Resenha de ‘A Linguagem das Flores’ da Editora Arqueiro

A Linguagem das Flores TIPOS5

 

 

 

 

 

A Linguagem das Flores

 

 

Autor: Vanessa Diffenbaugh

Lançamento: 2011

Páginas: 295

ISBN:978-85-8041-017-4

Editora: Arqueiro

 

 

 

 

 

Sinopse

          “Victoria Jones sempre foi uma menina arredia, temperamental e carrancuda.

          Por causa de sua personalidade difícil, passou a vida sendo jogada de um abrigo para outro, de uma família para outra, até ser considerada inapta para adoção. Ainda criança, se apaixonou pelas flores e por suas mensagens secretas.

          Quem lhe ensinou tudo sobre o assunto foi Elizabeth, uma de suas mães adotivas, a única que a menina amou e com quem quis ficar... até pôr tudo a perder. Agora, aos 18 anos e emancipada, ela não tem para onde ir nem com quem contar. Sozinha, passa as noites numa praça pública, onde cultiva um pequeno jardim particular.

          Quando uma florista local lhe dá um emprego e descobre seu talento, a vida de Victoria parece prestes a entrar nos eixos. Mas então ela conhece um misterioso vendedor do mercado de flores e esse encontro a obriga a enfrentar os fantasmas que a assombram.

          Em seu livro de estreia, Vanessa Diffenbaugh cria uma heroína intensa e inesquecível. Misturando passado e presente num intricado quebra-cabeça, A linguagem das flores é essencialmente uma história de amor – entre mãe e filha, entre homem e mulher e, sobretudo, de amor-próprio.

 

FitaLateral

 

Resenha

          Quando recebi o livro para resenhar, jurei que fosse mais uma daquelas histórias melosas, para vender livro mesmo, sabe? Daquelas com um enredo triste e pouco denso que no final agrada o leitor com um final água-com-açúcar. Ledo engano.

          Com uma linguagem fácil, Vanessa Diffenbaugh, leva a gente muito lentamente no início do livro a conhecer a vida conturbada e infeliz de Victoria.

          A adolescente, então com dezoito anos completos, começa a nos relatar sua jornada a partir do momento em que se prepara para deixar o abrigo de órfãs em que vive para ocupar uma vaga em uma casa para jovens emancipadas, a Gathering House, onde terá que trabalhar para comer e pagar o aluguel. Victoria Jones narra sua vida intercalando presente e passado, um seguido do outro.

          O livro é dividido em quatro partes: Cardo, Um coração inexperiente, Musgo e Recomeços. Essa apresentação pode parecer bem simples no primeiro momento (vocês vão entender o porquê dos títulos), mas depois que acabarem a leitura chega-se à uma conclusão: apesar de passado e presente serem apresentados um após o outro e, claro, com acontecimentos distintos e até mesmo sem apresentar correlação entre eles, todos os momentos descritos pela protagonista exercem uma relação muito fiel aos subtítulos!

          Ela nos conta das dificuldades que passou de lar em lar adotivo e de abrigo em abrigo para crianças órfãs. Victoria era uma menina difícil, sociopata e muito problemática. No início, se pensa que Victoria é uma garota rebelde sem tanto motivo assim, cria-se até certa antipatia devido às atitudes intempestivas da garota. Mas depois, conforme ela vai desenvolvendo sua história, você se pergunta se deveria mesmo julgá-la dessa forma. Foi uma criança maltratada por famílias adotivas e que não conheceu o amor, nem mesmo da assistente social que era sua tutora. A menina cresceu no meio da maldade das outras crianças e as matérias que constavam no seu currículo eram a desconfiança, a malícia, o desprezo e o ódio.

          Mas aos nove anos, sua assistente social, que já não acredita mais em Victoria devido ao seu péssimo comportamento, a leva para o que parece sua última chance em conseguir um lar adotivo. Victoria então conhece Elizabeth, sua nova mãe adotiva, e tenta a todo custo sabotar essa aproximação. Vou dizer que dá até raiva de ver a menina aprontando TODAS com Elizabeth, que, apesar de firme, é muitíssimo amorosa e compreensiva. Elizabeth cativa o impenetrável coração de Victoria e então ensina à criança a linguagem das flores e tudo sobre as videiras que cultiva em sua fazenda. Nesse ponto a gente começa a compreender porque ela sabe tanto de flores... Tanto que quando fica sem abrigo, ela começa a trabalhar com Renata, florista proprietária da Bloom.

          Victoria, que é uma sociopata assumida (vocês vão perceber pelas falas dela, chega a ser irritante) começa a interagir com Renata, com os clientes, mesmo contra sua vontade, e também com um vendedor de flores do mercado das flores. Ele lhe oferece um Lírio e ela se sente ultrajada e pensa: Eu não sou uma rainha. É muito bacana mesmo porque Victoria é muito relutante ao assédio do vendedor e eles começam a responder um ao outro com flores!

          Vê-se claramente o sentimento de impotência e de desconfiança da menina. A falta de esperança e o peso de não corresponder satisfatoriamente o amor que sentem por ela criam uma barreira que impede qualquer vínculo com todos à sua volta. E mesmo assim as pessoas vão entrando em sua vida... E reconhecemos o amadurecimento de Victoria em relação a sua dificuldade de se entregar a qualquer relacionamento, seja ele de amizade, amoroso ou mesmo maternal.

          Vanessa Diffenbaugh, com seu livro, além do maravilhoso dicionário de flores de Victoria no final do livro, nos dá grandes lições de vida, como quando Renata diz à Victoria: “Você acha mesmo que é o único ser humano que tem defeitos imperdoáveis? Que foi magoado quase a ponto de entrar em colapso?” E também quando fala que o musgo, que quer dizer amor materno, cresce mesmo sem raízes. Quando vocês lerem, vão entender tudo o que estou querendo dizer.

          A autora já lecionou arte e redação para jovens carentes, tem um filho adotivo e fundou, nos EUA, a Camellia Network (Camélia: meu destino em suas mãos) que é um projeto de apoio aos jovens que estão deixando os abrigos e se emancipando. Bacana, né?

www.camellianetwork.org

          Queria ser mais elucidativa em relação a essa resenha, queria poder me explicar melhor, mas o livro é muito denso e muito complexo. Além das mensagens que cada flor traz, fala sobre uma explosão de sentimentos e sobre as consequências de uma vida que já se inicia privada de amor, de uma criança a quem tudo foi negado. Lindo, triste e tocante de mais! Mas, mensagens lindas no final fazem você refletir:

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          Em ordem: pilriteiro, musgo, visco, rosas vermelhas, primavera-dos-jardins e gerânio cheiroso.

          Descubram “A linguagem das flores”!

          Morrendo de vontade de sair expressando meus sentimentos no facebook e mandar flores com mensagens para todos que eu gosto e que não gosto também! (hehe).

          Ameeeei muito, muito! Entrou para os meus favoritos no Skoob. Dê cinco coraçõezinhos, vale seis! Um de bônus... hahaha.

          Beijooo,Indie Nunes

Indie Nunes

Resenhista convidada do Envenenadas

e colunista do “Panelinha da Indie”

4 comentários

  1. Faz um tempo que fiquei bem curiosa para ler esse livro, mas sempre acabo comprando outros e até esquecendo dele, mas vendo a resenha me acende a curiosidade de novo então, acho que vou colocá-lo no topo da lista de novo. Amei a resenha, parabéns. Beijos

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  2. Adorei a resenha Indie!! Esse livro é muito fofo! Tão fofo que acabei dando para de presente para minha mãe! Sensível e muito educativo!!

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  3. A resenha está muito bem feita. Eu não li o livro, mas pelo título tinha a mesma impressão que você: algo meloso que não levaria a lugar algum. Pelo jeito, me enganei totalmente. A história é realmente bem mais complexa. Uma resenha muito bem feita.

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  4. Já faz um tempo que li o livro. Lembro que ele me tocou muito. É um livro lindo, com uma grande história de amor sem ser meloso e sem um feliz para sempre forçado como em alguns livros. A autora acertou na mão e é um dos meus livros preferidos também.
    E de bonus, temos uma capa perfeita ;)

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