântida não sejam fenomenais, porque são, mas podemos sentir a evolução dos acontecimentos, assim como a degradação emocional daqueles que participaram de guerras.
Sendo um anjo, o corpo físico de Denyel continuava sempre jovem, mas agora ele compreendia, melhor que qualquer outro, o significado da palavra "envelhecer". Era frustrante, com o passar dos anos, a sensação de que nada será como antes, de que os grandes valores foram jogados por terra, de que o sangue fora derramado a troco de nada. [...]

Vamos viajando também por mitos criados a partir de tais guerras: as sociedades secretas, bruxaria nazista, guerra fria e muitas outras histórias.
Não, não é um livro de história, não é um livro didático. É romance que usa esses fatos como cenários, alguns reais outros fictícios, como o autor deixa bem claro. Apesar de ser louca por História, a forma como o livro é narrado é deliciosa e desperta curiosidades, até então, desconhecidas – agora vou sair à caça de mais livros sobre as castas dos anjos e sobre guerras. Mais textos para, literalmente, queimar a pestana.
Ao mesmo tempo em que o livro faz essa viagem ao passado, para contar a história de Denyel, ele (o livro) volta aos dias atuais para que possamos acompanhar as aventuras de seus amigos alados em sua missão de resgate.
Mas resgate mesmo que faz Eduardo Spohr, pois os fãs de Filhos do Éden (eu sou um deles) estavam perdidamente ansiosos para poder conferir Anjos da Morte, e hoje sabemos porque precisamos esperar esses meses todos. Há muito estudo, muita pesquisa envolvendo a construção da obra, muitas deles em campo, então, Eduardo, aqui vão minhas desculpas por encher sua paciência com cobranças e meus agradecimentos por esse trabalho maravilhoso.
Sabemos que resenha é uma espécie de resumo crítico, então aqui vai a minha crítica... na forma de um questionamento: Quando lerei Paraíso Perdido???
Brincadeirinha! Não, sério, se souber me avisa, tá!
Enfim, Anjos da Morte é uma homenagem a todos os que vivenciaram momentos difíceis de guerra, que perderam entes queridos, assim como aos que ainda hoje passam por isso, mas, sobretudo, aos que foram para o front e não retornaram vivos, sequer inteiros. Depois de completar esta leitura, me vi cheia de indagações e indignações. A principal delas é: qual é a razão para isso tudo, o que faz com que governos enviem seus jovens para enfrentar o inimigo sem a perspectiva de voltar para casa? A troco de quê? De uma medalha, uma bandeira sobre o caixão? Isso compensa? Os poderosos ficam em suas salas bem climatizadas e protegidas, a população fica à mercê da violência, da corrupção e do abandono social.

20 comentários

  1. Parece ser um livro bem interessante, fiquei querendo ler. Mas não foi daqueles que me mato querendo, gostei e leria por ler mesmo, não interessou taaaaaanto assim.
    Gosto do estilo de livro, mas sou meio ruim pra pegar desses tipos e gostar, leio assim mas é aquela coisa de ler pela informação. Será que me fiz "entendível?" Pois é...
    Bem, pelo visto a leitura agradou você, deu pra ver que é bem feito e dá vontade de ler mais e mais.

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    1. Eu gostaria de entender o que você quis passar! Mas valeu!
      Beijão

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  2. Não tive a oportunidade de ler o primeiro livro, mas sempre leio coisas boas a respeito de Eduardo Spohr. O tema é bem interessante e na verdade tenho lido pouco de autores nacionais. Acho que tenho que me redimir disso.

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    1. Olá, Vanilda!
      Como eu já disse, estou na contra-mão, pois só, lia autores nacionais e passei aos estrangeiros. Eduardo é dedicadíssimo ao que faz e, por isso, faz muito bem!
      Para mim, pelo menos, é uma leitura que mexe com o imaginário ao mesmo tempo que relata situações reais!
      Beijão

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  3. não conhecia a saga, mas no momento estou mais focada nos meus livros desejados, assim como a Cristiane leria se tivesse a oportunidade, mas não é um que me mato pra ler

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  4. Tenho o primeiro livro da série mas ainda nem relei nele, assim como o outro livro (batalha do apocalipse) do autor que até li as primeiras páginas mas achei mto detalhado na época (tem dia que quero algo bem light e dia com coisa cabeça =P).

    Miquilis: Bruna Costenaro

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    1. Oi, Bruna!
      Espero que chegue o dia em que possa apreciá-los!
      Beijos

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  5. Hum, parece um livro interessante e estou mesmo atrás de livros com sequências, quem sabe né?

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    1. Esse é um livro, Ludimila, que não te obriga a ler na sequência!
      Quem sabe?
      Beijo

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  6. Já li outras resenhas dessa série... não gostei não. Sei lá, não sei explicar. :(

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    1. Olá, Petra!
      Realmente, leitura é tão pessoal quanto perfume!
      Beijo

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  7. Nunca li os livros do Spohr... achei interessante a temática ... mas não curti muito...Então acho que não vou ler... O bom é que sem querer ele acertou num tema bem atual. Até parece que o futuro sempre repete o passado.
    bjuus

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    1. Olá, Fran!
      Realmente, para nós é muito atual mesmo!
      Beijo

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  8. Eu me interesso por livros urbanfantasy,com pitadas de História e bastante emoção! Minha amiga tinha mandado eu ler A batalha do apocalipse e vive falando o quão bom é o livro e o Spohr, só que não consegui lê-lo e o tempo passa e acabo esquecendo dos trilhões de livros que me indicam ahahaha.
    Poxa, a cada resenha e comentário que vejo dessa saga fico arrependida de não ter ido atrás de uma promo, empréstimo, troca... já coloquei na minha planilha dos que preciso ler.
    bjs!

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    1. Oi,. Hortência!
      Sei exatamente o que é isso, também tenho uma cordilheira de livros para dar conta.
      Beijo

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  9. Já me falaram mesmo que ''Filhos de Atlântida'' é ótimo. Você então, está aí, louca pela leitura de ''Filhos de Éden'' e ansiosa para continuar a história.
    Até agora não me cativei pelo que li sobre essa série, confesso, parece mesmo ser boa, reconheço mas, não consegui ficar com aquela vontade de ler.

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    1. Oi, Mah!
      É o que sempre digo, o tema do livro tem que nos cativar. Mas não duvide o livro é muito bom!
      Beijo

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  10. Achei interessante, não conhecia tão bem o livro. Tenho vontade de ler exatamente pelo fato de puxar o passado, e tratar de assuntos até então atuais. Quem sabe um dia eu leio né? Seja como for, já está anotado!
    Beijo.

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    1. Olá, Jéssica!
      Tomara mesmo que você tenha a oportunidade de conhecer a história!
      Beijo

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