Sexta Envenenada: Missão Mackenzie


“Os homens devem ser treinados para a guerra,
e as mulheres para o relaxamento dos guerreiros;
todo o resto é uma loucura”.
-Friedrich Nietsche
“Tolices”
Linda Howard

Um índio
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
(Refrão)
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Caetano Velloso


Olá, Envenenados!


Hoje é 19 de abril, Dia do Índio, e, portanto, mais uma Sexta Envenenada especial – embora a Sexta já seja essencialmente especial.
Muito mais que uma data comemorativa que estamos acostumados a ver todos anos a ser lembrada no calendário escolar – quem não viu ou vê as criancinhas fantasiadas de índios nos horários de saída das escolas? – o 19 de abril foi estabelecido como Dia do Índio pelo Decreto Lei número 5540 de 02 de junho de 1943, como adoção da recomendação do 1º Congresso Indigenista Interamericano (http://www.museudoindio.org.br/template_01/default.asp?ID_S=33&ID_M=132), realizado em 1940.
Essa recomendação tinha como objetivo geral “[...] outorgar aos governos americanos normas necessárias à orientação de suas políticas indigenistas. Já, em 1944, o Brasil celebrou a data, com solenidades, atividades educacionais e divulgação das culturas indígenas. Desde, então, existe a comemoração do "Dia do Índio", às vezes, estendida por uma semana, a Semana do Índio.”
E para comemorar esta data aqui no Envenenadas pela Maçã, trouxe um bom representante de uma das nações indígenas americanas, ainda que mestiço.
Como diria Baby do Brasil, “Todo dia era dia de índio”, e hoje é dia de Joe Mackenzie, do romance Missão Mackenzie, escrito por Linda Howard e publicado aqui pela Harlequin Books, na coleção Rainhas do Romance.
É gente, para quem conhece, Missão Mackenzie é um romance de banca sim! E faz parte de série Mackenzie, cujo primeiro livro já foi comentado por aqui.
Joe Mackenzie também já foi mencionado aqui no livro A Montanha dos Mackenzie, que conta a história de Wolf, seu pai.
Naquele primeiro volume, que me cativou de vez para o mundo dessa categoria de livros, Joe era um jovem que havia deixado a escola para trabalhar ao lado do pai. Mas havia abandonado também o sonho de pilotar aviões.
Para sua sorte, e nossa também, surge Mary Elizabeth Potter, uma professora que assume a escola de Ruth e o coração de seu pai.
É Mary quem colocará Joe novamente no caminho para realizar seus sonhos.
Já então, Joe se mostra um jovem maravilhoso, tão indomável e lindo como o pai.
Em seu livro, vamos conhecendo o Joe maduro, porém mais indomável e mais sensual também.
Aqui as semelhanças com o pai, embora tenha seguido um caminho profissional totalmente distinto, são gritantes.
Agora, o Coronel Mackenzie tornou-se uma celebridade, mesmo antes de formar-se na Academia.
Beto Malfacini
Todos, companheiros de turma e seus superiores, já poderiam esperar a ascensão daquele jovem mestiço, e não foi surpresa para ninguém quando optou por treinar em aviões de caça. E, entre outras razões, sua atuação durante as duas guerras do Golfo lhe rendeu promoções.
Em pouco tempo Joe ascende na carreira militar e torna-se responsável por um projeto revolucionário da Força Aérea Americana. Desnecessário dizer que o mesmo é ultra-secreto.
É claro que, como o pai, sua libido também é indomável, mas sua paixão por aviões e por seu trabalho o mantém afastado dos planos de constituir família.
Mas, como todo bom macho criado pela mente de Linda Howard, Joe Mackenzie exala testosterona até mesmo em sua assinatura. Assim, aos 32 anos já era Tenente Coronel e conhecido como Breed Mackenzie.
É o tipo que não vê problema algum em ter passado quase a metade de sua existência vestindo uniforme e seguindo regras, mas que, por natureza, curte andar nu pela casa, deixando o corpo secar naturalmente depois de uma ducha revigorante.
Extremamente focado em seu trabalho, terá que conviver com a perita Caroline Evans, que foi incumbida de substituir um membro de sua equipe que sofrera um ataque cardíaco na semana anterior.
“[...] Quando estava suficientemente seco, ainda nu, foi até a cozinha e comeu um sanduíche. A liberdade de estar sem roupas fazia com que algo relaxasse dentro dele.” Dentro de mim não tem nada relaxado, eu garanto!
Beto Malfacini
Como estava muito envolvido com este projeto, tinha pouquíssimas oportunidades de visitar seu lar, em Wyoming, onde relaxava montando os garanhões do rancho de seu pai. Assim, dar um sumiço em suas roupas era a melhor forma de relaxar. O que muito nos agrada.
Dá pra imaginar um moreno alto (1,90m), com um corpo muito bem definido, andando pela casa como veio ao mundo, em busca de alimento e outras coisas? Eu consigo!
Mas em Missão Mackenzie, Joe terá pouco tempo para relaxar.
Para começar, ele tem seu primeiro contato com Caroline Evans, uma especialista civil que luta para manter-se equilibrada e sempre no campo profissional.
Caroline cujo QI é de um gênio, cresceu isolada, dedicada, quase que exclusivamente, aos estudos, o que, consequentemente, não a preparou para os desafios emocionais das investidas dos rapazes. Assim, desenvolveu um mecanismo de defesa que a transformou em uma pessoa distante e, até certo ponto, antipática, uma vez que era mais fácil lidar com conflitos do que com cantadas.
Com personalidades fortes e objetivos bem traçados, ambos só não conseguem controlar a forte atração que surge, desde o primeiro contato, quando Joe vai verificar quem estaria trabalhando até tarde num dos escritórios destinados à equipe técnica, e é surpreendido pela visão de um belo par de pernas que repousavam sobre a escrivaninha.
Hora de terminar por esta noite. - Disse ele.
Com o susto, Caroline deu um salto da cadeira com um grito abafado, o que fez com que seu chá caísse numa direção e os papéis que lia em outra. Suas longas pernas voaram quando se levantou, fazendo a cadeira girar através da sala até colidir contra os arquivos. Ela se viu de cara com ele, com uma mão pressionando seu peito tentando acalmar a repentina aceleração.
Seios muito bem feitos, como ele pode notar quando sua mão esticou o tecido de algodão sobre o corpo.
A fúria apareceu tão rapidamente quanto desapareceu de seu rosto quando seus olhos se fixaram nele.
Oh! Meu Deus – ela disse em tom calmo. –É o G.I. Joe..
Beto Malfacini
Ele captou o delicado sarcasmo, e suas negras sobrancelhas se arquearam.
 – Coronel G.I. Joe.
Percebi– disse parecendo admirada.
Um Coronel em plena atuação. E possuidor de um anel – acrescentou, indicando o anel da academia – Ou enganou um Coronel e roubou sua insígnia, fez um fantástico lifting e tingiu seu cabelo de negro, ou tem um patrocinador de muito peso que está conduzindo-o à ascensão.
Ele manteve seu rosto inexpressivo.
Certamente sou extremamente bom no que faço.
Scarlett Johansson
Ascensão por mérito? – perguntou ela, como se este fosse um conceito impossível, além de toda consideração. – Nãaaao.”
Joe estava acostumado a todo tipo de reação que causava nas mulheres, mas nenhuma delas podia ser vista em Caroline Evans. O que podia ver era uma rivalidade. Estava diante de uma adversária e não uma candidata a se atirar em seus braços.
Obviamente a atração era recíproca, mas Caroline não permitiria que o Coronel tomasse conhecimento disso.
Mas o tempero de Missão Mackenzie inclui esse jogo de gato e rato: de duas pessoas com personalidades tão distintas, mas igualmente dominantes. E será este fato que fará com que Joe comece a ver a vida de uma maneira diferente.
Embora eu seja meio ogra para determinadas situações, também sou bastante independente no que diz respeito a relacionamentos, não espero muito do cara, não pego no pé, não fico fazendo cobranças e tenho horror que façam comigo, mas preciso fazer uma confissão: tem um lado meu que raras vezes deixo aflorar, e é este lado que ama o jeito dominador de Joe Mackenzie. A forma como ele vai controlando a situação e marcando seu território ao redor de Caroline. Ela, claro, fica histérica com suas atitudes, mas como eu, acaba se rendendo ao seu charme. Sou apaixonada por esse mestiço maravilhoso.
Atitudes do tipo: vou te beijar para que todos saibam que está comigo e te deixem em paz, ai! Quebra esse galho para mim coronellllll!
Ai! Meu lado bandida aflora quando leio diálogos desse naipe:
O que estava pensando? – perguntou, rindo entre dentes. – Que sou um grande lobo mau preparado para engolir você?
O pensamento cruzou minha mente - ela respondeu.
Ele observou enquanto ela verificava, duas vezes, os aparelhos eletrodomésticos no pequeno alojamento, logo fechava e verificava duas vezes a porta. Era uma mulher precavida, certamente. Pôs suas mãos sobre sua cintura enquanto a conduzia à caminhonete.
Não tem com que se preocupar – disse meigamente. – Não vou comer você. – Três segundos passaram antes que ele murmurasse – Ainda.
Entããããããão... tá!
Mas, infelizmente, há outro motivo para manter nosso Breed alerta. A descoberta de que alguém da equipe sabotou seu projeto, fará com que Joe encare uma das mais tensas batalhas de sua vida e carreira – será que a competente e dedicada Caroline, a primeira mulher que realmente o tocou, é uma espiã?
Sensualidade, ação, suspense, diversão, sexo de primeira e muita testosterona permeiam esse livro (de banca) e dá margem para que o demais integrantes do clã Mackenzie contem suas histórias. Infelizmente, como o primeiro livro, quase não o encontramos à venda, mas há outros anunciados no site da Harlequin, eu já encomendei os meus.
Fico por aqui, mergulhando na aventuras do próximo Mackenzie da lista.
Fiquem bem e Carpe Diem!

16 comentários

  1. Não curto muito romances de banca, mas sua resenha foi bem convincente! rs
    Fiquei bem animada com o personagem e suas atitudes de "macho alfa". rs
    Também gostei do tal do Beto Malfacini (rsrs), ele é como você imagina o personagem?
    bjs

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  2. Não li nenhum romance de banca, ainda. Mas pretendo começar a ler e pelo jeito já sei qual livro procurar..rs
    Adorei as imagens e os quotes.. andando nu pela casa? procurando o que comer.. ai Jesus.. me segura! rs
    beijos

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  3. Adoro criancinhas vestidas de índio no dia do índio huahuahua. Nunca li romances de banca e tenho até curiosidade de conhecer. Esse pareceu ser interessante.

    beijos
    Kel
    porumaboaleitura.blogspot.com.br

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  4. eita nem lembrei do dia do indio! :O e que post hein? nunca li Linda Howard e queria muito quem sabe não aproveito essa dica bem bacana e leio o romance. De um livro que tem indios na historia só li um classico historico, destino meu, Muito bom tambem :)

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  5. Eu até ia começar a dar chance p/ os romances de banca...mas a série que mais me interessou que é a bianca sumiu das bancas...e as demais série não me atraem tanto...=/

    Logo nunca li nada da Linda...quem sabe um dia?

    Bom fim de Semana Meninas!

    miquilis: Bruna Costenaro

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  6. Ai não gosto de romances de banca e vou confessara que estou MUITO preguiçosa hoje e só li metade de tudo que tava escrito ia pulando aqui e acóla kkkkk Gostei da parte que ele fica cercando a menina e tomando conta da situação. Dia do índio era tão legal nos tempos da escola onde eu saia de cara pintada, agora tanto faz é só mais um dia comum para nós.
    Bj Lari

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  7. Jooooooooooe, meu pequeno garanhão! *--*
    Já li a história do clã mackenzie há um tempinho! Só falta o último livro que é do filho adotado(eu acho!tenho a memória falha.. .-.)Fiquei com um aperto no coração quando as dicas/influências indicavam a Caroline como a espiã na cabeça do Coronel! O tempo separados, nossa!, parecia que era comigo! A tia Linda é uma rainha que sabe realmente te fazer sentir as emoções dos personagens!

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  8. Achei muito criativo essa homenagem ao dia do índio. Acho que foi o único blog que vi aproveitando a data. Adorei a dica de ''Missão Mackanzie'', adoro livros de banca e acho que esse ainda não tinha reparado.

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  9. Não conhecia nenhum desses livros! Mas sabia que hoje era dia do índio porque ontem estive na escola onde minha mãe trabalha e os alunos estavam passeando pela escola para ver a decoração em comemoração a data e conhecendo alguns dos alimentos que eles consomem, foi engraçado ver as professoras se desdobrando para prepararem beiju e milho cozido, mas aposto que as crianças gostaram. Com certeza essa é uma data que deve ser comemorada e lembrada, afinal os índios fazem parte da história do nosso país. Boa sexta, ou melhor sábado!

    Abraços,
    Raquel.

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  10. Não conhecia os livros, mas confesso que não gosto muito de romances de banca. Adorei a homenagem do dia dos índios, quando eu era mais nova adorava, pois as professoras sempre nos caracterizavam. Saudades daquela época!

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  11. Ja li alguns livros da Linda Howard e gosto muito do estilo de narrativa dela, não li nenhum dos livros dessa série dos Mackenzie, msa vou procurar, porque gosto muito de romances de banca!!!Bjooo!

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  12. Faz pouco tempo que comecei a ler sobre os romances de banca e confesso que antes disso tinha um certo preconceito com eles haha mas mesmo minha opiniao tendo mudado, ainda não li nada!!
    Gostei desse moço ai viu haha

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  13. Hummm, esse parece delícia. Gostei do post, é uma ótima dica e deu vontade de ler com certeza!

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  14. Amei a dica, ja li muitos livros da autora, mas esse nao conhecia…
    Sabe, pensando ach que nunca li um livro que o protagonista fosse aviador, achei mega, e coronel ainda por cima, assim me apaixono rsrsr
    tambem curto mocinhos possessivos e sei que nesse ele deve ser bem protetor, é so saber a diferenca entre ser possessivo e doente mesmo. Gosto tambem quando eles sao assim diferentes, sei que irei gostar desse e espero ler em breve.
    bj

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  15. Eu já li alguns romances de banca. Gosto das histórias... mas sei lá... não curto muito o jeito que a história é desenvolvida sabe?
    A sua resenha tá ótima... adorei a história.. mas né! :/

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  16. Este livro é bárbaro, aliás a série inteira, as este foi meu preferido por conta de algumas cenas.
    Bjs, Rose.

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