Resenha: O Diário de uma Submissa da Sophie Morgan



O Diário de uma Submissa

Autora: Sophie Morgan
Editora: 
Fontanar

Páginas: 
216

Lançamento:
2013

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Sinopse:

   Jornalista independente, de 30 e poucos anos, Sophie Morgan não tem vergonha de admitir que tem gostos sexuais excêntricos. Entre quatro paredes — mas só entre quatro paredes, que fique claro desde o início —, ela gosta de ser submissa. Desde bem jovem ela passou a notar que pensava bastante em sexo. Também percebeu o quanto algumas experiências inusitadas mexiam com ela de uma maneira profunda. Mas foi só na faculdade que ela começou a viver experiências consideradas fora do padrão e notar o quanto aquilo tudo lhe proporcionava um enorme prazer.


   Confesso que ando um pouco cansada dessa onda de romances eróticos que inundaram o mercado editorial desde “50 Tons de Cinza”. Entretanto, “O Diário de uma Submissa” é um relato pessoal, e por isso, diferente do que vem sendo publicado. 

   Sophie Morgan é uma mulher como qualquer outra. Você pode sentar ao seu lado num teatro, tomar um café na mesma padaria ou cruzar com ela na calçada sem que ela chame atenção. Sophie é uma mulher comum, com uma profissão, amigos e um namorado. A única diferença dela para a maioria das outras mulheres, e que você nunca saberia se ela não revelasse, é o fato de que ela é uma submissa.  

  Sophie sente prazer com as práticas que muitas pessoas acham estranhas, vulgares e repugnantes. Ela curte espancamentos, amarras  e dores durante o ato sexual, o famoso masoquismo. Atualmente, numa definição mais ampla, BDSM. O livro é um relato da sua vida, de como ela foi iniciada no mundo e de como ela é uma pessoa normal. 

  Se você imagina que só vai encontrar muito sexo pelas mais de 200 páginas do livro, está equivocado. Na verdade, muito do livro é uma analise da autora sobre suas experiências do que um relato da sua vida sexual. Claro que há descrições em tons bem fortes e vivos do ato, mas vamos ser honestos? Estranho seria se não tivesse. 

  Sabe a história do “tapinha não dói” (e viva o funk carioca por popularizar a expressão)? Pois é, para Sophie, tudo começou com um tapinha. Não só não doeu como ela pediu mais e mais forte, até que de fato doesse e ela ficasse excitada com isso. Foi assim que ela descobriu sua vocação para submissa, que era como sentia mais prazer transando.  

  Sophie ressalta o fato de não poder sair falando com todos os homens que gosta de apanhar, pois poderia ser no mínimo estranho. Isso mostra que encontrar um DOM não é missão das mais fáceis, mas que quando a sub consegue, é maravilhoso. Ah sim, antes que eu me esqueça, ela faz “sexo baunilha”, sim. #recadoparachristiangrey.

  Eu não sou puritana e estou longe de julgar as pessoas por seus gostos ou práticas sexuais. Cada um com seu, desde que não esteja prejudicando ninguém. Entretanto, tenho plena certeza que para mim não funciona esse lance de ser submissa. Eu JAMAIS me submeteria às situações descritas pela autora – como a do prólogo, em que ela é xingada e submetida a fazer sexo oral no homem enquanto ele a humilha em público. Implorar para gozar tendo que aceitar qualquer coisa para isso? Nem pensar. Simplesmente isso não excita, e eu provavelmente iria querer socar o cara. 

 Mas para Sophie, é excitante. Ela engole seu orgulho em prol de alcançar o objetivo, que é dar vazão àquela torrente de prazer que ela está sentindo. É isso que ela tenta explicar no livro. E, acho eu que ela tenta, no fundo, ser compreendida.

 “O Diário de uma Submissa” é na verdade um pedido. Um pedido para que as pessoas entendam que as práticas sexuais das pessoas não as definem como boas ou ruins. Você pode ter um amigo que seja praticante de BSDM e nunca suspeitar disso, mas pode ser que ao assistir uma matéria sobre o assunto, tenha nojo e critique aqueles que praticam. Pense nisso. ;) 




11 comentários

  1. Parabéns pela resenha! Recebi O Diário de Uma Submissa da editora e confesso que estou bastante receosa com essa leitura. Foi bom acompanhar a sua resenha e ver muitos dos fatos elucidados. Beijo!

    www.newsnessa.com

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  2. Oi, gostei de ler sua resenha e conhecer mais sobre esse livro.
    Beijinhos de fim de semana.
    http://marlicarmenescritora.blogspot.com.br/

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  3. Oi amiga

    Terminei de ler antes de ontem esse livro. Fiquei meio chocada por ser verídico e tal...mas gostei mesmo assim. Ainda não saiu a resenha no LMT depois te mostro ;)
    Achei a autora corajosa de se expor tanto ( se bem que nem foto dela tem no livro né..não sabemos até onde é verdade..ou inventado...)
    Tive muitas das percepções que vc teve

    Beijos

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  4. Oi, pessoal!

    Em primeiro lugar, parabéns pela resenha, muito bem escrita e perceptiva!

    Bem, com relação ao livro, que acabei de ler, primeiro quero dizer que tenho minhas dúvidas se realmente é uma história verídica ou se isso foi um artifício para se destacar das outras obras do gênero que estão inundando as prateleiras...

    A autora na verdade pretende fazer "um relato nu e cru" (sem trocadilho) de suas preferências sexuais e, de quebra, tenta nos mostrar que é feliz assim e que não é forçada, pelo contrário, ela procura por isso.

    Gosto é gosto e pro meu, nem pensar. Se prá ter prazer tivesse que passar por aquilo tudo, e olhem que não estamos falando de tapinhas na bunda, não, estamos falando de surras MESMO, com direito a marcas roxas, ferimentos e humilhações das mais baixas, preferiria fazer abstinência...

    Pode até ser um estilo de vida, mas acho que é um estilo de vida bem infeliz. Essa é a minha opinião e cada um tem a sua, portanto, outras pessoas tem todo o direito de pensar diferente.

    De qualquer forma, somente pela abordagem diferenciada, acho que vale a leitura, mas não entrará na categoria de livros a serem relidos ou inesquecíveis.

    Beijos!

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  5. concordo com Andrea mas olhando pros lados na minha região tem muita mulher que apanha muito e lambe o chão onde seus homens passam.Para mim ser humilhada publicamente seria o fim mas elas engolem seu orgulho e cheguem servindo os homens. Cada maluco com suas preferencias. Li o livro mas achei muito melhor Irresistivel da Silvia Day

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  6. concordo com Andrea mas olhando pros lados na minha região tem muita mulher que apanha muito e lambe o chão onde seus homens passam.Para mim ser humilhada publicamente seria o fim mas elas engolem seu orgulho e cheguem servindo os homens. Cada maluco com suas preferencias. Li o livro mas achei muito melhor Irresistivel da Silvia Day

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  7. Estou muito curiosa pra ler esse livro, e não achei que 50 tons foi um livro bom sobre a questão da BDSM. Porque a autora não deixou claro o que é a pratica, ela colocou como algo que definia o personagem como mal, só pelos gostos diferentes...
    A sua resenha está muito boa e fez meu interesse pelo livro aumentar...

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  8. Eu ainda não li esse livro, mas pretendo ler e assim que ler, coloco aqui minha opnião. Sobre 50 tons de cinza, eu adorei a trilogia e acho que a intenção da autora não foi escrever um livro sobre BDSM propriamente dito. É uma história em que Cristian Grey, um CEO bilionário, charmoso e bem sucedido pratica o sadomaquismo com garotas morenas através de um contrato assinado, no quarto vermelho da dor, mais conhecido como "Quarto de Jogos". A questão é que ele se apaixona por uma jovem, chamada Anastacia S., que não conheço nada desse mundo e inclusive é virgem.
    O livro tem um toque dessa prática de dominador e submissa, mas vai muito mais além, tem uma questão psicológica por trás da história, como a vida em que o personagem levou, a adoção e o lance com Helena, sua dominadora, a quem o apresentou essa prática. Então nos deparamos com 2 extremos, Cristian não aprendeu a receber e dar amor, ser dominador o coloca no controle para fugir desses sentimentos, já Ana entra em contradição com seus "valores morais", mas no final, um completa o outro e como cita o livro " trepada sacana " pode ser boa, desde que com o consentimento de ambos, deixando de lado o certo e o errado em que a sociedade impõe.

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    Respostas
    1. Concordo totalmente com vc e vou além , para as pessoas que não leram ou não entenderam e saem julgando o livro 50 tons , parem e pensem.... Gostam de dizer que a leitura em questão coloca a mulher de um jeito degradante e submissa....NÃO é nada disso , pelo contrário, se lerem irão entender que o submisso era Ele , pois acabou fazendo tudo do jeito que ELA queria.....

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  9. Nada a comentar...Resenha(ou desabafo) perfeita...
    Não existe nada de romantico ou sensual no BDSM...só dor e falta de respeito.Ponto final. Mas hey, se alguém quer comprovar pelos seu próprios olhos:
    http://portugues.free-ebooks.net/ebook/O-Diario-de-uma-Submissa

    Depois não digam que não avisámos.

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