Olá pessoal!
Demorei, mas cheguei!
Estava procurando um personagem diferente
para esta Sexta Envenenada e estava louca para escrever algo sobre a J.R. Ward,
mas não queria entrar logo com os Irmãos, até porque acho que a maioria já
conhece os meninos. Claro que falarei de todos eles, mas em outro momento,
também pensei em falar sobre Fallen Angels, mas resolvi inaugurar a seção Ward
com um macho não tão divulgado dessa diva dos romances sobrenaturais.
Assim, nosso absinto dessa 6ª Sexta
Envenenada é Michael.
A
grande maioria dos romances normalmente nos apresenta a seguinte realidade: a
mulher como o ser que carece de cuidados, que precisa ser salva de algo ou de
alguém. Encontramos uma lista enorme de textos em que somos apresentadas como
frágeis, complicadas, carentes, desamparadas; vivendo situações em que
precisamos de um salvador, e, quando tudo parece estar perdido, eis que surge o
príncipe encantado e somos salvas de todas as nossas vidas infelizes.
O
herói que trago hoje, é alguém que para salvar a mocinha, deverá ser salvo
antes de tudo. Assim, diferente dos homens que conhecemos no mundo do romance
literário, em quase sua totalidade, Michael aparece como uma “Bela Fera” em A
História de Filho (The Story of Son), ainda não editado por aqui, de autoria da
nossa querida J.R. Ward, autora da Irmandade da Adaga Negra.
Como
os Irmãos, Michael é um vampiro, diga-se de passagem, maravilhoso. E, também
como cada um dos Irmãos, tem uma história de muito sofrimento em sua vida; a
diferença é que toda sua vida foi determinada e devastada por sua própria mãe.
A
História de Filho é um dos contos que faz parte da Antologia Morte ao Anoitecer
(Dead After Dark Anthology) de 2008, portanto contemporâneo aos livros da IAN.
Esta
é mais uma prova da qualidade dos textos de Ward, pois traz personagens fortes
e um universo fantástico e, mesmo aqueles leitores que não têm uma quedinha
pelos vampiros, certamente se encantarão com essa história curta, mas intensa.
O “Filho”,
ou Michael, um macho que nos faz lembrar fisicamente Wrath, só que com os
cabelos tipo Phury, vive trancafiado desde a infância por ordem de sua mãe
humana (mais para desumana), justamente por sua natureza vampira.
Esse
lindo macho sequer sabe ou se lembra de seu nome está confinado há 56 anos e,
segue sua vida obscura, acreditando ser merecedor de tal destino, assim como
terminará seus dias assim. Até que conhece Claire Stroughton, advogada de sua
mãe e sua nova “refeição” e, embora nenhum dos dois poderia imaginar, destinada
a ser sua salvadora.
Tudo
acontece a partir de uma visita que Claire faz a sua cliente que, por várias
razões, estava impedida de ir de Caldwell, onde reside, até o seu escritório em
Manhattan durante um feriado. Durante a visita a Srta. Leeds sugere que Claire
conheça seu Filho. Mas o que ela não imagina é que não se tratava de senhor de
idade avançada convencional, já que a Srta. Leeds é uma anciã de
aproximadamente 90 anos.
Outra
das surpresas que se seguirão será a forma como vai ser apresentada ao tal
Filho.
Depois
de um chá, ao qual se viu forçada a aceitar por educação, Claire perde os
sentidos e vários minutos a seguir...
“Claire virou-se na cama,
sentindo veludo sob as mãos e suave algodão egípcio contra o rosto. Virou a
cabeça de um lado para o outro no suave travesseiro, dando-se conta do martelar
nas têmporas e que sentia náuseas.
Que sonho tão estranho… a
senhorita Leeds e esse mordomo. O chá. O carrinho. O elevador.
Deus, doía-lhe a cabeça, mas
de onde vinha esse maravilhoso aroma? Escuras especiarias… como fina colônia
para homem, só que uma que nunca tinha cheirado antes. Enquanto inspirava
profundamente, seu corpo se esquentou em resposta e percorreu a superfície de
veludo com a palma da mão. Sentia como se fosse pele…
Espere um momento. Não tinha
nada de veludo em sua cama.
Abriu os olhos… e ficou
olhando fixamente para uma vela. Que estava sobre uma mesinha de cabeceira que
não era dela.
O pânico rugiu em seu peito,
mas a letargia prevalecia sobre seu corpo. Lutou tentando levantar a cabeça, e
quando finalmente conseguiu, tinha a visão imprecisa. Não que isso tivesse
alguma importância, já que podia ver mais à frente do que o superficial
atoleiro de luz que caía sobre a cama.
Uma vasta e espessa
escuridão a rodeava.
Ouviu um misterioso som de
algo sendo arrastado. Metal contra metal. Movendo-se ao seu redor.
Aproximando-se dela.
Olhou em direção ao ruído,
abrindo a boca, um grito formando-se em sua mente só para ficar preso no fundo
de sua garganta.
Havia uma enorme silhueta
negra ao pé da cama. Um enorme… homem.”
E foi
dessa forma que Claire despertou para o que seria um verdadeiro pesadelo, ou
talvez sonho.
Assim
como ela eu também me apaixonei por Filho, ou Michael como ela mesma começou a
chamá-lo, uma vez que tanto o que viu como o que conheceu dele lhe fazia pensar
em algo tão etéreo como um anjo.
Presa
naquele lugar esquecido do mundo, deveria ficar ali por três dias, até que ele
tivesse se alimentado, depois seria solta e sua mente limpa. Mas, diferente de
todas as outras mulheres que já estiveram ali, Claire é seduzida por algo que
jamais poderia pensar que existisse.
“[...]
— Quero ver seu rosto.
Agora.
Houve um longo silencio.
Logo ouviu as correntes e ele saiu para a luz.
Claire ofegou, levando as
mãos a boca. Era tão bonito como sua voz, tão bonito como seu aroma, tão bonito
como um anjo… e não parecia ter mais de trinta anos.
Sua estatura de 1,98 de
altura estava envolta em um roupão de seda vermelha que caía até o chão e
estava amarrado com um cinto bordado. Seu cabelo era negro como a noite e o
mantinha afastado do rosto, caindo em grandes ondas até… Deus, provavelmente
até a cintura. E seu rosto… sua perfeição era assombrosa, com a mandíbula
quadrada, os lábios grossos, e o nariz reto. Era a síntese da magnificência
masculina.
Entretanto não podia ver
seus olhos. Mantinha-os baixos, olhando o chão.
— Meu Deus — sussurrou —. É
irreal.
Voltou para a sombra.
— Por favor, coma.
Precisarei de você novamente. Logo.
Claire imaginou-o
mordendo-a… chupando seu pescoço… bebendo o que levava nas veias. E teve que
lembrar a si mesma que era uma violação. E que era uma prisioneira contra sua
vontade e que estava sendo usada por… um monstro.
Baixou os olhos. Parte das
correntes que se deslocavam com ele ainda estava à vista. Era grossa como seus
punhos e supôs que estaria fechada no seu tornozelo.
Definitivamente, ele também era um
prisioneiro.
[...]”
Gente,
daí em diante é só encantamento, pois vamos descobrindo, assim como Claire, as
peculiaridades desse macho; desde sua crença no fato de que é merecedor desse
castigo até a perda de sua virgindade.
E,
meu povo, eu amo J.R. Ward! Não que minha imaginação já não seja fértil o
suficiente, mas a descrição, os detalhes que acrescenta, uau! Conseguem
enrubescer a mais sem-vergonhas das periguetes.
Michael
nos encanta com suas descobertas, com sua história de vida e nos faz querer
ficar trancafiadas com ele e sumir com as chaves.
Por
outro lado, mostra-se extremamente correto, honesto e heróico também, não
aceitando que Claire o resgate desse seu destino, ainda que totalmente
envolvido por ela.
“[...]
Dimitris Kouloulias |
Olhou-o fixamente. Embora
fosse enorme, era tão tranquilo, reservado e humilde que não teve medo dele. É
obvio que a parte lógica de seu cérebro lhe recordava que deveria estar
apavorada. Mas logo pensava na forma como a tinha dominado, sem machucá-la na
primeira vez que despertou. E no fato de que ele parecia ter medo dela.
Conservando o olhar nas
correntes, disse a si mesma que deveria dar razão aos tumultuados pensamentos
em seu cérebro. Essa coisa estava ali por alguma razão.
— Qual é seu nome? — perguntou-lhe.
Suas sobrancelhas baixaram.
Deus, a luz que se derramava
sobre seu rosto o fazia parecer algo definitivamente etéreo. E ainda assim, a
estrutura de seus ossos era bem máscula, firme e inflexível.
— Me responda.
— Não tenho um — disse.
— O que quer dizer com não
tem um nome? Como é chamado?
— Fletcher não me chama de
nenhuma forma. Minha mãe está acostumada a me chamar de filho. Assim, suponho
que esse é meu nome. Filho.
— Filho.
Esfregou as coxas com a
palma das mãos, de cima para baixo, e a seda vermelha de seu roupão flutuou com
elas.
— Há quanto tempo está aqui
embaixo?
— Em que ano estamos?
Quando respondeu-lhe, ele
falou:
— Cinquenta e seis anos.
Ela perdeu respiração.
— Tem cinqüenta e seis anos?
— Não. Trouxeram-me para cá
quando tinha doze anos.
— Meu Deus… — evidentemente
tinham diferentes expectativas de vida — Por que o puseram nesta cela?
— Minha natureza começou a
impor-se. Minha mãe disse que desta forma seria mais seguro para todo mundo.
— Esteve aqui embaixo todo
este tempo? — Devia estar tornando-se louco, pensou. Não podia imaginar estar
sozinha durante décadas. Não era de estranhar que não queria olhá-la nos olhos.
Não estava acostumado a interagir com ninguém — Aqui embaixo, sozinho?
— Tenho meus livros. E
minhas ilustrações. Não estou sozinho. Além disso, aqui estou a salvo do sol.
A voz de Claire se endureceu
quando recordou a agradável, pequena e idosa senhorita Leeds drogando-a e
atirando-a ali embaixo, na cela com ele.
— De quanto em quanto tempo
te trazem mulheres?
— Uma vez ao ano.
— O que? Como uma espécie de
presente de aniversário?
— É o tempo máximo que posso
ficar antes que minha fome se torne muito intensa. Se esperar mais, morro…
difícil de acreditar. — Sua voz era impossivelmente baixa. Estava envergonhado.
[...]”
Quando
mais nova tive um namorado com quem fiquei por algum tempo, até descobrir que
era virgem, o que eu já desconfiava, mas não fazia ideia da minha reação ao
confirmar o fato. Não sei se era por imaturidade minha, ou por não estar tão na
dele assim, mas acontece que dias depois terminei o namoro.
Hoje,
com a experiência de vida que tenho, tenho certeza de que se um Michael
aparecesse em minha vida, com tanta coisa linda como esse de Ward, juro, me
encarregaria de sua pureza com a maior das paciências, e olhem: se há algo que
não tenho é paciência.
Definitivamente,
Michael me encantou em tudo. Vocês precisam conhecer esta história de herói e
heroina, de descoberta do outro e de auto-conhecimento; certamente também vão
querer dar colo a Filho, Michael.
Infelizmente
não temos o livro publicado em português, mas ele está disponível em alguns blogs,
ou para compra em inglês. Ele é pequeno mesmo; algo como 58 páginas e a
princípio não tem ligação com a IAN, embora as situações sejam muito
semelhantes, mas andei lendo, não lembro onde, que é possível que haja um
contato entre os personagens deste com os da IAN. Tomara, pois é uma história
muito gostosa, quente (muito quente) e bonita.
Claire
entra para o rol das poucas personagens femininas que me cativaram e Michael
(Filho) tornou-se meu amante literário mais doce.
Vou ficando por aqui, pois vou recomeçar a leitura dessa história e sonhar mais um pouco. Volto na próxima sexta-feira, com mais um feitiço literário!
Beijos e Carpe Diem!
Tania Lima
Nossaaaaaaaaa.... Cada sexta-feira que passo por aqui fica melhor, muito melhor... Tánia Lima minha filha, me diz onde tem deste Michael, que vou correndo lá pegar... kkkkkkkk
ResponderExcluirAdorei seu post, e já agoniada aqui para ler esta estoria! E a Warden, cada vem mais linda pra mim... Bjus
Lia Christo
www.docesletras.com.br
Eu simplesmente A.M.O. O Michael!!!!
ResponderExcluirDepois do V e Butch é o meu vampirão predileto!!!
Quero para mim também!!
Tânia, já li e reli umas trocentas vezes a história!!!!
Bjkas!!!
Pois é Adri, ele é realmente uma delícia! Não tem como passar despercebido! E temos muito em comum, pois também sou louca pelo V e pelo Tira, mas incluo na lista o meu mestiço Rehv!
ResponderExcluirQuase 500kg de machos deliciosos!
Bjs
Tania, que coluna é essa... A cada sexta vem mais envenenada!! Que delícia!! Parabéns!!
ResponderExcluirAhhh Ward, nossa querida Ward! Essa mulher é demais! Não tem como não se apaixonar por um personagem dela, principalmente se for um Irmão (Butch <3 <3). Desconhecia essa série dela porque, infelizmente, não acompanho livros em inglês mas achei fascinante e promissora! Com certeza faria muito sucesso por aqui.
O que falar de Michael? Parece um personagem tão puro e, ao mesmo tempo, tão poderoso (masculinamente falando rs)! É inocente, conformado e bastante maltratado mas, mesmo assim, mantém algo de bom em si. Deve ser um macho de valor e com muito amor para dar! Invejo mulheres como a Claire nessas horas hahahaha
Mil beijos!!
Ingryd - PseudoEstante
Oi, querida!
ResponderExcluirSó agora vim comentar, apesar de ter lido a coluna na sexta mesmo. Eu li esse conto e tb me apaixonei pelo Michael e o seu drama, preso naquele quarto pela própria mãe. Ele sem dúvida lembra os Irmãos e seria uma delícia ve-lo aparecer numa das histórias da Irmandade. Aliás, aqueles Irmãos... Vais ter que dedicar uma sexta para cada um deles...rsrsrs. São todos envenenadíssimos.
Beijo carinhoso!!
Rosane
Ahh as sextas estão tão melhores depois que eu passei a ler essa coluna... ohh calor!!!!
ResponderExcluirEu nem li,mas já estou apaixonada pelo Michael... como não me apaixonar??!!
Esse post faz totalmente a felicidade das pervas!!!!
kkkkkkk
Bjsss
Bianca
www.apaixonadasporlivros.com.br
Oi Tania eu amo a Ward, o mulher que faz eu me apaixonar a cada livro rsrs.
ResponderExcluirEsse eu não conhecia, mas vou atras com certeza.
Adorei o post, parabéns!
Beijo
@Agda01
Meninas, bom dia!
ResponderExcluirJá temos o livro publicado aqui, galera! MISTÉRIOS NOTURNOS!
Já até o mencionamos na aqui no blog:
http://asenvenenadaspelamaca.blogspot.com.br/2012/07/apple-news-univdoslivros.html
Aproveitem!
Tania