“Você,
um “Irmão” de fato.
um “Irmão” de fato.
Acho que está exatamente
onde deveria estar - e
não sou a única a pensar assim.”
Amante Libertada
“Toda gente é capaz de sentir os
sofrimentos de um amigo.
Ver com agrado seus êxitos exige uma
natureza muito delicada”.
Oscar Wilde
Olá, Envenenados!
Mais
uma tão esperada sexta-feira em nossas vidas! Eita diazinho querido. Não
conheço uma única pessoa que não anseie por ele, que conte as horas para que
ele esteja logo presente.
Isso me
lembra a ansiedade com que nós, amantes de livros, ficamos aguardando o lançamento
daquele livro que estamos loucos para ler, seja porque muitos têm comentado
sobre ele, porque adoramos seu autor e, na pior das hipóteses, faz parte de uma
série que inadvertidamente começamos a acompanhar e agora precisamos lidar com
o tempo que o autor leva para escrever, o tempo que leva para seu lançamento e,
culminando a angústia, se o livro for estrangeiro, podemos começar a ler outros
livros, tirar nosso jegue da tempestade, pois aí é que a coisa fica feia: ou ele
vai levar tanto tempo para chegar aqui que poderemos reler a série inteira,
começar outra e nos odiarmos pela dependência, quase química, que ele nos
causa, ou simplesmente ele não chegará nunca e você terá que se satisfazer com
os textos disponibilizados na internet.
Mas, vá
lá, somos brasileiros, né? Não desistimos nunca, e um belo dia o livro sai e
começamos a encomendá-los virtualmente, passamos na livraria e imploramos para
que o vendedor nos avise quando ele chegar... Bom, eu estou dizendo exatamente
o que faço e só estou usando o “nós” para não me sentir tão sozinha nessa
loucura literária. Mas acho que só eu faço isso, né??? Enfim...
Falando
em espera e séries, resolvi dar continuidade a minha dissertação sobre uma das
minhas séries mais queridas, a saga da Irmandade da Adaga Negra. Assim,
seguindo a sequência dos livros, hoje é o dia de Amante Libertada (eu não
gostei da escolha do nome, só para constar).
Para
ser honesta, esta é a terceira vez que tento escrever sobre este livro, ou
melhor, sobre o personagem ou personagens dele. Não que eu não tenha gostado
dele, gostei, embora não seja como com os demais. Tentarei me explicar durante
esta coluna.
Quando
falei sobre Vishous, disse que era um dos Irmãos que precisaria de mais de um
livro para ter sua história contada, que a complexidade de sua vida precisava
ser mais explorada. Pensei que teria um pouco mais de informação sobre ele no
Guia Oficial da Série, que foi escrito e publicado logo depois de Amante
Consagrado, que a princípio seria o último. Mas, pelo menos para mim, ali senti
ainda mais necessidade de V.
Em
Amante Libertada, felizmente um pouco (um pouco mesmo) de justiça ao Irmão mais
maltratado começa a ser feita. Embora a história do livro deveria ter sido
focada na irmã gêmea do cara e no seu parceiro romântico, V. pôde expor parte
de seus monstros internos e seu melhor amigo, nosso tira maravilhoso, também
retorna para ampará-lo.
Desta
forma, não posso mencionar apenas um absinto hoje, pois, verdade seja dita,
Amante Liberta tem muito Manny, transborda de Vishous e nos acalanta com Butch.
Por isso, os três são os gatos da vez. Duvido que alguém vá se queixar.
O Dr.
Manuel Manello surge pela primeira vez em Amante Liberto e logo de cara mostra que é osso duro,
dominador, mandão, intenso, mas também adorável, lindo e exalando testosterona
como colônia única.
“─ Que diabos acha que está fazendo, Whitcomb?
A Dra. Jane Whitcomb desviou o olhar da ficha do paciente que
estava preenchendo e fez uma careta. Manuel Manello, cirurgião-chefe do Centro
Médico St. Francis, estava caminhando na direção dela como um touro. E ela
sabia bem por quê.
A coisa ia ficar preta.
Jane assinou rapidamente no fim do receituário, entregou a ficha
para a enfermeira e observou enquanto a mulher saía. Uma boa tática de defesa,
e nada incomum ali. Quando o chefe ficava daquele jeito, os funcionários se
escondiam... o que era o mais lógico a se fazer quando uma bomba estava prestes
a ser lançada e não se tinha muito cérebro. Jane o encarou.
─ Então você ficou sabendo.
Quando ela entrou com ele, Priest e Dubois, dois dos melhores
cirurgiões do St. Francis, olharam para o chefe, pegaram o que tinha de pegar
na máquina de salgadinhos e deixaram correndo a sala. Ao saírem, a porta se
fechou sem qualquer ruído. Como se também não quisesse chamar a atenção de
Manello.
─ Quando pretendia me contar, Whitcomb? Ou pensou que Columbia
ficasse em outro planeta e eu nunca descobriria?
Jane cruzou os braços. Era uma mulher alta, mas Manello era maior
do que ela alguns centímetros, e ele tinha o mesmo corpo dos atletas
profissionais que operava: ombros largos, peito largo, mãos grandes. Aos
quarenta e cinco anos, estava em excelentes condições físicas e era um dos
melhores cirurgiões ortopédicos do país.
Além de um filho da mãe assustador quando ficava irritado.
[...]"
[...]"
Isso
tudo porque soube que Jane, uma de suas melhores cirurgiãs estava em busca de outros
horizontes profissionais. Mas, curiosamente, não foi apenas neste momento que
nosso cirurgião-chefe mostrou-se tão territorial quanto qualquer um dos Irmãos
e, embora tenham sido poucas, suas aparições foram muito marcantes em Amante
Liberto.
Manny
passa todo desejo que sente por Jane, mas também o respeito e admiração pela amiga.
Mas temos certeza de que há algo mais neste personagem magnífico. Isso fica bem
claro quando V. precisa ir ao escritório do bom doutor para apagar os registros
de sua passagem pelo hospital. V. usa suas habilidades em Manny, fazendo com
que este lhe entregue todos os registros, mas se surpreende ao perceber que o
médico consegue raciocinar ainda que em transe, pois questiona várias vezes
quem era ele.
Mais
ainda quando está prestes a ir embora do escritório de Manny.
“V. olhou para o rival pela última vez. O cirurgião estava olhando
para ele sem entender, mas também sem medo, com os olhos castanhos agressivos e
inteligentes. Era difícil de admitir, mas na ausência de V.o cara provavelmente
seria um bom parceiro para Jane.
Idiota.
V. estava prestes a se virar quando teve uma visão tão clara que
parecia aquelas que tinha antes de suas premonições pararem.
Na verdade, não era uma visão. Era uma palavra. Que não fazia
qualquer sentido.
Irmão.
Esquisito.
V. cuidou da mente do médico e se desmaterializou.”
Também
quando Jane vai ao seu apartamento para se despedir, ela sente que não seria definitivo,
teve a impressão de voltariam a se encontrar.
Pois
bem, Manny voltaria sim, dois livros depois, como protagonista de Amante
Libertada. Aqui o grande cirurgião é “convocado” para cuidar de Payne.
A irmã
recém descoberta de Vishous sofre uma lesão na coluna vertebral, em decorrência
de uma luta com Wrath do Outro Lado. O rei cego a traz para o Lado de Cá (ainda
não sei como eles se referem a este lado), uma vez que Payne se recusa a receber
os cuidados da Virgem Escriba (ainda vou descobrir a razão da escolha desse
nome, já que ela nem é virgem, nem escriba).
Como
não obtém muito sucesso na tentativa de socorrer sua cunhada, Jane recorre ao
seu antigo chefe.
Para o
bonitão o drama está apenas começando, se pensarmos nas descobertas que vai fazendo
a partir daí.
Mas
para Vishous e, consequentemente, Jane e Butch é apenas uma faísca dentro de um
quartinho cheio de explosivos.
Nosso
menino entra numa crise sem tamanho e arrasta consigo aqueles que estão mais próximos
dele.
Não é
para menos, não é?
Depois
de tudo pelo que passou com o monstro de seu pai, a descoberta de quem era sua
mãe, a situação esquisita, mas de certa forma cômoda, que vive com Jane, ele
descobre de uma forma extremamente trágica que possui uma irmã gêmea. Dá pra
aceitar até a ideia de matricídio que retorna com força total.
Muitas
pessoas não entendem Vishous, não aceitam sua maneira de agir. Mas é como eu
disse há algumas Sextas Envenenadas atrás: muitos julgam, sem sequer se dar ao
trabalho de conhecer a história por trás de tudo.
V.
entre todos os Irmãos é o único que não consegue se desvencilhar
de vez de seu passado – mas como poderia? Seu presente é ainda torturante.
Vishous
herdou um pouco do sofrimento de cada um de seus Irmãos: uma maldição letal como
a de Rhage, o isolamento e a dor física como Z., a perda da única mulher que
amou como Thor, a mutilação física como Phury, o abandono por parte dos pais
como Butch, além do trauma em relação à irmã e a responsabilidade com sua raça
exigida pela deusa criadora de todos, como Wrath. Cresceu só, enfrentando a
indiferença dos companheiros do acampamento, a violência do pai, o descaso da
mãe e ignorando completamente a existência da irmã.
David Gandy |
Por
sorte, encontrou em Butch e Jane o amor, amizade e compreensão que nunca
conheceu. Então, é de se esperar que tenha uma dificuldade monstruosa em demonstrar
afeto, em lidar com suas frustrações e sequer admiti-las.
Em
Amante Libertada há um desencadeamento de todos os seus traumas, o que porá em
risco sua relação com Jane, em xeque a amizade com Butch, sua sanidade mental e
mesmo sua vida. Como Z, em Amante Desperto, V. busca na dor física o alívio
para toda tempestade emocional.
Assim,
Butch retorna à ação como um salvador, como aquele que fará de tudo para não perder
seu amigo.
Em meio
a tudo que está acontecendo, os momentos de ternura são muito bem-vindos, como
quando V. vai pedir socorro ao amigo e Marissa, em sua única aparição diz tudo
o que nós gostaríamos de dizer.
“Butch olhou para sua shellan.
Sem hesiitar ela assentiu, os olhos tristes e gentis compreenderam bem que V.
estava emocionado... mesmo naquele estado entorpecido.
─ Vá – disse ela. Cuide dele. Eu te amo.
Butch assentiu. Provavelmente gesticulou com a boca um ‘eu te amo’
de volta para ela. Em seguida, olhou para V. e murmurou rispidamente.
─ Espere no pátio. Vou pegar o Escalade... e uma toalha do
banheiro, tudo bem? Está parecendo o maldito Freddy Krueger.
Quando o tira foi até o armário para tirar o roupão e se vestir, V.
olhou para a shellan do macho.
─ Está tudo bem, Vishous – ela disse. – Vai ficar tudo bem.
─ Não ansiava por isso. – Mas precisava fazer antes que se tornasse
um perigo letal para si mesmo e para os outros.
─ Eu sei. E eu também te amo.
─ És uma bênção sem medida
– pronunciou no Antigo Idioma.
E, então, fez uma reverência para ela e se afastou.”
Uma atitude
simples, um “eu te amo”, muitas vezes faz uma diferença tremenda, mas não qualquer
atitude, não qualquer “eu te amo”, mas carregados de verdade, de compaixão e na
medida certa. Como isso fez falta na vida da maioria dos Irmãos. Na de V., então!
Aqui
Bucth tem papel fundamental na vida de Vishous, os momentos são muito fortes, e
porão os dois à prova emocionalmente e fisicamente.
Quanto
a Manny, também terá sua cota de sofrimento, claro que muito longe da que V. passa,
mas se vê apaixonado por uma mulher que é “seu par
perfeito... (mas) alguém tão incompatível.”
Também
passa pelo sofrimento de ver sua égua condenada pelo acidente sofrido durante
uma corrida.
Mas
muita coisa está para acontecer da vida desse médico que está acostumado a
manter tudo sob controle, sua profissão, seus funcionários, sua vida...
Coincidentemente,
Manello é filho de uma enfermeira, assim como Butch. Não conheceu seu pai,
assim como Butch, pelo menos não seu pai verdadeiro. E isso, acredito eu, deve
dar pano para mais histórias envolvendo o tira e o médico mais gostosos da
saga.
Quanto
a Payne, personagem que dá título ao livro, infelizmente, na minha humilde
opinião, não teve tanta participação quanto eu esperava. Para começar meu
dilema, já disse aqui que sou um pouco paranóica com determinadas situações,
percebi, nas várias leituras que fiz, que não há coerência em alguns dados.
Quando
Wrath traz a irmã de V. para ser tratada e esta é apresentada a Jane, shellan de
seu irmão em Amante Meu (p. 540), a médica tem uma surpresa assustadora, pois a
paciente em questão é muito parecida com seu hellren.
Ora,
neste momento Jane diz o nome de Vishous, o que choca Payne que até então acreditava
que o irmão estivesse morto há mais de dois séculos. Aqui ela descobre que seu
irmão não só está vivo, como vinculado com Jane e, portanto sua querida mãe
mentiu ao dizer que o filho morrera, impedindo que se conhecessem.
Mas
quando estão conversando na clínica da Irmandade, já em Amante Libertada (p.
142), Payne revela que conhecia tudo sobre seu irmão através das tigelas de
visões das Escolhidas, que permitiram que ela observasse todas as fases da vida
de Vishous, podendo, inclusive, avaliar a atual, ao lado de Jane como a melhor
de todas.
Enfim,
talvez eu é que não tenha mesmo entendido o que houve de um livro para o
outro... talvez tenha que fazer o “sacrifício” de reler, reler, reler...
Vida
que segue. Neste volume temos o primeiro contato com Xcor e seus bastardos –
não, não é um nome de banda de rock – um grupo de vampiros guerreiros que
também lutam contra os redutores, mas que tem muito contra a Irmandade. Xcor é
filho de Bloodletter, assim como V. e Payne, que viu seu pai ser morto por uma
fêmea que era a versão feminina de seu pai e desde então busca vingança.
Também
participamos da angústia de Qhuinn e revemos o querido José de la Cruz com seu
novo parceiro.
Enfim,
Amante Libertada, não se prende ao casal protagonista, graças a Deus, mas abriu
um leque de tantas histórias que podemos ter certeza de que há ainda muito mais
por vir. E só para que saibam, já tenho o meu exemplar de AMANTE RENASCIDO,
cuja leitura já iniciei.
Adriana Lima |
Longe
de mim, dizer que o nome do livro está errado, mas acho que pela história toda
e por não ter Payne como o foco principal, talvez não fosse esse o mais
apropriado.
Vishous
está aqui, muito presente, muito ele, frágil e forte, furioso, sedento de
tantas emoções que se o livro tivesse seu nome não me causaria estranheza
nenhuma. Como eu disse, ele merece justiça. Acho que Ward percebeu, inclusive,
a revolta dos fãs com a criadora da raça já que felizmente não tem aparecido
para encher a paciência com suas exigências imbecis e fúteis.
Espero
que V. e Payne tenham uma oportunidade de conviver mais e que possam confrontar
sua doce mamãezinha.
Uau!
Não pensei que conseguisse escrever tanto sobre Amante Libertada. Como eu disse
no início, a história principal é permeada de outras com igual importância, o
que o torna talvez um link para as próximas aventuras da Irmandade da Adaga
Negra.
Por
hoje é só, pe-pe-pessoal, com diria o Gaguinho! Fico por aqui, desejando uma
Sexta fantástica e um final de semana maravilhoso!
Beijos
e Carpe Diem!
Tania
Lima
Tenho todos os livros dessa série *_*
ResponderExcluirNão curti o nome também, mas gostei do livro.
Então somos duas, Lariih!
ExcluirAdorei sua presença!
Bom final de semana!
Beijos
Tania
Acho esse livro muito intenso.... e também não gostei do nome,mas o seu post está perfeitoooooooooooooo.......
ResponderExcluiramo essa série,me dedico a ela e amo todos os guerreiros,mesmo com todos os seus defeitos e falhas!!!
bjsss
Bianca
http://www.apaixonadasporlivros.com.br/
Oi, Bia!
ExcluirQue bom que você gostou! Acho que quase ninguém concordou com o nome, o livro é a cara do V. Mas é isso aí mesmo, livro bom, bem escrito e com histórias e personagens fantásticos!
Amo a IAN!
Beijos, linda!
Tenho que dizer, você escreveu uma resenha maravilhosa, uma das melhores que já li sobre esse livro.Infelizmente ainda não o li porque estou comprando a série aos poucos, já que são muitos, mas muitos livros mesmo.. rsrsrs.. Bom, tenho que confessar, Vishous ainda foi pouco explorado realmente pela autora, é o irmão que mais sofreu e ainda sofre, por isso, espero que a autora nessa nova série "The Black Dagger Legacy" possa enfocar um pouco mais nesse vampiro que amo tanto. Meu favorito.
ResponderExcluirOi, Janielle!
ExcluirVocê foi mordida e arrebatada pelos Irmãos, definitivamente!
V também é um dos meus favoritos! Amo demais tudo que tem a ver com ele!
Obrigada, querida por sua visita e comentário!